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Qual chapada é a sua cara? Saiba o que esperar de Diamantina, Veadeiros, Guimarães e Mesas


Da mais mística à mais ‘roots’, descubra quais delas têm acesso mais fácil e também a mais recomendada para todas as idades. Chapadas estão entre os destinos mais incríveis do Brasil
Fabio Tito/Rafael Miotto/g1/Globo Repórter
O Brasil também é o país das chapadas. Diamantina, Veadeiros, Guimarães e Mesas estão entre os destinos de quem gosta de trilhas, cachoeiras e natureza deslumbrante.
Quem visita esses lugares garante que a experiência é inesquecível; a sensação é de se entrar em um “mundo à parte”.
“As chapadas têm uma imponência, uma energia muito forte. São experiências que a gente leva para o resto da vida”, diz Flávio Ojidos, consultor ambiental.
O trio formado por Diamantina, na Bahia, Veadeiros, em Goiás, e Guimarães, no Mato Grosso, é o mais lembrado, mas a Chapada das Mesas, no Maranhão, também tem ganhado fama. Além das mais conhecidas, novas chapadas estão começando a ser visitadas pelos turistas em SP, MT e no Nordeste.
As formações elevadas com o topo plano, como se fossem amassadas, são as responsáveis pelo nome “chapada”.
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Mesmo com muitas coisas em comum, cada uma delas possui belíssimas atrações e uma identidade que pode combinar com a sua.
Veja onde ficam as mais famosas chapadas do Brasil
Wagner Magalhães/Rafael Miotto/g1
? Chapada dos Veadeiros – Goiás ?
A mais mística das chapadas
é boa para começar…
Chapada dos Veadeiros, GO
Fábio Tito/G1
Não é simples dar apenas uma característica para cada chapada. Elas são tão diversas que, com suas tantas facetas, é fácil agradar quase todo tipo de viajante.
“Lá a gente encontra uma coisa mais mística, mas também existe uma grande diversidade de atrativos naturais”, relembra Flávio Ojidos, que também já visitou Guimarães e Diamantina.
Especialistas indicam que a Chapada dos Veadeiros é a mais eclética de todas, além de ter um dos acessos mais fáceis, tanto aéreo como rodoviário (veja mais na parte “como chegar”).
Gabrielle Monteiro, especialista em ecoturismo, em visita à Chapada dos Veadeiros
Gabrielle Monteiro / arquivo pessoal
Lá você vai encontrar desde trilhas longas e difíceis, como a Travessia Leste, que dura dias, até cachoeiras de fácil acesso, onde é preciso se deslocar apenas poucos metros a pé.
Uma das principais atrações, o Vale da Lua, que tem uma trilha de apenas 900 metros. Bem no clima de extraterrestres (muita gente afirma ver óvnis na Chapada), o local tem formações que parecem de outro planeta e pequenas “banheiras” esculpidas nas rochas para relaxar.
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Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros, tem visual de “outro mundo”
Rafael Miotto/g1/arquivo
É imperdível também visitar a comunidade quilombola dos kalunga, onde fica a cachoeira Santa Bárbara, considerada uma das mais belas dos Veadeiros.
Conheça mais sobre os kalunga:

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E a cachoeira de Santa Bárbara:
Cachoeiras com águas cristalinas são atrativo de região quilombola na Chapada dos Veadeiro
Com a natureza deslumbrante do cerrado, não se assuste se se deparar com um lobo-guará em meio às trilhas. As acomodações vão desde hostels descolados e acessíveis até pousadas de luxo.
Para se hospedar, as cidades com mais infraestrutura são Alto Paraíso e São Jorge, mas também há outras opções, como Cavalcanti.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros abrange 240.611 hectares — área maior que a do estado de Sergipe.
Qual a melhor época do ano para ir
O Parque pode ser visitado durante o ano todo, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O período de seca vai de maio a outubro, quando as cachoeiras ficam mais acessíveis e com águas mais calmas e cristalinas, e as chuvas se estendem de novembro a abril.
Como chegar
A entrada está localizada no distrito de São Jorge, a 36 km do município de Alto Paraíso, porém existem diversas atrações também fora do Parque — algumas delas podem ter taxa de entrada.
Saindo de Brasília, a viagem é de 260 km, enquanto de Goiânia, leva 460 km. Ir por Brasília é uma boa alternativa porque há muitas opções de voos e é possível achar passagens mais em conta.
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Alguns acessos são feitos apenas com veículos 4×4, por isso é necessário cuidado ao se deslocar na Chapada dos Veadeiros.
Fábio Tito/G1
O indicado é alugar carro, se possível, para poder se deslocar até a Chapada dos Veadeiros, e também para acessar as atrações de lá.

Só é preciso verificar como estão as condições de estradas próximas de cachoeiras, que podem estar alagadas, especialmente no período de cheias.
? Chapada Diamantina – Bahia ?️
A mais ‘roots’
“Eu deixaria a Diamantina por último”, diz Gabrielle Monteiro, especialista em ecoturismo e gerente de marketing da Pisa Trekking, agência que atua na área há 34 anos.
Chapada Diamantina, na Bahia, é considerada a mais ‘roots’ por especialistas
Rafael Miotto/g1/arquivo
Essa frase resume bem o que espera os visitantes na Chapada Diamantina. Seus 152.000 hectares, equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo, possuem uma grande biodiversidade e três biomas brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.
Com mais 300 quilômetros de trilhas, ela é indicada para aqueles que gostam de caminhadas mais longas e difíceis. Quem vai para lá garante que sua grandiosidade é única, por isso seria interessante visitar outras chapadas antes.
O consultor ambiental Flávio Ojidos, na Cachoeira do Sossego, na Chapada Diamantina, em 2011
Flávio Ojidos / arquivo pessoal
Uma das “pérolas” da Diamantina é a travessia do Vale do Pati, considerado um dos trekkings mais bonitos do Brasil. Com duração de 3 a 5 dias, o passeio cruza o interior da Chapada, e os visitantes podem dormir nas casas dos moradores locais.
O Globo Repórter mostrou como é a “trilha mais bonita do Brasil”. Assista:
Globo Repórter – Chapada Diamantina –
Mas as atrações vão muito além das trilhas e belíssimas cachoeiras, como a da Fumaça e o Buracão, há ainda poços com águas transparentes e azuladas, como o Poço Azul, e os marimbus — um “mini-pantanal” com áreas alagadas.
Cachoeira da Fumaça, na Chapada Diamantina, tem 380 metros de altura
Rafael Miotto/g1/arquivo
Qual a melhor época do ano para ir
É possível visitar a Chapada Diamantina em qualquer época do ano. O período chuvoso vai de novembro a março, quando as trilhas ficam mais difíceis e as cachoeiras mais volumosas.
Como chegar
Para quem vai de avião existem duas opções: o aeroporto de Lençóis, que fica apenas 24 km do centro da cidade, uma das bases para explorar a Diamantina.
Também dá para ir via Salvador, mas a viagem rodoviária é longa: são 420 quilômetros em mais de 6 horas de estrada.
Tanto de Lençóis como de Salvador partem transfers para a Chapada, mas também é uma alternativa alugar veículo para roda pela Chapada.
De norte a sul da Chapada, por exemplo, existem trajetos de mais de 225 km, que podem levar 3 horas ou mais em deslocamento rodoviário.
?Chapada dos Guimarães – Mato Grosso ?
Acesso fácil
Parque de Chapada dos Guimarães tem várias cachoeiras
Marcos Vergueiro/Secom-MT
Além das belezas em seus 32.630 hectares, a Chapada dos Guimarães é a mais próxima de uma capital, nesse caso, Cuiabá, o que a deixa uma das mais fáceis de ser visitada (veja mais na parte de como chegar).
É uma área de cerrado e abriga a nascente de rios de extrema importância para o Brasil — Paraguai, Araguaia, Tocantins, Juruena-Tapajós e São Francisco.
Na região já foram catalogados ao menos 46 sítios arqueológicos e encontrados ossos de dinossauros.
Com 86 metros de queda d’água, cachoeira do Véu de Noiva é um dos cartões postais do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães
Dhiego Maia/G1
Com essa facilidade de acesso, é possível fazer bate-volta direto de Cuiabá — a 50 km do Parque — ou ficar na cidade de Chapada dos Guimarães — a 11 km da Chapada.
Cachoeira do Véu de Noiva, formada pelo rio Coxipó, é uma das principais atrações, assim como Morro de São Jerônimo, veredas do Rio Claro, a Cidade de Pedra e o Circuito das Cachoeiras (que inclui a Casa de Pedra).
Chapada dos Guimarães, em Moto Grosso
Embratur
Qual a melhor época do ano para ir
O parque pode ser visitado o ano todo, e o período de dezembro a março tem maior incidência de chuvas.
De julho a outubro é época de seca, com altas temperaturas e possibilidade de incêndios florestais, indica o ICMBio.
Como chegar
Para quem vai de avião, o destino deve ser Cuiabá. Muitos passeios saem da própria capital, mas também é possível se hospedar na cidade de Chapada dos Guimarães, ondes você estará muito próximo ao Parque.
? Chapada das Mesas – Maranhão ?
‘Isolada’, a mais tranquila para todas as idades
Encanto Azul é uma das belas surpresas da Chapada das Mesas
Globo Repórter
A “novata” entre as que têm atraído os visitantes é Chapada das Mesas. Apesar de ter sido criado em 2005, este Parque Nacional tem ganhado mais notoriedade nos últimos anos.
Se por um lado fica meio isolada, a 840 km de São Luis, e 500 km de Palmas (veja detalhes de como chegar mais abaixo na reportagem), ela se destaca por ser uma boa opção para todas idades.
“É a mais fácil e na maior parte das atrações é preciso caminhar pouco. Com ajustes, fica ideal para idosos e crianças. Considerando que vá de carro”, afirma Gabrielle Monteiro, da Pisa Trekking.
O Globo Repórter mostrou como são algumas das “mesas” dessa Chapada:
Chapéu, dedo e até leão: formas surpreendem na Chapada das Mesas
São 160.046 hectares de Cerrado nos municípios de Carolina, Riachão, Estreito e Imperatriz, no centro-sul do Maranhão.
O nome vem das suas formações que para muitos lembram “mesas”. Um dos atrativos é a temperatura de suas águas, considerada mais amenas que a das outras chapadas.
As cachoeiras de São Romão e da Prata, além do Morro do Chapéu são algumas das belezas mais visitadas. O santuário ecológico de Pedra Caída, com uma variedade de quedas d’água, também está entre os pontos imperdíveis.
Qual a melhor época do ano para ir
A Chapada das Meses pode ser visitada durante todo o ano. Entre os meses de maio e setembro é o período de menos chuva, o que favorece as caminhadas, mas as cachoeiras ficam menos volumosas.
Como chegar
Para quem vai de avião, a maneira mais fácil é pelo aeroporto de Imperatriz, de lá, ainda tem um deslocamento de 200 km até Carolina, a principal base das Mesas.

Fonte:

g1 > Turismo e Viagem

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