Após suspender emissão de passagens aéreas da linha Promo, empresa está oferecendo vouchers para serem trocados por serviços, mas está parcelando o valor. Cada cupom só pode ser usado para uma compra, o que não está compensado para as pessoas. Gislaine Estevão e sua namorada compraram passagem para ir a Londres, que foi suspensa pela 123 Milhas.
Reprodução
Após suspender emissão de passagens aéreas da linha Promo, na sexta-feira (18), a 123 Milhas não está pagando corretamente o que deve a clientes, relatam consumidores ao g1.
A empresa está oferecendo vouchers parcelados no valor da compra, mais uma correção de 150% do CDI. Mas os cupons só podem ser usados 1 vez a cada compra, o que não cobre os gastos que os clientes tiveram com as viagens, segundo relatos.
123 Milhas: consumidor tem direito a ter o seu dinheiro de volta; entenda
É o caso analista de trade marketing Gislaine Estevão, de Joinville (SC). Em novembro de 2022, ela comprou 2 passagens no valor total de R$ 5.488 para Londres, na linha Promo, para ela e sua namorada viajarem em setembro deste ano.
Em trocas de conversa no WhatsApp, a 123 Milhas informou que Gislaine teria direito a 5 vouchers no valor de R$ 1.289, 68. O que, no total, dá R$ 6.448,40.
“São 5 vouchers, mas só posso usar 1 por compra. Então, eu teria que comprar 5 passagens no site deles”, conta Gislaine.
“Não tem como usarmos tudo de uma vez, eles arquitetaram muito bem esse golpe, pois quem tem coragem, agora, de comprar pela segunda vez com eles?”, lamenta.
Print de uma conversa de WhatsApp entre a 123 Milhas e Gislaine Estevão, de Joinville (SC).
Reprodução
Gislaine conta que, mesmo que ela usasse o voucher, o valor não cobriria nem o preço das passagens mais baratas que ela e a namorada encontraram no sábado (19). Elas não queriam perder a viagem.
“Acabamos pagando R$ 8.685,60, cada uma, nas novas passagens. […] Tivemos que parcelar, pois, com o dinheiro que guardamos, não daria para pagar mais essas passagens à vista”.
A 123 Milhas foi procurada pela reportagem para comentar este assunto, mas não retornou até a última atualização desta reportagem. Os serviços suspensos são referentes às viagens entre setembro e dezembro de 2023.
Veja também:
Procon-SP notificou 123 Milhas
‘Era nossa lua de mel’: casal de Maceió que teve compra cancelada
Diarista perdeu 1ª viagem para Europa após economizar
Viagem em família cancelada
Advogada Priscila Vieira, de Belém (PA), teve que desistir da viagem em família para Santiago do Chile, para conseguir ir a São Paulo.
Arquivo pessoal
A advogada Priscilla Vieira, de Belém do Pará, também recebeu vouchers parcelados. Mas, diferente de Gislaine, decidiu usá-los para conseguir viajar em outubro para São Paulo.
Ela solicitou não somente os cupons do bilhete para SP, como também os 10 vouchers de passagens aéreas que ela tinha emitido para 2024, para uma viagem em família a Santiago do Chile que, segundo ela, “já era”.
“Os vouchers do ano que vem são mais caros. Então, estou fazendo isso para tentar diminuir o meu prejuízo”, lamenta, acrescentando que ela tinha pagado todas as suas passagens à vista.
“Estou fazendo uma ‘dança das cadeiras’ com esses vouchers”.
Print enviado pela advogada Priscilla Vieira, de Belém (PA). No momento de realizar a compra, o consumidor se depara com a mensagem de que ele só pode usar 1 voucher a cada compra.
Reprodução
Print dos vouchers recebidos pela advogada Priscilla Vieira.
Arquivo pessoal
Cliente vai perder show
“Aluguei Airbnb, comprei ingresso, pedi férias no estágio. E, do nada, esse sonho me foi tirado. Com o valor do voucher, eu não consigo comprar passagens”, lamenta a estudante universitária Nicole Andrin, de Manaus (AM).
Ela e o namorado viajariam para São Paulo no dia 8 de outubro para ver o show do The Weekend. “Sou muito fã”, diz.
Para comprar as passagens, ela poderia usar um voucher no valor de R$ 1.644,63. “[Mas,] a passagem atualmente está custando R$ 1.800 por adulto”, conta.
Print da conversa de WhatsApp entre Nicole Andrin e a 123 Milhas.
Reprodução
Violação do Código do Consumidor
Ainda nas trocas de mensagens entre a 123 Milhas e Gislaine, a empresa diz à cliente que ela só tem a opção de receber o voucher, sendo que o artigo 35 do Código Brasileiro do Consumidor garante a restituição do dinheiro. Veja trecho:
Print de uma conversa de WhatsApp entre a 123 Milhas e Gislaine Estevão, de Joinville (SC).
Reprodução
Secretário Nacional do Consumidor diz que 123 Milhas precisa oferecer outras modalidades de ressarcimento
Reprodução
Após suspender emissão de passagens aéreas da linha Promo, na sexta-feira (18), a 123 Milhas não está pagando corretamente o que deve a clientes, relatam consumidores ao g1.
A empresa está oferecendo vouchers parcelados no valor da compra, mais uma correção de 150% do CDI. Mas os cupons só podem ser usados 1 vez a cada compra, o que não cobre os gastos que os clientes tiveram com as viagens, segundo relatos.
123 Milhas: consumidor tem direito a ter o seu dinheiro de volta; entenda
É o caso analista de trade marketing Gislaine Estevão, de Joinville (SC). Em novembro de 2022, ela comprou 2 passagens no valor total de R$ 5.488 para Londres, na linha Promo, para ela e sua namorada viajarem em setembro deste ano.
Em trocas de conversa no WhatsApp, a 123 Milhas informou que Gislaine teria direito a 5 vouchers no valor de R$ 1.289, 68. O que, no total, dá R$ 6.448,40.
“São 5 vouchers, mas só posso usar 1 por compra. Então, eu teria que comprar 5 passagens no site deles”, conta Gislaine.
“Não tem como usarmos tudo de uma vez, eles arquitetaram muito bem esse golpe, pois quem tem coragem, agora, de comprar pela segunda vez com eles?”, lamenta.
Print de uma conversa de WhatsApp entre a 123 Milhas e Gislaine Estevão, de Joinville (SC).
Reprodução
Gislaine conta que, mesmo que ela usasse o voucher, o valor não cobriria nem o preço das passagens mais baratas que ela e a namorada encontraram no sábado (19). Elas não queriam perder a viagem.
“Acabamos pagando R$ 8.685,60, cada uma, nas novas passagens. […] Tivemos que parcelar, pois, com o dinheiro que guardamos, não daria para pagar mais essas passagens à vista”.
A 123 Milhas foi procurada pela reportagem para comentar este assunto, mas não retornou até a última atualização desta reportagem. Os serviços suspensos são referentes às viagens entre setembro e dezembro de 2023.
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Arquivo pessoal
A advogada Priscilla Vieira, de Belém do Pará, também recebeu vouchers parcelados. Mas, diferente de Gislaine, decidiu usá-los para conseguir viajar em outubro para São Paulo.
Ela solicitou não somente os cupons do bilhete para SP, como também os 10 vouchers de passagens aéreas que ela tinha emitido para 2024, para uma viagem em família a Santiago do Chile que, segundo ela, “já era”.
“Os vouchers do ano que vem são mais caros. Então, estou fazendo isso para tentar diminuir o meu prejuízo”, lamenta, acrescentando que ela tinha pagado todas as suas passagens à vista.
“Estou fazendo uma ‘dança das cadeiras’ com esses vouchers”.
Print enviado pela advogada Priscilla Vieira, de Belém (PA). No momento de realizar a compra, o consumidor se depara com a mensagem de que ele só pode usar 1 voucher a cada compra.
Reprodução
Print dos vouchers recebidos pela advogada Priscilla Vieira.
Arquivo pessoal
Cliente vai perder show
“Aluguei Airbnb, comprei ingresso, pedi férias no estágio. E, do nada, esse sonho me foi tirado. Com o valor do voucher, eu não consigo comprar passagens”, lamenta a estudante universitária Nicole Andrin, de Manaus (AM).
Ela e o namorado viajariam para São Paulo no dia 8 de outubro para ver o show do The Weekend. “Sou muito fã”, diz.
Para comprar as passagens, ela poderia usar um voucher no valor de R$ 1.644,63. “[Mas,] a passagem atualmente está custando R$ 1.800 por adulto”, conta.
Print da conversa de WhatsApp entre Nicole Andrin e a 123 Milhas.
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Violação do Código do Consumidor
Ainda nas trocas de mensagens entre a 123 Milhas e Gislaine, a empresa diz à cliente que ela só tem a opção de receber o voucher, sendo que o artigo 35 do Código Brasileiro do Consumidor garante a restituição do dinheiro. Veja trecho:
Print de uma conversa de WhatsApp entre a 123 Milhas e Gislaine Estevão, de Joinville (SC).
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Secretário Nacional do Consumidor diz que 123 Milhas precisa oferecer outras modalidades de ressarcimento
g1 > Turismo e Viagem
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