O mercado consumidor mais exigente e, consequentemente, que melhor remunera a produção agrícola, foca na aquisição de produtos isentos de defensivos agrícolas, sem perder o padrão de qualidade. Dentro deste contexto, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) surge como alternativa para inserção no campo, como conjunto de medidas que mantém as pragas abaixo do nível de dano econômico, levando-se em conta critérios econômicos, ecológicos e sociais.
O tema, levado para a realidade da agricultura familiar do Estado, será abordado na segunda edição do Simpósio Estadual de Fitossanidade – Resgatando a Sustentabilidade. A participação é gratuita e não exige inscrição. O evento é realizado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e será transmitido ao vivo pelo Facebook da instituição @semagroms (programação abaixo).
Na avaliação do superintendente de Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar, Rogério Beretta, para os produtores familiares o MIP e, consequentemente, o controle biológico proporcionam alternativa que conquistam o mercado consumidor. “A agricultura familiar de base agroecológica, além de contar com o aumento da biodiversidade em seus cultivos, alcança consideráveis ganhos socioeconômicos pela melhoria do alimento produzido, menor dependência de insumos externos, maior diversificação e produtividade e também aumento na quantidade de alimentos comercializáveis”, enumerando os benefícios da fitossanidade.
O controle biológico busca restaurar o equilíbrio do ambiente, através do uso de organismos naturais (insetos parasitoides, ácaros predadores) e microbiológicos (fungos, bactérias, vírus e nematoides), no controle e no combate de pragas na agricultura, de forma natural, contribuindo para a redução do risco de poluição do meio ambiente, diminuição da exposição a produtos tóxicos, ausência de resíduos em alimentos e na conscientização da importância dos insetos benéficos, que polinizam as plantas, fazem o controle natural de insetos e pragas, e também contribuem para a decomposição da matéria orgânica e ciclagem de nutrientes.
Aos produtores familiares, ele ressalta: “a aplicação dos MIP é viável em todo tipo de propriedades, no caso de pequenas propriedades sua implantação é até mesmo facilitada, uma vez que o monitoramento de pragas, principal ferramenta do MIP, pode ser realizado de forma intensiva. Vale ressaltar que o produtor deve ser capacitado para identificar os insetos e saber o momento correto de intervir”.
O representante da Semagro fala ainda que a adoção dessa tecnologia além de promover a sanidade e a sustentabilidade na agricultura familiar e mitigar os impactos ao ambiente e a saúde humana e animal, ajuda a reduzir a quantidade de insumos utilizados na produção e consequentemente seu custo, além de reduzir os prejuízos causados por perdas da produção causadas por pragas. “Para isso, programas de gestão da qualidade, certificação, boas práticas agrícolas, visão estratégica do mercado nacional e internacional e das cadeias produtivas são alguns dos desafios a serem alcançados para a sustentabilidade na defesa fitossanitária”, salienta.
Simpósio Estadual de Fitossanidade
O evento é voltado para produtores rurais, fiscais agropecuários federais e estaduais, gestores de desenvolvimento rural, técnicos, consultores, produtores, estudantes de graduação e pós-graduação, professores e pesquisadores envolvidos na produção e defesa sanitária vegetal.
Serão três tardes de intenso conteúdo. Confira a programação que será totalmente transmitida pelo Facebook da Semagro.
Ana Brito, Subcom
Foto: Edemir Rodrigues
Fonte: Governo do Estado de Mato Grosso do Sul