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Brasil testa trigo transgênico no Cerrado à medida que oferta global aperta com guerra na Ucrânia

Plantio teste está sendo feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); tentativa é tornar o país menos dependente de importações do cereal. Produção de trigo na cidade ucraniana de Nikolaev
Vincent Mundy/REUTERS
O Brasil passou a testar uma variedade de trigo geneticamente modificado e que é resistente ao clima seco para tentar se tornar menos dependente de importações do cereal à medida que a oferta global aperta com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
De acordo com o pesquisador Jorge Lemainski, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a agência fez uma parceria com a empresa argentina Bioceres, que desenvolveu esse tipo de trigo.
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A Embrapa, então, recebeu a aprovação regulatória da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em março deste ano e começou a plantar a variedade do alimento em campos de teste perto de Brasília, no Cerrado, onde os agricultores tradicionalmente plantam soja e milho.
Os dados sobre o desenvolvimento do alimento poderão ser analisados daqui a dois meses, em agosto.
Plantio teste
O plantio de teste começou logo após a invasão da Rússia na Ucrânia, grande exportadora de grãos, que levou os preços do trigo a quase recordes. O Brasil é o maior exportador mundial de soja, mas é um importador líquido de trigo.
Cerca de 90% do alimento que o Brasil cultiva é do Sul, região com clima mais ameno. Plantar a safra mais ao norte poderia aumentar muito a quantidade de trigo cultivada no Brasil, enfatiza a Embrapa.
De onde vem: conheça a produção do trigo no Brasil
Uma pesquisa recente mostrou que mais de 70% dos consumidores no Brasil consumiriam trigo transgênico, um sinal de que a oposição às culturas geneticamente modificadas está diminuindo.
O governo do presidente Jair Bolsonaro, aliado do poderoso lobby agrícola brasileiro, gostaria de reduzir a dependência do país das importações de trigo da vizinha Argentina e aumentar as exportações do cereal do Brasil.
“Qualquer potencial plantio comercial de trigo transgênico pode demorar ainda cerca de quatro anos, com pendências de resultados de testes de plantio e aprovações regulatórias”, disse Lemainski.
“Uma coisa é fazer pesquisa e outra é fazer agricultura extensiva”, ressalta.
Problemas em tentativas
Tentativas anteriores de desenvolver trigo geneticamente modificado foram problemáticas. A empresa de sementes Monsanto engavetou os planos de desenvolver trigo geneticamente modificado nos Estados Unidos em 2004 devido a preocupações com a rejeição de compradores estrangeiros e temores de que as plantas de teste pudessem entrar no suprimento de alimentos.
O Japão parou de comprar trigo do Canadá em 2018, depois que grãos contendo uma característica geneticamente modificada foram descobertos na província de Alberta.

Fonte:

g1 > Agronegócios

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