Em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, mais de 100 propriedades se dedicam ao cultivo sem agrotóxico e conquistam selo brasileiro e até internacional de certificação orgânica. Produtores do ES investem em cultivo orgânico para aumentar a renda e melhorar a saúde
Um manejo cuidadoso aliado a um controle de pragas e fertilização do solo feita por microorganismos, como insetos, bactérias, fungos e plantas. É assim que cerca de 100 produtores de Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, estão se dedicando à agricultura orgânica, que garante ao consumidor alimentos livres de agrotóxicos. Além de aumentar a renda familiar, os agricultores comemoram também os efeitos na própria saúde.
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“Eu percebi que produzir produtos livres de agrotóxicos, com a qualidade boa e com a preservação do meio ambiente melhorou também a saúde das pessoas da minha família. Como a gente aplicava os defensivos – e também comíamos os alimentos – a gente também sentia os efeitos. Agora, não fico preocupado com as crianças e nem com os animais”, explicou o produtor rural Deolindo Butescke.
Produção orgânica em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo
Reprodução
Os produtores estão investindo cada vez mais em cultivos livres de pesticidas. E estão percebendo que há retornos no bolso e na saúde.
No bolso porque gastam menos com agrotóxicos e ganham mais na venda, já que são produtos mais requisitados e um pouco mais caros. Na saúde porque, além de consumirem menos “venenos”, também passam a ter menos contato com esses produtos na hora do manejo.
Produtores do ES investem em cultivo orgânico e têm aumento de renda e melhora da saúde
Reprodução/TV Gazeta
Deolindo a e família produzem cerca de 70 produtos livres de agrotóxicos. Entre as variedades, estão hortaliças, beterraba, tomate e pimentão. No entanto, segundo o produtor, nem sempre foi assim. Há cerca de 20 anos, a propriedade se dedicava ao cultivo de produtos com agrotóxicos.
“Era terrível. A gente gastava o dinheiro quase todo comprando agrotóxico, mas na hora de vender a gente perdia muito porque vendia muito barato. Às vezes, não pagava nem o serviço”, disse.
Manga, mamãe, batata, gengibre. Produtor do ES se dedica ao cultivo orgânico
Reprodução
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Em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, mais de 100 propriedades se dedicam ao cultivo orgânico e têm o selo brasileiro de certificação orgânica. 15 propriedades também têm certificação internacional desta modalidade produtiva.
Por que os alimentos orgânicos são mais caros que os convencionais?
De acordo com o extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Galderes Magalhães, a agricultura orgânica é fundamental para reduzir o uso de defensivos nas produções e, consequentemente, no consumo diário.
Alface orgânico produzido em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo
Reprodução
Além disso, os alimentos orgânicos são mais caros por alguns motivos:
Produção menor: a agricultura orgânica é feita, em grande parte, em pequenas propriedades familiares. É muito diferente das grandes lavouras de soja, por exemplo, que geram uma enorme quantidade de alimentos, com o estímulo de grãos geneticamente modificados para serem mais produtivos e resistentes a doenças.
E, neste caso, a conta é simples: quanto menor a quantidade produzida, maior é o seu custo.
Produções de orgânicos são menores, porém mais rentáveis.
Reprodução
Ritmo de produção: um alimento orgânico demora mais tempo para ficar pronto. Todo o controle de pragas e fertilização do solo são feitos com microorganismos, como insetos, bactérias, fungos e plantas. Esse tipo de manejo tem um efeito mais lento que os agrotóxicos e adubos químicos.
Regras ambientais e trabalhistas: a produção orgânica tem uma responsabilidade socioambiental maior, que é prevista em lei e é fiscalizada, o que exige mais investimentos por parte do produtor rural. Exemplos: o modo de produzir não pode contaminar o ar, o solo, a água e o empregador precisa garantir um ambiente limpo e seguro aos trabalhadores.
De onde vem o que eu como: o que são alimentos orgânicos e por que eles custam mais
O extensionista explicou ainda que há diversas formas de cultivar produtos orgânicos. Uma delas é por meio de estufas e até mesmo por um sistema de gotejamento para irrigar as culturas e evitar a proliferação de pragas.
” A gente pode lançar mão de plantas espontâneas, deixar elas se desenvolverem na área de cultivo. Tem as plantas que são atrativas de insetos que fazem o controle de pragas nas lavouras”.
Estufa em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo
Reprodução
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1 a cada 4 alimentos possuem resíduos de agrotóxicos
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um em cada quatro alimentos de origem vegetal tinha resíduos de pesticidas proibidos ou com nível acima do permitido. A pesquisa foi divulgada na avaliação de resíduos de agrotóxicos de 2022.
Uso de agrotóxicos pode causar graves riscos à saúde
SES/Divulgação
De acordo com a agência, foram analisadas 1.772 amostras de 13 alimentos de origem vegetal: amendoim, batata, brócolis, café em pó, laranja, feijão, farinha de mandioca, maracujá, morango, pimentão, quiabo, repolho e farinha de trigo.
41,1% das amostras não tinham resíduos;
33,9% das amostras com resíduos dentro do limite permitido;
25% das amostras com inconformidade, que pode ser a presença de um agrotóxico não autorizado ou com resíduos acima do limite permitido;
0,17%, equivalente a 3 amostras, apresentaram risco agudo.
Segundo a Anvisa, o risco agudo é o risco de danos à saúde pelo consumo de uma grande porção do alimento contendo resíduo de um determinado agrotóxico em curto espaço de tempo, como uma refeição ou um dia de consumo.
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Um manejo cuidadoso aliado a um controle de pragas e fertilização do solo feita por microorganismos, como insetos, bactérias, fungos e plantas. É assim que cerca de 100 produtores de Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, estão se dedicando à agricultura orgânica, que garante ao consumidor alimentos livres de agrotóxicos. Além de aumentar a renda familiar, os agricultores comemoram também os efeitos na própria saúde.
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“Eu percebi que produzir produtos livres de agrotóxicos, com a qualidade boa e com a preservação do meio ambiente melhorou também a saúde das pessoas da minha família. Como a gente aplicava os defensivos – e também comíamos os alimentos – a gente também sentia os efeitos. Agora, não fico preocupado com as crianças e nem com os animais”, explicou o produtor rural Deolindo Butescke.
Produção orgânica em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo
Reprodução
Os produtores estão investindo cada vez mais em cultivos livres de pesticidas. E estão percebendo que há retornos no bolso e na saúde.
No bolso porque gastam menos com agrotóxicos e ganham mais na venda, já que são produtos mais requisitados e um pouco mais caros. Na saúde porque, além de consumirem menos “venenos”, também passam a ter menos contato com esses produtos na hora do manejo.
Produtores do ES investem em cultivo orgânico e têm aumento de renda e melhora da saúde
Reprodução/TV Gazeta
Deolindo a e família produzem cerca de 70 produtos livres de agrotóxicos. Entre as variedades, estão hortaliças, beterraba, tomate e pimentão. No entanto, segundo o produtor, nem sempre foi assim. Há cerca de 20 anos, a propriedade se dedicava ao cultivo de produtos com agrotóxicos.
“Era terrível. A gente gastava o dinheiro quase todo comprando agrotóxico, mas na hora de vender a gente perdia muito porque vendia muito barato. Às vezes, não pagava nem o serviço”, disse.
Manga, mamãe, batata, gengibre. Produtor do ES se dedica ao cultivo orgânico
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Em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, mais de 100 propriedades se dedicam ao cultivo orgânico e têm o selo brasileiro de certificação orgânica. 15 propriedades também têm certificação internacional desta modalidade produtiva.
Por que os alimentos orgânicos são mais caros que os convencionais?
De acordo com o extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Galderes Magalhães, a agricultura orgânica é fundamental para reduzir o uso de defensivos nas produções e, consequentemente, no consumo diário.
Alface orgânico produzido em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo
Reprodução
Além disso, os alimentos orgânicos são mais caros por alguns motivos:
Produção menor: a agricultura orgânica é feita, em grande parte, em pequenas propriedades familiares. É muito diferente das grandes lavouras de soja, por exemplo, que geram uma enorme quantidade de alimentos, com o estímulo de grãos geneticamente modificados para serem mais produtivos e resistentes a doenças.
E, neste caso, a conta é simples: quanto menor a quantidade produzida, maior é o seu custo.
Produções de orgânicos são menores, porém mais rentáveis.
Reprodução
Ritmo de produção: um alimento orgânico demora mais tempo para ficar pronto. Todo o controle de pragas e fertilização do solo são feitos com microorganismos, como insetos, bactérias, fungos e plantas. Esse tipo de manejo tem um efeito mais lento que os agrotóxicos e adubos químicos.
Regras ambientais e trabalhistas: a produção orgânica tem uma responsabilidade socioambiental maior, que é prevista em lei e é fiscalizada, o que exige mais investimentos por parte do produtor rural. Exemplos: o modo de produzir não pode contaminar o ar, o solo, a água e o empregador precisa garantir um ambiente limpo e seguro aos trabalhadores.
De onde vem o que eu como: o que são alimentos orgânicos e por que eles custam mais
O extensionista explicou ainda que há diversas formas de cultivar produtos orgânicos. Uma delas é por meio de estufas e até mesmo por um sistema de gotejamento para irrigar as culturas e evitar a proliferação de pragas.
” A gente pode lançar mão de plantas espontâneas, deixar elas se desenvolverem na área de cultivo. Tem as plantas que são atrativas de insetos que fazem o controle de pragas nas lavouras”.
Estufa em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo
Reprodução
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1 a cada 4 alimentos possuem resíduos de agrotóxicos
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um em cada quatro alimentos de origem vegetal tinha resíduos de pesticidas proibidos ou com nível acima do permitido. A pesquisa foi divulgada na avaliação de resíduos de agrotóxicos de 2022.
Uso de agrotóxicos pode causar graves riscos à saúde
SES/Divulgação
De acordo com a agência, foram analisadas 1.772 amostras de 13 alimentos de origem vegetal: amendoim, batata, brócolis, café em pó, laranja, feijão, farinha de mandioca, maracujá, morango, pimentão, quiabo, repolho e farinha de trigo.
41,1% das amostras não tinham resíduos;
33,9% das amostras com resíduos dentro do limite permitido;
25% das amostras com inconformidade, que pode ser a presença de um agrotóxico não autorizado ou com resíduos acima do limite permitido;
0,17%, equivalente a 3 amostras, apresentaram risco agudo.
Segundo a Anvisa, o risco agudo é o risco de danos à saúde pelo consumo de uma grande porção do alimento contendo resíduo de um determinado agrotóxico em curto espaço de tempo, como uma refeição ou um dia de consumo.
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