Grupo francês Tereos é dono da marca brasileira Guarani. Comunicado foi publicado na mesma semana em que o presidente do Carrefour disse que deixaria de comprar carne do Mercosul para as suas unidades na França. O CEO global da produtora de açúcar francesa, Tereos, Olivier Leducq, publicou em suas redes sociais, na quinta-feira (21), que é contra o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia
Tereos/Divulgação
O CEO global da produtora de açúcar francesa, Tereos, Olivier Leducq, publicou em suas redes sociais, na quinta-feira (21), que é contra o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. No comunicado, Ludecq diz que a implementação traria ao bloco uma “concorrência desleal de produtos importados que não respeitam os mesmos padrões ambientais e sociais”.
A Tereos é dona da marca de açúcar Guarani no Brasil. Segundo o site da empresa, o grupo Tereos é a 2° maior produtora mundial de açúcar e também a 2° maior no Brasil, mercado em que está há 24 anos.
Além de açúcar, a empresa produz em larga escala etanol e energia elétrica gerada a partir do bagaço de cana-de-açúcar.
O comunicado ocorre em meio a protestos de agricultores franceses contra o acordo e declarações semelhantes de outras empresas, como Carrefour, em que o presidente disse que não compraria mais carnes do Mercosul para as unidades francesas do grupo.
ENTENDA: saiba o que é acordo que gera tensão entre a Europa e o agro brasileiro
Na declaração, Leducq afirmou que o acordo “ameaça o futuro do campo” e que “sacrificaria o futuro” dos agricultores e dos territórios franceses.
Ao g1, a unidade da Tereos no Brasil disse que a declaração do CEO “em nenhuma hipótese se trata de um questionamento à qualidade dos produtos ou comprometimento do Brasil e do Mercosul com práticas sustentáveis”, mas sim à necessidade de uma discussão aprofundada sobre as diferenças regulatórias entre os dois blocos.
De acordo com a empresa, cerca de 60% da produção realizada no Brasil é exportada e respaldada por certificações internacionais de qualidade e sustentabilidade socioambiental.
Comunicado Oliver Leducq
Reprodução / LinkedIn
Boicote ao Carrefour
Entenda o que fez os frigoríficos brasileiros pararem de vender carne ao Carrefour
A declaração de Leducq acontece em meio a de outras empresas que são contra o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Na quarta-feira (20), o presidente do Carrefour, Alexandre Bompard, divulgou em suas redes sociais que não iria mais comprar carne do Mercosul para comercialização nos supermercados.
A princípio, Alexandre Bompard não deixou claro qual era a extensão da medida. Posteriormente, a rede de supermercados explicou que a restrição valerá somente para lojas da França — que, no entanto, praticamente não vendem carne que não seja daquele país.
Depois do anúncio, diversas entidades do agronegócio do Mercosul, incluindo o Ministério da Agricultura brasileiro, divulgaram notas de repúdio.
Alguns frigoríficos brasileiros chegaram a interromper a venda de carnes para o grupo em uma ação de boicote, caso da JBS e da Masterboi, por exemplo.
Nesta terça-feira (26), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou ter recebido uma carta com um pedido de desculpas do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard. Em um dos trechos da carta, o presidente do grupo enaltece a parceria de longa data com o mercado brasileiro. Confira íntegra aqui.
Íntegra do comunicado de Olivier Leducq
“No dia seguinte à cimeira do G20, uma questão paira na minha mente: que futuro para os nossos agricultores franceses se o acordo UE-Mercosul for ratificado tal como está?
➡️ As preocupações são grandes e compartilho delas. Numa altura em que os nossos cooperadores estão concentrados na implementação de práticas agrícolas regenerativas, como poderão as nossas explorações agrícolas enfrentar a concorrência desleal de produtos importados que não respeitam os mesmos padrões ambientais e sociais?
Felizmente, a mobilização dos agricultores franceses e europeus durante a cimeira foi forte e continua a ser! Emmanuel Macron reafirmou claramente a oposição da França a este acordo que ameaça o futuro do nosso campo. Mas a vigilância continua essencial! Os nossos agricultores devem poder viver com dignidade do seu trabalho e produzir alimentos de qualidade, respeitando o ambiente.
Concretamente, opomo-nos firmemente à assinatura do acordo Mercosul no seu estado actual. Pedimos à França que continue a apoiar esta posição e a reunir outros Estados-Membros para que este acordo não seja imposto pela Comissão Europeia. Os impactos para os setores sucroalcooleiro seriam significativos. E não faz sentido brandir cláusulas-espelho como garantia de protecção: elas são inaplicáveis.
A produção agrícola francesa deve ser capaz de permanecer competitiva face aos actuais desafios agronómicos e ambientais, ao mesmo tempo que implementa gradualmente as bases da agricultura de baixo carbono. O acordo UE-Mercosul, tal como está hoje, colocaria em risco esta ambição.
Juntamente com os nossos cooperadores e os sectores agrícolas franceses, digamos NÃO a um acordo que sacrificaria o futuro dos nossos agricultores e dos nossos territórios!”
Tereos/Divulgação
O CEO global da produtora de açúcar francesa, Tereos, Olivier Leducq, publicou em suas redes sociais, na quinta-feira (21), que é contra o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. No comunicado, Ludecq diz que a implementação traria ao bloco uma “concorrência desleal de produtos importados que não respeitam os mesmos padrões ambientais e sociais”.
A Tereos é dona da marca de açúcar Guarani no Brasil. Segundo o site da empresa, o grupo Tereos é a 2° maior produtora mundial de açúcar e também a 2° maior no Brasil, mercado em que está há 24 anos.
Além de açúcar, a empresa produz em larga escala etanol e energia elétrica gerada a partir do bagaço de cana-de-açúcar.
O comunicado ocorre em meio a protestos de agricultores franceses contra o acordo e declarações semelhantes de outras empresas, como Carrefour, em que o presidente disse que não compraria mais carnes do Mercosul para as unidades francesas do grupo.
ENTENDA: saiba o que é acordo que gera tensão entre a Europa e o agro brasileiro
Na declaração, Leducq afirmou que o acordo “ameaça o futuro do campo” e que “sacrificaria o futuro” dos agricultores e dos territórios franceses.
Ao g1, a unidade da Tereos no Brasil disse que a declaração do CEO “em nenhuma hipótese se trata de um questionamento à qualidade dos produtos ou comprometimento do Brasil e do Mercosul com práticas sustentáveis”, mas sim à necessidade de uma discussão aprofundada sobre as diferenças regulatórias entre os dois blocos.
De acordo com a empresa, cerca de 60% da produção realizada no Brasil é exportada e respaldada por certificações internacionais de qualidade e sustentabilidade socioambiental.
Comunicado Oliver Leducq
Reprodução / LinkedIn
Boicote ao Carrefour
Entenda o que fez os frigoríficos brasileiros pararem de vender carne ao Carrefour
A declaração de Leducq acontece em meio a de outras empresas que são contra o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Na quarta-feira (20), o presidente do Carrefour, Alexandre Bompard, divulgou em suas redes sociais que não iria mais comprar carne do Mercosul para comercialização nos supermercados.
A princípio, Alexandre Bompard não deixou claro qual era a extensão da medida. Posteriormente, a rede de supermercados explicou que a restrição valerá somente para lojas da França — que, no entanto, praticamente não vendem carne que não seja daquele país.
Depois do anúncio, diversas entidades do agronegócio do Mercosul, incluindo o Ministério da Agricultura brasileiro, divulgaram notas de repúdio.
Alguns frigoríficos brasileiros chegaram a interromper a venda de carnes para o grupo em uma ação de boicote, caso da JBS e da Masterboi, por exemplo.
Nesta terça-feira (26), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou ter recebido uma carta com um pedido de desculpas do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard. Em um dos trechos da carta, o presidente do grupo enaltece a parceria de longa data com o mercado brasileiro. Confira íntegra aqui.
Íntegra do comunicado de Olivier Leducq
“No dia seguinte à cimeira do G20, uma questão paira na minha mente: que futuro para os nossos agricultores franceses se o acordo UE-Mercosul for ratificado tal como está?
➡️ As preocupações são grandes e compartilho delas. Numa altura em que os nossos cooperadores estão concentrados na implementação de práticas agrícolas regenerativas, como poderão as nossas explorações agrícolas enfrentar a concorrência desleal de produtos importados que não respeitam os mesmos padrões ambientais e sociais?
Felizmente, a mobilização dos agricultores franceses e europeus durante a cimeira foi forte e continua a ser! Emmanuel Macron reafirmou claramente a oposição da França a este acordo que ameaça o futuro do nosso campo. Mas a vigilância continua essencial! Os nossos agricultores devem poder viver com dignidade do seu trabalho e produzir alimentos de qualidade, respeitando o ambiente.
Concretamente, opomo-nos firmemente à assinatura do acordo Mercosul no seu estado actual. Pedimos à França que continue a apoiar esta posição e a reunir outros Estados-Membros para que este acordo não seja imposto pela Comissão Europeia. Os impactos para os setores sucroalcooleiro seriam significativos. E não faz sentido brandir cláusulas-espelho como garantia de protecção: elas são inaplicáveis.
A produção agrícola francesa deve ser capaz de permanecer competitiva face aos actuais desafios agronómicos e ambientais, ao mesmo tempo que implementa gradualmente as bases da agricultura de baixo carbono. O acordo UE-Mercosul, tal como está hoje, colocaria em risco esta ambição.
Juntamente com os nossos cooperadores e os sectores agrícolas franceses, digamos NÃO a um acordo que sacrificaria o futuro dos nossos agricultores e dos nossos territórios!”
g1 > Agronegócios
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