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Entenda por que os preços da laranja subiram em julho mesmo com demanda menor no inverno

Altas nas cotações na indústria e na baixa oferta restante explicam sustentação de preços dos cítricos, aponta Cepea/USP de Piracicaba (SP). Laranjas em caixas aguardam transporte após receberem aplicação da cera de carnaúba em packing house da Citrícola Lucato, em Limeira (SP)
Fábio Tito/g1
Julho começa com os preços da laranja firmes para os produtores mesmo diante do recuo na demanda com a chegada do inverno e dias mais frios. Na primeira semana do mês, as altas no mercado de mesa ultrapassam os 23%, a depender da variedade da fruta in natura.
A explicação para a sustentação no mercado de mesa está nos reflexos causados pelas altas das cotações na indústria e na baixa oferta restante, segundo pesquisas mais recentes, divulgadas na sexta-feira (5) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq, o campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP).
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O levantamento do Cepea demonstra que, na parcial desta semana, entre os dias 1º e 5 de julho, a cotação média da laranja pera na árvore foi de R$ 89,61a caixa de 40,8 quilos. A marca representa aumento de 2,67% em relação à ultima semana de junho, apontam as pesquisadoras Ana Carolina Koga de Souza e Fernanda Geraldini, em análise publicada na Revista Hortifrúti Brasil.
Para a lima ácida tahiti, as cotações, que estavam enfraquecidas, reagiram, de acordo com análise do Cepea. Segundo colaboradores do Centro, as exportações se aqueceram, e a oferta de fruta de qualidade está limitada.
Foto de arquivo: Laranjas no pé
TV TEM
“De segunda a quinta, a variedade da lima ácida tahiti colhida é negociada a R$ 31,75 a caixa de 27 quilos. O valor equivale a alta de 23,27% frente ao intervalo anterior.
“A oferta de cítricos no mercado de mesa paulista deve ser baixa em julho. No caso das laranjas, a menor disponibilidade vem sendo verificada desde meados do ano passado e está atrelada também à elevada absorção industrial, tendo em vista a grande necessidade de processadoras em adquirir a matéria-prima”, afirmam as pesquisadoras do Cepea.
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Junho
O cenário apresentou movimento contrário em junho. As especialistas no setor de Citrus do Cepea ressaltam que mesmo os produtores de frutas de mesa começaram a focar na indústria em vez do mercado in natura no sexto mês do ano.
“A indústria está com preços atrativos e oferece algumas vantagens em relação ao mercado in natura, como a aquisição de maiores volumes por vez e o menor risco de inadimplência”, pontuam.
Pomares de laranja de SP
Reprodução/TV TEM
A laranja e tangerina poncã fecharam junho com valorização. O valor médio da laranja pera no mercado in natura foi de R$ 85,73 a caixa de 40,8 quilos na árvore. Uma alta de 6,9% em relação a maio. Na indústria, o preço praticado para a pera e para as tardias fechou em R$ 76,09/cx de 40,8 kg, colhida, alta de 14,35% na mesma comparação.
A oferta de tangerina poncã, por sua vez, se reduziu durante o mês de junho, resultando em novo aumento de preços. A média de comercialização da poncã no mercado paulista durante o mês foi de R$ 67,26/cx de 27 kg, na árvore, avanço de 22,2% em relação a maio.
Recorde em fevereiro
Em fevereiro, o preço da laranja chegou ao maior patamar dos últimos 30 anos no estado de São Paulo.
Entre fevereiro de 2022 e 2023, o valor da fruta superou a cotação nacional. As explicações para o aumento são as altas temperaturas registradas e os impactos do greening.
O produtor do setor em Mogi Mirim (SP), João Salani, aponta que a produção chegou a cair em 50% nos últimos anos devido ao greening. “A doença foi atacando as lavouras ao poucos e avançou”, disse.
Preço da laranja atinge maior patamar de 30 anos em fevereiro de 2024 no estado
Baixa no estoque de suco
A combinação de impactos na safra e alta nos preços fez com o que os estoques de suco de laranja chegassem ao segundo menor nível já registrado, de acordo com a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos.
O Brasil é responsável por abastecer cerca de 75% do mercado mundial de suco de laranja e tem precisado de mais matéria-prima.
Greening
Reprodução / Globo Rural
Greening: entenda impactos para safra
O greening, também conhecido como huanglongbing e HLB, é uma doença que ataca todos as lavouras de cítricos, não apenas no Brasil, mas em outros 130 países. Ela não tem cura e já consumiu mais de US$ 2 bilhões nos EUA na tentativa de ser controlada.
Segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a incidência do greening cresceu 56% e passou de 24,4% em 2022, para 38,06% em média em 2023.
As especialistas ressaltam os impactos do greening sobre o mercado da laranja no Brasil e, especialmente, em São Paulo, por ser uma doença que afeta os pomares. O cenário é ainda mais prejudicado pelas ondas de calor, com temperaturas elevadas e à falta de chuvas.
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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