Valor é equivalente à 121 quilos por pessoa. Descarte nos domicílios é o maior responsável, segundo estudo. Anualmente, 931 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas no mundo.
Reprodução/TV Rio Sul
Anualmente, 931 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas no mundo, segundo estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (PNUMA) e a organização inglesa Waste and Resources Action Programme (WRAP).
Este número corresponde à 17% do total de alimentos disponíveis para consumidores em 2019. Na divisão per capta, equivale a um desperdício de 120 quilos por pessoa ou cerca de 23 milhões de caminhões de 40 toneladas completamente carregados, capazes de darem sete voltas na Terra.
A pesquisa envolveu 54 países, entre eles o Brasil, por meio da Embrapa Alimentos e Territórios.
De acordo com o relatório, a maior parte do desperdício é gerado nos domicílios, que descartam 11% do total de alimentos disponíveis na fase de consumo da cadeia de abastecimento. Os serviços alimentares e os estabelecimentos varejistas desperdiçam 5% e 2%, respectivamente.
“Isso se dá porque a classe média baixa tem mais dificuldades de planejar as compras, por vezes não possuem os meios para preservar bem os alimentos e é um segmento que ainda não reaproveita as sobras das refeições”, justifica o dado, o especialista no tema da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió- AL), Gustavo Porpino.
“Durante muito tempo, presumiu-se que o desperdício alimentar em domicílios era um problema significativo apenas nos países desenvolvidos”, afirma Marcus Gover, CEO do WRAP.
Para ele, não será possível alcançar a meta 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de número 12, que visa reduzir pela metade as perdas e o desperdício de alimentos até 2030.
Gover afirma que esta meta deve ser uma prioridade para governos, organizações internacionais, empresas e fundações filantrópicas”.
Reduzir o desperdício alimentar também ajudaria em diminuir as emissões de gases do efeito estufa, como explica a Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen
“Atenuaria a destruição da natureza por meio da conversão da terra e da poluição, aumentaria a disponibilidade de alimentos e, assim, reduziria a fome e pouparia recursos em um momento de recessão global”.
Segundo a Instituição, 690 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2019, um número que deve aumentar com a pandemia da COVID-19.
VÍDEOS: tudo sobre agronegócios
G1 > AGRO
Comentários do Facebook