Muito usado na alimentação de aves de cativeiro, rãs e sapos, bichinho já virou até chocolate para consumo humano e, segundo pesquisadora, é rico em ômega 3 e 6. Conheça o tenébrio, inseto que pode ser uma fonte de proteína em rações animais e suplementos
Já ouviu falar no tenébrio? É um besourinho que faz parte da ordem coleóptera e, apesar de pouco conhecido, é um dos insetos com maior produção comercial no Brasil.
O seu maior mercado está na alimentação de animais. Suas larvas viram comida para aves de cativeiro, rãs, sapos, que, atualmente, estão em falta no mercado e chegam a custar mais de R$ 500 em vendas diretas pela internet.
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Além deste uso, pesquisas estão desenvolvendo outros produtos com o tenébrio, como ração animal, suplementos e biofilmes. E tem até quem já desenvolveu um chocolate com o bichinho, voltado para o consumo humano.
Suplemento
A farmacêutica e pesquisadora Maria Lúcia Cocato e o físico Jorge Sarkis estudaram o valor nutricional do tenébrio e, com ele, desenvolveram, um suplemento que aguarda reconhecimento de patente.
O inseto tem um teor proteico que passa de 50%, podendo substituir, por exemplo, a farinha de peixe.
“O tenébrio (…) ele é muito rico em proteínas com alto valor biológico, de alta qualidade. Ele é muito rico em gorduras também”, diz Maria Lúcia, acrescentando que o inseto contém quantidades importantes de ômega 3 e 6.
Em uma pequena criação em São Paulo, os dois pesquisadores preparam larvas para virar farinha. Elas são colocadas em um congelador para que o seu metabolismo seja reduzido até a morte. Depois disso, vão para o cozimento e desidratação e, em seguida, processadas para virar farinha.
“Esse pozinho branco é o nosso segredo industrial dentro desse desenvolvimento tecnológico. Na verdade, eu tenho a farinha do tenébrio misturada a esse pozinho que é um componente natural e vai aumentar a absorção de nutrientes que já têm naturalmente no tenébrio”, afirma a pesquisadora.
Segundo Sarkis, a próxima etapa do estudo será avaliar o impacto do suplemento em um rebanho suíno e em um criatório de tilápias.
Chocolate
Tem também quem utilize o tenébrio na alimentação humana. É o caso do Casé Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Insetos. “Nós chamamos de super alimento”, diz ele sobre o tenébrio.
Com o bichinho, ele já desenvolveu um chocolate. “Esse produto aqui é um choconebrio, que tem 48% de proteína. Geralmente em um chocolate não tem proteína. Então acaba criando um alimento funcional”, afirma Casé.
Recentemente, a Agência Europeia de Segurança Alimentar liberou o consumo do tenébrio para humanos.
Biofilme
O inseto também tem sido usado para desenvolver outros produtos, como um biofilme, atual pesquisa da estudante do Instituto Federal de Avaré (IF Avaré), Júlia Caroline Porfírio.
“Você pode pensar nele como um plástico filme. Só que ele vai degradar muito mais rápido do que um plástico convencional. Ele tem várias vantagens devido a isso”, diz Caroline.
Para isso, ela processou o exoesqueleto do tenébrio, que é aquela “casquinha” que reveste os insetos e até crustáceos, como o camarão. Esse esqueleto falso é rico em quinina e vai se transformar em um biofilme de quitina de tenébrio.
“Do ponto de vista de aplicação desses insetos de forma útil para o ser humano, é algo que tem crescido bastante recentemente”, diz a engenheira de alimentos do IF Avaré.
“Seja para o controle de pragas em produções agrícolas, ou como insumo para alimentação humana ou de ração, ainda está incipiente. A gente está indo atrás agora dessa fonte de proteína que é muito interessante para alimentação”, acrescenta.
Saiba mais na reportagem completa no vídeo acima.
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Suplemento
A farmacêutica e pesquisadora Maria Lúcia Cocato e o físico Jorge Sarkis estudaram o valor nutricional do tenébrio e, com ele, desenvolveram, um suplemento que aguarda reconhecimento de patente.
O inseto tem um teor proteico que passa de 50%, podendo substituir, por exemplo, a farinha de peixe.
“O tenébrio (…) ele é muito rico em proteínas com alto valor biológico, de alta qualidade. Ele é muito rico em gorduras também”, diz Maria Lúcia, acrescentando que o inseto contém quantidades importantes de ômega 3 e 6.
Em uma pequena criação em São Paulo, os dois pesquisadores preparam larvas para virar farinha. Elas são colocadas em um congelador para que o seu metabolismo seja reduzido até a morte. Depois disso, vão para o cozimento e desidratação e, em seguida, processadas para virar farinha.
“Esse pozinho branco é o nosso segredo industrial dentro desse desenvolvimento tecnológico. Na verdade, eu tenho a farinha do tenébrio misturada a esse pozinho que é um componente natural e vai aumentar a absorção de nutrientes que já têm naturalmente no tenébrio”, afirma a pesquisadora.
Segundo Sarkis, a próxima etapa do estudo será avaliar o impacto do suplemento em um rebanho suíno e em um criatório de tilápias.
Chocolate
Tem também quem utilize o tenébrio na alimentação humana. É o caso do Casé Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Insetos. “Nós chamamos de super alimento”, diz ele sobre o tenébrio.
Com o bichinho, ele já desenvolveu um chocolate. “Esse produto aqui é um choconebrio, que tem 48% de proteína. Geralmente em um chocolate não tem proteína. Então acaba criando um alimento funcional”, afirma Casé.
Recentemente, a Agência Europeia de Segurança Alimentar liberou o consumo do tenébrio para humanos.
Biofilme
O inseto também tem sido usado para desenvolver outros produtos, como um biofilme, atual pesquisa da estudante do Instituto Federal de Avaré (IF Avaré), Júlia Caroline Porfírio.
“Você pode pensar nele como um plástico filme. Só que ele vai degradar muito mais rápido do que um plástico convencional. Ele tem várias vantagens devido a isso”, diz Caroline.
Para isso, ela processou o exoesqueleto do tenébrio, que é aquela “casquinha” que reveste os insetos e até crustáceos, como o camarão. Esse esqueleto falso é rico em quinina e vai se transformar em um biofilme de quitina de tenébrio.
“Do ponto de vista de aplicação desses insetos de forma útil para o ser humano, é algo que tem crescido bastante recentemente”, diz a engenheira de alimentos do IF Avaré.
“Seja para o controle de pragas em produções agrícolas, ou como insumo para alimentação humana ou de ração, ainda está incipiente. A gente está indo atrás agora dessa fonte de proteína que é muito interessante para alimentação”, acrescenta.
Saiba mais na reportagem completa no vídeo acima.
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