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Excesso de chuvas atrasa a colheita de soja e o plantio de milho

Solo encharcado impede que produtores entrem com as máquinas nas lavouras. Até o momento, apenas cerca de 10% das áreas destinadas para o milho foram plantadas. Atraso nas colheitas de soja e de milho pode impactar preço de produtos derivados no mercado
Excesso de chuvas está atrapalhando a colheita de soja e o plantio do milho no Mato Grosso do Sul e em Goiás, que são grandes produtores dos grãos. O cereal é o cultivo realizado após a safra da leguminosa ser finalizada.
Por causa das chuvas, o solo fica encharcado e os produtores não conseguem entrar com as máquinas nas lavouras. Como os dois produtos ocupam as mesmas áreas de cultivo, o atraso da colheita de soja impede a semeadura do milho.
Até o momento, apenas cerca de 10% das áreas destinadas ao cereal foram plantadas.
“A gente adquiriu semente, adquiriu adubo, cobertura ureia e isso tá dentro do barracão. Se eu não jogar dentro da roça eu não uso. Então é complicado. Essa área do milho já teria nascido, pronto para fazer os tratos culturais e até agora nem foi plantado”, relata o produtor de Rio Verde, em Goiás, Sílvio Wagner.
A chamada safrinha do milho, que é a semeada após a soja, é a fonte de 70% da produção desta cultura no país, segundo o consultor do mercado de grãos, Cristiano Palavro.
“Se nós estamos plantando muito tarde, a gente entra numa janela de risco climático muito alta, porque aqui no Centro-Norte do país as chuvas costumam cortar já a partir de meados de abril e início de maio”, explica.
“Então se você planta muito tarde esse milho, vai receber poucas chuvas e a tendência é que ele tenha baixas produtividades”, completa.
Para o Centro-Oeste a previsão é de uma colheita de mais de 58 milhões de toneladas de milho. O valor é 8,4% a mais do que na safra passada, quando foram apenas 53,9 milhões de toneladas.
Este atraso pode elevar o preço de outros produtos no mercado, já que o cereal é um dos principais componentes da ração animal e de alimentos como a farinha, conta Palavro:
“A maior fração do milho é usada para ração animal, mas existe um grande percentual dele que é para produção de biocombustível que é o etanol. A gente tem também a produção de óleos a base de milho. Uma longa cadeia industrial de alimentos para alimentação humana a base de milho.”
“Então, são produtos que não estão só na nossa mesa, estão também em várias cadeias industriais, várias cadeias produtivas e a falta desse produto afeta a nossa economia e o nosso dia a dia”, alerta.
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Fonte:

G1 > AGRO

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