Segundo instituto, se mantido cenário atual para o próximo ano, produção do alimento típico do brasileiro não dará conta do consumo anual do país. Feijão foi um dos produtos com maior aumento durante a quarentena.
TV Globo / Reprodução
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (10) uma atualização para a produção agrícola brasileira em 2020 e em 2021.
Para este ano, o IBGE prevê que a safra deverá ser 4,4% maior do que a de 2019, representando um novo recordo. Está prevista a colheita de 252 milhões de toneladas.
Em 2021, a expectativa de novo recorde, porém com colheitas menores de arroz e feijão, assim como a prevê Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No caso deste último, o IBGE afirma que, se mantiver a produção atual, o país precisará importar o alimento.
De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), os três principais produtos do grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2020 são o arroz, o milho e a soja, que, somados, representam 92,7% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida.
Na comparação com a produção do ano anterior, houve acréscimos de 7,1% para a soja, de 7,8% para o arroz e de 0,4% para o milho houve crescimento de 2,3% no milho de 1ª safra e decréscimo e de 0,3% na 2ª safra.
Novo recorde em 2021
Já para o ano que vem, a previsão do IBGE é de que a produção brasileira alcance 256,8 milhões de toneladas, superando o recorde deste ano.
A colheita histórica deverá vir, especialmente, do aumento na produção de soja e da produção das três safras de milho.
O IBGE estima que, em 2021, haverá declínios nas produções da segunda safra do milho (-2,4%), do arroz (-1,8%), do algodão herbáceo em caroço (-13,6%), do feijão 1ª safra (-0,3%), do feijão 2ª safra (-7,0%) e do feijão 3ª safra (-5,4%).
Necessidade de importar feijão
Com safra menores de arroz e feijão para 2021, o IBGE acredita que a situação do último seja a mais preocupante, com uma possível necessidade de importação.
“O Brasil consome cerca de três milhões de toneladas de feijão e o prognóstico estima a produção em 2,8 milhões de toneladas, o que quer dizer que o país poderá precisar importar um pouco de feijão, a menos que essa produção aumente em 2021”, diz o analista de Agropecuária do IBGE, Carlos Barradas.
Porém, Barradas destaca que as projeções ainda podem mudar durante o ano, com mais produtores investindo na atividade.
“Para o arroz, a gente espera uma produção de 10,9 milhões de toneladas, é um aumento de 0,6% em relação ao primeiro prognóstico. Contudo, é um declínio de 1,8% em relação a 2020. Essa quantidade de arroz atende ao consumo interno e provavelmente não haverá necessidade de importação de arroz”, explica.
Vale destacar que o preço do arroz subiu 69,5% de janeiro a novembro deste ano, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país. Já o feijão preto subiu 40,5% e o tipo carioca, o mais consumido no país, 12,9%.
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