Importações ocorreram após os preços locais terem saltado para os maiores níveis em nove anos, em meio à oferta doméstica limitada. Arroz em casca antes de passar pelo beneficiamento, ou seja, ser descascado e limpo antes de ser embalado
Paulo Lanzetta/Embrapa
O Vietnã, terceiro maior exportador de arroz do mundo, passou a adquirir o cereal da concorrente Índia pela primeira vez em décadas, após os preços locais terem saltado para os maiores níveis em nove anos, em meio à oferta doméstica limitada, disseram à Reuters quatro membros da indústria.
As transações ressaltam o aperto da oferta na Ásia, fator que pode elevar os preços do arroz em 2021 e até mesmo forçar clientes tradicionais da Tailândia e Vietnã a comprar o produto da Índia –maior exportadora global do grão.
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Operadores indianos foram contratados para exportações de 70 mil toneladas de arroz 100% quebrado, com embarques em janeiro e fevereiro, a cerca de 310 dólares por tonelada (FOB), disseram autoridades da indústria local.
“Pela primeira vez estamos exportando para o Vietnã”, disse à Reuters nesta segunda-feira (4) o presidente da Associação de Exportadores de Arroz da Índia, B.V. Krishna Rao. “Os preços indianos estão muito atraentes. A enorme diferença dos preços está possibilitando as exportações.”
A redução da oferta e compras contínuas pelas Filipinas fizeram com que os preços do arroz vietnamita para exportação atingissem novas máximas de nove anos.
O arroz 5% quebrado do Vietnã está sendo ofertado por cerca de 500 dólares a 505 dólares por tonelada, valor significativamente superior à faixa de 381 dólares a 387 dólares vista para o produto indiano.
Operadores de mercado disseram ainda que a pandemia global tem levado o Vietnã e outros países a estocar arroz.
O Vietnã anunciou no ano passado que irá estocar 270 mil toneladas de arroz para garantir a disponibilidade de alimentos em meio diversos problemas na cadeia global de suprimentos devido ao coronavírus.
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