Lançado na Agrishow, projeto que padroniza aplicação de defensivos vai começar a treinar pequenos produtores em São Paulo. Segundo a FAO, Brasil é um dos países que mais utilizam agrotóxicos no mundo. O pesquisador Hamilton Ramos, com drone usado em projeto que visa melhorar aplicação de defensivos em São Paulo
Divulgação/ IAC
Líder na produção de diferentes produtos agrícolas no mercado internacional, o Brasil também é conhecido pelo elevado uso de defensivos, à frente de Estados Unidos e China, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Ao mesmo tempo em que é imperativo manter o país ativo no campo, também se tornam cada vez mais importantes iniciativas que visem mitigar os danos causados pelos agrotóxicos, além de tornar seu uso mais seguro para o meio ambiente e para as pessoas que trabalham na área.
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Drones para aplicação otimizada, regulação no uso de adjuvantes e de equipamentos de proteção individual para os trabalhadores estão entre as iniciativas coordenadas pelo Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
“O grande problema é o uso incorreto e impreciso de defensivos agrícolas e são três fatores que levam a isso: a falta de conhecimento, equipamentos danificados e falta de regulagem. Essa combinação geralmente leva ao uso excessivo desses defensivos”, afirma Hamilton Ramos, coordenador do CEA, presente na Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país, em Ribeirão Preto (SP).
Centro Avançado de Pesquisa em Engenharia e Automação do IAC, em Jundiaí (SP)
Divulgação/ IAC
Tecnologia e capacitação
Em 2022, o Brasil utilizou, segundo a FAO, 750 mil toneladas de agrotóxicos. Cada vez mais específicos, os itens aprovados para o uso no Brasil em 2023 – 652 – tiveram queda de 15% em relação a 2022, segundo a Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA), do Ministério da Agricultura, mas uma lei sancionada no final do ano passado deve agilizar a aprovação de novos defensivos em 2024.
Para o pesquisador do CEA, o elevado volume de agrotóxicos usados pelo Brasil pode estar associado a desperdícios, que podem chegar a 70%. Por isso, para ele, o caminho para que esse número diminua está no treinamento e na padronização.
Além de uma capacitação já realizada em 85 mil propriedades rurais sobre práticas de aplicação, o centro ligado ao IAC, em parceria com a Coopercitrus, também lançou, este ano, na Agrishow, o programa “Drones SP”, para aplicação de defensivos agrícolas com novas tecnologias e capacitação de pequenos produtores de frutas, e de culturas como soja, milho, citrus e cana-de-açúcar.
“Uma coisa é saber pilotar um drone, outra bem diferente é entender como é feito o despejo do defensivo na lavoura”, explica Ramos.
Regulação de adjuvantes
Os chamados adjuvantes são uma espécie de aditivos usados para melhorar a eficácia de determinados defensivos. “Você usa determinado adjuvante na busca por características específicas necessitadas pela produção. É possível aumentar o poder de penetração nas folhas, por exemplo”, explica Ramos.
Quando mal usados, no entanto, os adjuvantes podem aumentar ainda mais os prejuízos causados pelos agrotóxicos. Até 2017, eles também eram considerados agrotóxicos e precisavam de aprovação rígida federal para serem comercializados.
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Mas, por não terem nenhum efeito efetivo na plantação quando usados sozinhos, deixaram de figurar no quadro de agrotóxicos. Essa mudança acendeu um alerta para o IAC, que lançou o programa “Adjuvantes da Pulverização”, para solucionar a falta de regulação de órgãos oficiais.
“A intenção desse projeto é criar um selo de recomendação que indique que o produto passou por testagem e segue os procedimentos de qualidade indicados a partir de pesquisa conjunta do IAC com as empresas”, diz Ramos.
Atualmente, 50 empresas que produzem adjuvantes são adeptas do programa no país.
“Nós estamos desperdiçando defensivos e, consequentemente, dinheiro. Com o melhor uso e conscientização, vamos aumentar a economia na produção, aumentar a eficácia desses produtos e produzir um alimento cada vez mais seguro para o consumidor”, acredita Ramos.
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Divulgação/ IAC
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Ao mesmo tempo em que é imperativo manter o país ativo no campo, também se tornam cada vez mais importantes iniciativas que visem mitigar os danos causados pelos agrotóxicos, além de tornar seu uso mais seguro para o meio ambiente e para as pessoas que trabalham na área.
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Drones para aplicação otimizada, regulação no uso de adjuvantes e de equipamentos de proteção individual para os trabalhadores estão entre as iniciativas coordenadas pelo Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
“O grande problema é o uso incorreto e impreciso de defensivos agrícolas e são três fatores que levam a isso: a falta de conhecimento, equipamentos danificados e falta de regulagem. Essa combinação geralmente leva ao uso excessivo desses defensivos”, afirma Hamilton Ramos, coordenador do CEA, presente na Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país, em Ribeirão Preto (SP).
Centro Avançado de Pesquisa em Engenharia e Automação do IAC, em Jundiaí (SP)
Divulgação/ IAC
Tecnologia e capacitação
Em 2022, o Brasil utilizou, segundo a FAO, 750 mil toneladas de agrotóxicos. Cada vez mais específicos, os itens aprovados para o uso no Brasil em 2023 – 652 – tiveram queda de 15% em relação a 2022, segundo a Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA), do Ministério da Agricultura, mas uma lei sancionada no final do ano passado deve agilizar a aprovação de novos defensivos em 2024.
Para o pesquisador do CEA, o elevado volume de agrotóxicos usados pelo Brasil pode estar associado a desperdícios, que podem chegar a 70%. Por isso, para ele, o caminho para que esse número diminua está no treinamento e na padronização.
Além de uma capacitação já realizada em 85 mil propriedades rurais sobre práticas de aplicação, o centro ligado ao IAC, em parceria com a Coopercitrus, também lançou, este ano, na Agrishow, o programa “Drones SP”, para aplicação de defensivos agrícolas com novas tecnologias e capacitação de pequenos produtores de frutas, e de culturas como soja, milho, citrus e cana-de-açúcar.
“Uma coisa é saber pilotar um drone, outra bem diferente é entender como é feito o despejo do defensivo na lavoura”, explica Ramos.
Regulação de adjuvantes
Os chamados adjuvantes são uma espécie de aditivos usados para melhorar a eficácia de determinados defensivos. “Você usa determinado adjuvante na busca por características específicas necessitadas pela produção. É possível aumentar o poder de penetração nas folhas, por exemplo”, explica Ramos.
Quando mal usados, no entanto, os adjuvantes podem aumentar ainda mais os prejuízos causados pelos agrotóxicos. Até 2017, eles também eram considerados agrotóxicos e precisavam de aprovação rígida federal para serem comercializados.
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“A intenção desse projeto é criar um selo de recomendação que indique que o produto passou por testagem e segue os procedimentos de qualidade indicados a partir de pesquisa conjunta do IAC com as empresas”, diz Ramos.
Atualmente, 50 empresas que produzem adjuvantes são adeptas do programa no país.
“Nós estamos desperdiçando defensivos e, consequentemente, dinheiro. Com o melhor uso e conscientização, vamos aumentar a economia na produção, aumentar a eficácia desses produtos e produzir um alimento cada vez mais seguro para o consumidor”, acredita Ramos.
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