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Polícia Federal conclui inquérito e aponta ‘evidências robustas’ de caixa 2 de Renan em doações da Odebrecht

Ao encerrar investigações, delegada também indicou contradições em delação do ex-diretor de Relações Institucionais da empresa. A Polícia Federal concluiu um inquérito sobre o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e apontou que há “evidências robustas” de caixa 2 do senador Renan Calheiros (MDB-AL) em doações da Odebrecht. O resultado do inquérito foi encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Os investigadores apontam que Renan recebeu R$ R$ 500 mil em doações do grupo Odebrecht nas eleições de 2010 pelo setor financeiro paralelo da empresa.
“Há elementos concretos e relevantes no sentido da existência de materialidade e autoria dos crimes investigados no presente inquérito, encontrando-se presentes indícios suficientes de que o senador José Renan Vasconcelos Calheiros cometeu o crime previsto no art: 350 do Código Eleitoral, na modalidade ‘caixa 2′” escreveu a delegada da PF Rejane Nowicki.
Procurada, a defesa do senador informou que ainda não teve acesso ao relatório da PF.
A investigação afirma ainda que o dinheiro foi pago em duas parcelas de R$ 250 mil, entre 20 de agosto de 2010 e 15 de setembro de 2010, pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht. Os repasses teriam sido viabilizados por um doleiro da Odebrecht e teriam o objetivo de manter uma boa relação com o político, que poderia ser utilizado em uma eventual necessidade da empresa, afirmou a PF.
Segundo o inquérito, o parlamentar recebeu o dinheiro um hotel de Maceió. Os investigares juntaram comprovante da hospedagem de Ariel Parente, que teria acertado os pagamentos com Calheiros. No sistema da empresa, o senador era identificado pelo codinome Justiça.
No relatório, a PF ainda indica que a delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais, não contribuiu com as investigações, sendo que ele entrou em contradições.
“Ocorre que, quanto as declarações de Claudio Melo Filho, observam-se diversas contradições nos seus depoimentos tanto acerca do seu relacionamento com Renan Calheiros quanto ao seu real conhecimento acerca dos fatos investigados e assim como acerca do “Setor Operações Estruturadas” da ODEBRECHT e dos sistemas DROUSYS e MYWEBDAY, havendo contradição inclusive nas informações prestadas por estes com as dos demais colaboradores sobre os fatos aqui investigado”, diz a PF.
A delega afirmou que, “quanto ao colaborador Claudio Melo Filho, em que pese ter se disposto a prestar novos depoimentos, ele se contradisse em suas oitivas, de forma que sua colaboração não se mostrou efetiva quanto aos fatos aqui investigados”.

Fonte:

G1 > Política

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