Embarques de soja para a China caíram 85% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. China reduz compras de soja do Brasil e eleva importação dos EUA.
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As importações de soja pela China junto ao Brasil recuaram em março com a chuva atrasando alguns embarques do principal exportador global da oleaginosa, mas as compras do país nos EUA dispararam e aumentaram mais de quatro vezes com a chegada de carregamentos atrasados, atingindo o maior total mensal desde dezembro de 2016.
A China, maior importadora global de soja, importou 315.334 toneladas do Brasil em março, queda de 85% frente as 2,1 milhões de toneladas no mesmo mês do ano anterior, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas nesta terça-feira (20).
As importações do Brasil foram as menores desde janeiro de 2017, segundo registros da Reuters com os dados da alfândega.
Mais do que compensando esse recuo, a China importou 7,18 milhões de toneladas de soja dos EUA em março, alta de 320% frente à 1,7 milhão de toneladas no mesmo mês do ano anterior.
Os dados desta terça-feira foram os primeiros com separação por origem da soja desde que a China publicou números mostrando que as importações de soja em março cresceram 82%, para 7,7 milhões de toneladas.
“Boa parte disso parece que se deve a atrasos que afetaram o momento de chegada dos embarques dos EUA”, disse Darin Friedrichs, analista da StoneX. “Alguns dos carregamentos poderiam ter chegado antes, mas não foram realmente descarregados até março.”
A China tem aumentado compras de produtos agrícolas e outros dos EUA após os dois lados terem assinado um acordo comercial inicial em janeiro passado. Mas os compradores de soja se voltaram mais para os EUA do que o usual em 2021, uma vez que chuvas no Brasil atrasaram a colheita por lá e as exportações.
Processadores chineses importam a oleaginosa para esmagamento e produção de farelo de soja para ração e fabricação de cozinha.
Eles haviam aumentado compras de soja por expectativa de forte demanda em meio à recuperação do rebanho suíno chinês. Mas uma severa onda de casos de peste suína africana nos últimos meses dizimou ao menos 20% do rebanho de fêmeas no norte da China, segundo algumas estimativas, reduzindo a demanda por farelo de soja.
O aumento no uso de trigo para ração também segurou a demanda por farelo de soja, segundo analistas e operadores de mercado.
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