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Máquinas autônomas para o campo são realidade, mas operação ainda esbarra na conectividade

De tratores, pulverizadores às colheitadeiras, as máquinas agrícolas autônomas são alguns dos grandes destaques da feira e com eles, o desejo de um campo mais conectado. A Arbus 400 JAC, da Jacto, é uma das novidades mais tecnológicas para lavouras Agrishow 2022 Ribeirão Preto, SP
Jacto/Divulgação
Operar máquinas agrícolas à distância, da tela do celular, já é uma realidade possível no campo. As máquinas autônomas são equipamentos que em diferentes situações, podem realizar o trabalho na lavoura com mínima intervenção humana. Algumas nem precisam de um motorista na cabine.
Na Agrishow, feira internacional de tecnologia para o agronegócio em Ribeirão Preto (SP), visitantes podem conhecer os modelos disponíveis no Brasil. Porém a autonomia total ainda tem seus limites.
Sem legislação específica para esse tipo de maquinário e ainda dificuldades na conectividade do campo, empresas que oferecem esses produtos podem apenas entregá-los como serviço, ou seja, a máquina é “alugada” pelo produtor e controlada pela empresa, que oferece todo o suporte necessário.
A ConectarAgro é uma associação criada entre empresas de máquinas, telefonia e produtores rurais visando viabilizar a internet 4G no território rural brasileiro. O líder do comitê institucional da associação, Renato Carlos Coutinho, explica que antes do país poder contar com máquinas totalmente autônomas de forma ampla, é preciso lidar com o problema da conectividade no campo.
“É a primeira automação básica, sacar o nosso smartphone quando você estiver trabalhando no meio da lavoura e funcionar. Imaginar o cara trabalhando numa área que já é remota e qualquer problema que ele tem, ele não consegue completar a ligação. Essa realidade é o básico da automação”, explica Coutinho.
Com tablet ou smartphone, máquinas no campo poderão ser operadas de qualquer lugar Agrishow 2022 Ribeirão Preto, SP
Case/Divulgação
Segundo dados da Conectaragro, cerca de 70% das propriedades rurais no Brasil ainda não têm acesso à internet. Apesar dos entraves, o desenvolvimento de tecnologias para o meio rural não param e as empresas se mostram preparadas para o campo conectado.
“A automação de máquinas agrícolas podem passar por cinco etapas, que vão do uso de direcionamento automático – o que já existe desde os anos 2000 – até a autonomia total onde através de inteligência artificial a máquina realiza todas as funções e o produtor recebe os dados via nuvem”, afirma Gerson Filippini, gerente de mercado, produto e tecnologia da Case, uma das empresas expositoras da feira.
A Axial-Flow Série 250 opera por inteligência artificial; máquina da Case está exposta na Agrishow 2022 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
Revolução no campo
Tanto a colheitadeira Axial-Flow série 250 Automation e o trator Magnum AFS Connect têm tecnologias de automação, facilitando vários aspectos da produção e fornecendo informações importantes para o produtor.
Conectado com a rede 4G do celular, o sistema pode enviar diretamente para a cabine mapas de prescrição, linhas de orientação e dados organizados. Também é possível acessar remotamente o monitor do trator e visualizar em tempo real a tela do operador para auxiliar em dúvidas operacionais e de configurações.
O trator Magnum AFS Connect é um dos destaques da Case na Agrishow 2022 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
A exemplo das empresas que oferecem soluções totalmente autônomas está a Jacto com a pulverizadora Arbus 4000 JAC. Voltada para o mercado de citros, a máquina nem tem a cabine de piloto, sendo controlada totalmente de forma remota.
“É uma máquina que tem todo um sistema de inteligência e sensores que permitem ela andar sozinha e trazem uma série de funcionalidades, como poder operá-la de um tablet e acompanhar em tempo real toda operação que ela está fazendo”, diz Rodrigo Gomes Madeira, gerente de negócios da marca.
“Ela tem sensores que ajudam a caminhar e a entender as distâncias em relação aos pés [lavoura], achar os obstáculos no meio do caminho para que se consiga identificar e poder parar com segurança o processo de trabalho que ela está fazendo.”
A Arbus 400 JAV, da Jacto, é uma das revoluções tecnológicas para o campo e está exposta na Agrishow 2022
Jacto/Divulgação
Arbus 4000 JAC também conta com um sistema de escaneamento a laser para avaliar a massa foliar da planta, identificando o tamanho e proporção, bem como onde existe massa verde. Com esses dados, é possível que a máquina determine a melhor pulverização para o plantio, evitando desperdício de produto e energia.
Já a colheitadeira S790 da John Deere é a maior máquina do portfólio da marca para a colheita de grãos como soja, milho e culturas de inverno no Brasil. Flávio Dojas, especialista de produto e mercado da marca, explica que o sistema de automação garante 28% a mais de produtividade, rendimento ou capacidade operacional.
“A máquina basicamente tem uma inteligência própria pra que ela se autoajuste, priorizando sempre a máxima eficiência de colheita. Toda produtividade dessa máquina é medida por três sensores de carga que estão localizados dentro do tanque dela. O produtor não precisa mais ficar aferindo os sensores de produtividade, umidade e temperatura que são muito importantes na colheita de grãos.”
A colheitadeira S790 da John Deere é a maior do portfólio da marca para grãos como soja e está exposta na Agrishow 2022 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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