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Tecnologia e expertise: o que os estrangeiros buscam no agro brasileiro

Em média, 15% dos visitantes da Agrishow são de outros países, e chegam aqui para entender as práticas de sucesso que fazem da agricultura brasileira reconhecida no mundo. Vista aérea da Agrishow em Ribeirão Preto, SP
Marcelo Moraes/EPTV
Turcos, argentinos, norte-americanos, senegaleses e sul-africanos estão entre os 15% dos visitantes estrangeiros da Agrishow, maior evento de tecnologia agrícola do Brasil, que acontece em Ribeirão Preto (SP).
Eles chegam aqui com um propósito único e, muitas vezes, bem claro: tecnologia e conhecimento. Querem levar para a casa o que o Brasil faz com maestria.
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Ano passado, de acordo com a organização da feira, foram movimentados R$ 13 bilhões em volume de negócios.
“Como a agricultura brasileira é muito bem reconhecida, tem reconhecimento pelo resultado, muitos países que tenham o perfil, mais a parte tropical semelhante à agricultura brasileira, vem entender quais são as práticas”, diz Patrícia Gomes, diretora-executiva de mercado externo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Ano a ano, a rodada de negócios internacionais da Abimaq, um dos encontros mais aguardados da Agrishow, traz uma ideia do que desejam os estrangeiros que visitam a feira.
Neste ano, segundo Patrícia, 16 compradores de 11 países participam das negociações. “Pelo lado brasileiro, são 60 empresas por ora escritas. Serão 600 reuniões durante três dias”.
Do pequeno ao grande produtor, o foco de estrangeiros na Agrishow é sempre por novidades que possam melhorar as próprias plantações, sejam elas nos países vizinhos ou em países que ficam do outro lado do mundo.
Visitantes podem conferir diversos tipo de cultivo na Agrishow 2024 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
De Istambul, na Turquia, Abdullah Ibrahim, CEO da WeStanbul, empresa especializada em reprodução animal, veio a Ribeirão Preto em busca de parceria e troca de experiências.
“Esperamos adquirir tecnologia e conhecimento que os agricultores brasileiros têm e tentar uma espécie de cadeia de parceiros para comprar, vender, investir e representar uns aos outros. O mais importante é [adquirir] a experiência que vocês tem com agricultura”.
Abdullah Ibrahim, CEO da WeStanbul, empresa de reprodução animal na Turquia, durante visita à Agrishow 2024, em Ribeirão Preto (SP)
Rodolfo Tiengo/g1
Foco nas inovações tecnológicas
Desde 1999, o sul-africano Wynn Dedwith visita a Agrishow em busca de inovações tecnológicas que possam contribuir com as produções de fazendeiros parceiros.
“Procuramos por novos implementos, novos equipamentos e insumos para colheita de amendoim, principalmente”.
Representante da Indústria Colombo na África do Sul, Dedwith é responsável por intermediar o acesso de produtores de lá aos melhores maquinários agrícolas daqui.
Wynn Dedwith e Johanh Dedwith, proprietários da Valtrac, empresa da África do Sul revendedora de equipamentos agrícolas
Divulgação
A parceria, ele conta, começou quando ele mesmo procurou a empresa para comprar equipamentos para a própria fazenda.
“Queria usar na minha fazenda, então encomendamos alguns equipamentos que levamos do Brasil e testamos em nossa fazenda antes de levar para o mercado. Queria ter certeza da qualidade antes de começar a vender para outros clientes”.
A tática deu certo. Hoje Dedwith abastece produtores de amendoim na África do Sul. Segundo ele, o continente africano responde, atualmente, por 31% de todo o amendoim produzido no mundo.
“Os agricultores da África do Sul são os melhores agricultores do mundo, porque não temos um solo como o seu. Nosso solo é bastante profundo, não temos floresta tropical, é muito limitado, temos muitos tipos de rochas e rochas muito diferentes. Temos um solo muito argiloso e muito arenoso nas fazendas, então os agricultores africanos são, na verdade, muito bons e precisam de tecnologia muito boa também”.
Ampliando negócios
De Senegal, Assane Toure, diretor-geral da Agripro Africa, empresa que fornece financiamento, acesso ao mercado e treinamento em agronegócio, mantém relacionamento com empresas do agro brasileiro desde 2006.
“A tecnologia brasileira ajuda os fazendeiros de lá a ter mais do que eles tem atualmente, ajuda a plantar melhor, colher melhor e ter até uma melhor produção, maior produção do que o que eles têm”.
Assane Toure, direto-geral da Agripro Africa, empresa de Senegal revendedora de máquinas agrícolas
Divulgação
Para ele, ampliar os negócios em Senegal é essencial neste momento, uma vez que a falta de tecnologia é um dos pontos mais sensíveis para fazendeiros de lá.
“Agricultura é muito difícil, as pessoas não querem mais fazer produzir manualmente, querem tecnologia. Mas investir em tecnologia também é difícil, porque é preciso ter dinheiro. E quando você tem o dinheiro, precisa ter um bom equipamento e usá-lo corretamente. Então temos um bom equipamento, e vocês nos ensinam a usá-lo da maneira correta. Cada investimento tem um custo e temos de torná-lo acessível e eficiente”.
Gerente de exportações da Colombo, Rodolfo de Souza vê as parcerias com representates internacionais como essenciais para expandir os negócios da empresa muito além do continente americano.
“Senegal, pra gente, tem uma relevância significativa porque é um país que a gente participou de programas de desenvolvimento agrícola enquanto Brasil. Então, com o financiamento, com união entre os países, trouxe muito resultado e a gente vê que tem um potencial tremendo, sobretudo na cultura do amendoim. A África do Sul é um país que a gente já tem um histórico muito grande também. Vejo que esses são os países mais relevantes para a gente hoje e, talvez, em um médio prazo, a gente vê que esse cenário não se altera”.
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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