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Conflitos no campo aumentam 44% em 2020 e ameaçam 15 mil pessoas no Amapá


Disputas por terras saltaram de 43 para 62 e atingem diretamente povos mais vulneráveis, como indígenas, ribeirinhos, extrativistas e trabalhadores rurais. Agentes da PF na terra indígena Waiãpi após denúncias da invasão de garimpeiros armados na região, no Centro-Oeste do Amapá, em 2019
Polícia Federal/Divulgação
No ano tomado pela pandemia, os conflitos no campo que bateram recorde no país, também refletiram no Amapá. O estado em 2020 registrou alta de 44% nas disputas em relação a 2019, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Foram 62 ocorrências, onde principalmente famílias em vulnerabilidade social tiveram o direito à posse ameaçado.
Os dados divulgados nesta semana constam no Relatório Conflitos no Campo Brasil, um panorama anual da violência desproporcional, principalmente contra grupos de quilombolas, indígenas, ribeirinhos, extrativistas e trabalhadores rurais.
Ao todo, foram mais de 3 mil famílias e 15.232 pessoas em meio aos conflitos registrados pela CPT em 13 dos 16 municípios do estado. Veja os dados do Amapá em 2020:
2 famílias despejadas;
489 ameaças de despejo;
216 tentativas de ameaça e expulsão;
5 casas destruídas;
23 ações de pistolagem.
A violência também afetou os próprios membros da Comissão. Em fevereiro de 2020, os padres Dennis Koltz e Sisto Magro, da CPT, denunciaram um ataque durante ação a uma fazenda em São Benedito, na Zona Rural de Macapá. Os padres relataram socos, ameaças de morte e danos ao veículo que usavam.
Veículo usado pelos padres Sisto Magro e Dennis Koltz atacado em 2020
Diocese de Macapá/Reprodução
Entre as ocorrências, a Comissão Pastoral da Terra levantou que foram 56 conflitos por terra e 6 por água.
O conflito envolvendo o maior número de pessoas afetadas aconteceu em Oiapoque, atingindo direta e indiretamente 1.115 famílias das terras indígenas Galibi-Marwomo, Uaçá, Karipuna e Palikur.
A comissão elenca que nos últimos anos a omissão dos poderes, a falha na regularização de terras e a ocupação ilegal estão entre os fatores que elevaram as disputas no campo.
Brasil bate recorde de casos de conflito no campo em 2020
Reforçou ainda que a política do Governo Federal no campo se voltou para o agronegócio em grande escala, minimizando a produção familiar e criminalizando movimentos sociais.
“Editou as Medidas Provisórias nºs 901 e 910 com o objetivo de destinar terras públicas ao agronegócio. A primeira cedia terras da União aos governos estaduais de Amapá e Roraima, e a segunda ampliava as possibilidades de regularização de terras públicas ocupadas irregularmente em todo país, uma premiação ao desmatamento e à grilagem de terras”, avaliou a comissão.
Movimento de Atingidos por Barragens em protesto por água em Ferreira Gomes
Divulgação/MAB
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Fonte:

G1 > AGRO

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