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Brasil suspende exportação de carne de aves preventivamente para 44 países após doença de Newcastle ser identificada no RS

As suspensões devem durar pelo menos 21 dias e variam de área, a partir do acordo comercial. Enfermidade viral contamina aves silvestres e domésticas, de acordo com especialista. Granja onde foi identificado caso da doença de Newcastle em Anta Gorda
Reprodução/RBS TV
Granja onde foi identificado caso da doença de Newcastle em Anta Gorda
Reprodução/RBS TV
O governo federal suspendeu, nesta sexta-feira (19), temporariamente, a exportação de carne de aves para 44 países após identificar o vírus da doença de Newcastle em um aviário de Anta Gorda, no Vale do Taquari (veja abaixo a lista completa de países).
A medida foi confirmada pelo Ministério da Agriculta e Pecuária (Mapa) e considera o acordo bilateral entre países parceiros, a fim de garantir a transparência do serviço brasileiro com relação aos países importadores.
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As suspensões devem durar pelo menos 21 dias e variam o produto e a área, a partir do acordo comercial. Parte dos países considera carnes produzidas em todo o território nacional, alguns somente o Rio Grande do Sul e outros um raio de 50 km do foco da doença identificado.
Suspensão válida para todo o Brasil
República Popular da China
Argentina
União Europeia
Considera carnes de aves, carnes frescas de aves e derivados, ovos; carne para alimentação animal; matéria-prima de aves para fins opterápicos; preparados de carne e produtos não tratados derivados de sangue.
Suspensão válida para todo o RS
África do Sul
Albânia
Arábia Saudita
Bolívia
Cazaquistão
Chile
Cuba
Egito
Filipinas
Geórgia
Hong Kong
Índia
Jordânia
Kosovo
Macedônia
México
Mianmar
Montenegro
Paraguai
Peru
Polinésia Francesa
Reino Unido
República Dominicana
Sri Lanka
Tailândia
Taiwan
Ucrânia
União Econômica Euroasiática
Uruguai
Vanuatu
Vietnã
Considera carne fresca, resfriada ou congelada de aves; ovos e ovoprodutos; carnes, produtos cárneos e miúdos de aves; farinha de aves, suínos e de ruminantes; cabeças e pés; gorduras de aves; embutidos cozidos, curados e salgados; produtos cárneos processados e termoprocessados; e matéria-prima e produtos para alimentação animal.
Suspensão válida para o raio de 50km do caso identificado
Canadá
Coreia do Sul
Israel
Japão
Marrocos
Maurício
Namíbia
Paquistão
Tadjiquistão
Timor Leste
Considera carnes de aves; farinha de aves, penas e peixes para uso na alimentação animal; e produtos cárneos cozidos, termicamente processados, não comestíveis derivados de aves. Neste último caso, os Certificados Sanitários Internacionais (CSI) emitidos até 8 de julho não entram nas restrições.
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O Mapa diz que as regras de suspensão são revisadas todos os dias com os países parceiros, mostrando todas as ações executadas para eliminar o foco da doença.
Exportações em números
O Rio Grande do Sul é o terceiro estado que mais exporta carne de frango no Brasil, ficando atrás, respectivamente, de Paraná e Santa Catarina. 354 mil toneladas foram exportadas pelo estado no primeiro semestre do ano, com uma receita de US$ 630 milhões.
As exportações representaram 13,82% dos US$ 4,55 bilhões gerados pelo mercado em todo o país. Além disso, representam 14,1% das 2,52 milhões de toneladas exportadas pelo país no mesmo período.
Os principais destino do frango produzido no Rio Grande do Sul nos primeiros seis meses de 2024 foram Emirados Árabes Unidos (48 mil toneladas – US$ 94 milhões), Arábia Saudita (39 mil toneladas – US$ 77 milhões), China (32 mil toneladas – US$ 52 milhões) e Japão (20 mil toneladas – US$ 43 milhões).
Esta reportagem está sendo atualizada
RS registra caso de doença de Newcastle Caso aconteceu num estabelecimento de avicultura
Doença de Newcastle identificada em aviário do RS
g1
Especialista explica doença
A doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que contamina aves domésticas e silvestres. Causada pelo vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), a doença apresenta sinais respiratórios, seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça dos frangos.
O g1 conversou com um especialista sobre o assunto, o professor de Medicina de Aves da Faculdade de Medicina Veterinária da UFRGS Hamilton Luiz de Souza Moraes, que esclareceu dúvidas sobre a doença.
O que é
A DNC é uma enfermidade viral que contamina aves domésticas e silvestres. Ela é causada pelo vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1). Com isso, as aves apresentam sinais respiratórios, seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça.
Qual o impacto em humanos
O especialista explica que a doença pode causar, no máximo, conjuntivite transitória em humanos, podendo durar cerca de uma semana. A transmissão ocorre pelo contato, e não pelo consumo.
“Ela é o que a gente chama de uma zoonose classe 2. Ela não causa muitos problemas, no máximo conjuntivite, mas em uma semana, tá bom. Então não é um problema para a saúde pública, vamos dizer assim. O problema maior é para as aves mesmo”, explica.
Como ela é transmitida
A doença é transmitida por aves migratórias infectadas que fazem rotas comuns através dos continentes. Por conta disso, elas podem ter ocorrência em qualquer lugar do mundo.
“Em algum momento essas aves se cruzam, então algumas que estejam infectadas podem contaminar outras, e nos locais onde elas estavam podem sair e infectar aves domésticas”, explica.
Como a doença é extinta
A eliminação de todas as aves do mesmo lote é a metodologia de controle da doença. Isso ocorre pois o vírus é transmitido pelo ar, podendo contaminar ração, água e o abrigo aviário. Caso o foco não seja extinto, o surto pode se espalhar para uma região mais ampla.
A medida foi confirmada pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Mapa, em conjunto com a Seapi, que irá seguir o seguinte protocolo:
Eliminação e destruição de todas as aves do estabelecimento;
Limpeza e desinfecção do local;
Interdição imediata do estabelecimento avícola, suspendendo toda movimentação de aves desde o primeiro atendimento pela Seapi.
Existe uma vacina contra a doença de Newcastle, que precisa ser aplicada, preventivamente, antes da transmissão da doença.
Quão transmissível é a doença
A difusão da DNC é rápida, pois ocorre por um vírus transmitido pelo ar. O especialista alerta que, se as aves contaminadas saem dos locais onde estão concentradas ou se são mortas e descartadas em lugares inadequados, podem se disseminar para toda uma região.
A enfermidade também é letal, podendo matar quase 100% das aves infectadas. Por conta disso, os órgãos fiscalizadores têm uma preocupação com a dispersão.
Para garantir a contenção do surto, o Mapa afirmou que irá realizar uma investigação epidemiológica complementar em um raio de 10 quilômetros ao redor da área de ocorrência do foco.
No entanto, o especialista afirma que cada país tem um protocolo. Alguns países regionalizam em raio de 50km, podendo fechar um estado ou até o país, dependendo da disseminação da doença.
“O Japão é mais inteligente. Para 50 quilômetros, porque esse vírus se conserva bem na carne congelada, então se a gente exportar a carne com vírus, a gente pode estar contaminando outros locais”, explica.
Qual a recorrência da doença
No Brasil, o último registro da doença foi em 2006, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, segundo o Ministério. O especialista afirma que o foco da doença no estado se concentrou no município de Vale Real, a cerca de 90 km de Porto Alegre. “Algumas aves morreram e outras foram eliminadas”, relembra.
Qual o impacto financeiro
O especialista explica que os animais sacrificados em 2006 foram um problema não apenas para as aves como também para os países que importavam o frango à época. Ele afirma que houve uma interdição do produto por cerca de três meses.
“O Brasil é o primeiro exportador mundial de carne de frango, e os países que compram a nossa carne, quando tem surtos dessa doença, não querem exportar daquele local. Então naquela época, em 2006, houve a interdição da importação por mais ou menos 3 meses”, revela.
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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