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De alimentação a cosmético: Consumo de abacate aumenta e ES se torna o 4º maior produtor da fruta no país

Fruta originária do México, o abacate se adaptou bem ao clima do Brasil. No Espírito Santo, quase 25 mil toneladas da fruta foram produzidas em 2022, o que representa um aumento de 114% em um ano. Consumo aumenta e ES já é o 4º maior produtor de abacate do país
Fruto nutritivo, que vai bem em receitas doces e salgadas, fonte de vitaminas, além de também ser matéria-prima para a produção de cosméticos, como cremes, shampoos, entre outros. Sim, o abacate caiu no gosto dos brasileiros e é considerado uma mina de ouro para produtores rurais que se dedicam a seu cultivo. No Brasil, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, o Espírito Santo é o 4º maior produtor do país, com mais de 570 estabelecimentos rurais com produção da fruta.
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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a fruta era cultivada em uma área de 918 hectares no Espírito Santo, com uma produção de 11.657 toneladas e produtividade média de 12,7 toneladas por hectares.
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Já em 2022, a área de produção expandiu e teve um aumento de 114%, com a colheita mais do que dobrando, chegando a 24.991 toneladas de abacate. Ao todo, foram produzidos 26,1 toneladas por hectare.
Produção de abacate no ES
Clima favorável
Originário do México e da América Central, o abacate só chegou ao Brasil em 1893. E os mexicanos são hoje líderes na produção mundial, seguidos por República Dominicana, Peru, Indonésia, Colômbia e Brasil.
Produção de abacate em Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do ES
Reprodução/TV Gazeta
No Espírito Santo, a produção da fruta ganhou destaque devido ao clima tropical/subtropical do estado, de acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Engenheiro agrônomo do instituto, Cesar Abel Krohling explicou que em Marechal Floriano, por exemplo, os produtores têm investido na produção de abacates de qualidade, buscando variedades adequadas ao clima local e adotando práticas de cultivo que visam à maximização da produção e à qualidade dos frutos.
“Atualmente, a Região Serrana se destaca na produção da cultura e técnicos do Incaper orientam os produtores sobre as novas tecnologias que devem ser adotadas. O abacate consorciado com o café aumenta a diversidade de inimigos naturais das pragas e o plantio deve ser realizado com mudas de boa qualidade. A enxertia também é fundamental para o sucesso da atividade, pois garante rapidez e produtividade nos cultivares”, explicou Krohling.
Municípios do ES que se destacam
De acordo com o Incaper, a produção de abacate capixaba originou-se de 25 municípios, das quais Venda Nova do Imigrante lidera a produção, com 13.710 toneladas, o que significa mais da metade da produção capixaba.
Em segundo lugar está Vargem Alta, com 3.600 toneladas (14,40%), seguido por Marechal Floriano, com 1.875 toneladas (7,50%), e Castelo, com 1.140 toneladas (4,56%). Outros 21 municípios produziram em menor escala.
Municípios que mais produzem abacate no ES
Coordenador do instituto em Venda Nova do Imigrante, Evaldo de Paula explicou que o aumento de produção no município é explicado pelo acompanhamento contínuo das lavouras.
“Temos acompanhado as lavouras e fazendo o monitoramento de pragas e doenças, porque a gente precisa ter a qualidade. Nossa premissa, em parceria com os pesquisadores e produtores, é optar por ser referência em avanço tecnológico, qualidade dos frutos e também produtividade”, ressaltou o coordenador.
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Pesquisas foram diferenciais
Entre os motivos que fizeram o Espírito Santo estar no ranking dos estados que mais produzem o abacate, está o uso de técnicas avançadas ao longo dos anos e o trato da cultura aumentaram o leque de variedade da fruta.
Espírito Santo é o quarto maior produtor de abacate do país
Reprodução/TV Gazeta
De acordo com o pesquisador do Incaper, Maurício Fornazier, isso contribuiu para que o produtor passasse a colher abacate o ano inteiro.
“O que os produtores fizeram foi um trabalho de introdução e seleção da fruta. É muito interessante que frutas cultivadas aqui no estado, já são cultivadas no Brasil e também é exportado para a Europa”, destacou o produtor.
Produtores estão otimistas com a safra de 2024
Um dos produtores que é dedicado ao cultivo de abacate é o Alberto Falqueto, que tem uma propriedade localizada em Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Espírito Santo. Com 40 anos de lavoura planejada, a produção começou com o pai dele.
Alberto Falqueto, que tem uma propriedade localizada em Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
“Pode-se dizer que é um tradição de família. Meu pai começou a cultivar alguns pés no meio das lavouras de cafés há mais de 40 anos e depois a gente começou a pesquisar variedades e melhorar o plantio, que passou a ser exclusivo do abacate”, disse o produtor.
De acordo com o produtor, há 600 pés da fruta em plena produção na propriedade e outros 400 que estão em etapa de renovação. Para esta produção de larga escala, é necessária uma série de cuidados.
“Desde a qualidade da muda, os tratos culturais e na produção, com as pulverizações e adubação. É uma coisa que você tem que começar bem feito. Se você começar errado, vai tomar prejuízo”, disse Falqueto.
Ainda segundo o produtor, a expectativa da safra na propriedade é de 120 toneladas de abacate, que deve abastecer o não só o Espírito Santo, mas também o Rio de Janeiro e todos os estados do Nordeste. Além disso, a fruta produzida também é destinada a outros países.
“Aqui a gente trabalha com exportação. Fizemos a primeira em 1995. Depois, com problema de câmbio, só voltamos a exportar em 2015. No início da pandemia, cancelou novamente porque não tinha frete aéreo para a Europa. Agora retomamos”, disse.
Plantio estratégico
De acordo com pesquisadores do Incaper, a recomendação é plantar abacate próximo a outras culturas, como na propriedade do produtor rural Miguel Quaiato, onde a fruta foi plantada perto de café e de bananas.
Recomendação é plantar abacate próximo a outras culturas.
Reprodução/TV Gazeta
“A matéria orgânica produzida por um, favorece o outro. A abacate favorece o café; o café a banana, e por aí vai. Além da questão do vento, porque a bananeira quebra o vento para o abacateiro, que quebra o vento para o pé de café. Um protege o outro”, disse.
Segundo o produtor, a expectativa para a safra de 2024 é positiva.
“O mercado aqui em Venda Nova já foi muito forte, e depois muitos disseram ter quebrado, mas não foi por falta de mercado, mas de qualidade. E hoje a gente prioriza a qualidade e vejo um mercado promissor”, comentou o produtor rural.
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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