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Planta de biogás em SP pode produzir energia para abastecer cidade de 150 mil habitantes por um ano


Usando vinhaça e torta de filtro, subprodutos da cana-de-açúcar, usina de Guariba (SP) estima produção de 138 mil mw/h para a safra 2021/22. ‘É o pré-sal caipira’, diz ministro de Minas e Energia. Planta de Biogás em Guariba (SP) foi inaugurada nesta sexta-feira (16)
Chico Escolano / EPTV
Uma planta de biogás à base de subprodutos da cana-de-açúcar em Guariba (SP) é capaz de produzir energia elétrica para abastecer, durante um ano, uma cidade de 150 mil habitantes. A usina estima produção de 138 mil megawatt-hora (MWh) já a partir da safra 2021/22, com início previsto para abril.
O projeto, inaugurado nesta sexta-feira (16), foi chamado de ‘pré-sal caipira’ pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que esteve na cerimônia junto com o presidente Jair Bolsonaro e outras autoridades.
Segundo a Raízen, empresa responsável pela planta, desse total de energia gerada, 96 mil MWh serão vendidos dentro de um contrato negociado em leilão, firmado em 2016, dois anos antes do início da construção do projeto. O restante pode ser negociado em mercado livre ou em outros contratos.
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Os combustíveis usados para a geração de energia serão a vinhaça, que será utilizada durante toda a safra, a torta de filtro, utilizada na entressafra. Na usina, em Guariba, o processamento anual de cana-de-açúcar é de 5 milhões de toneladas.
No processo produtivo, bactérias transformarão os subprodutos em biogás. Depois, o gás produzido é levado por dutos até geradores, onde será queimado e transformado em energia elétrica.
Vinhaça e torta de filtro, subprodutos da cana-de-açúcar, são usados para produção de energia em Guariba (SP)
Chico Escolano /EPTV
Pré-sal capira
A empresa também afirma que parte desse biogás ainda pode ser utilizado como biometano após processo de purificação e compressão.
Nesta sexta-feira, o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque batizou a operação de ‘pré-sal caipira’, em alusão à reserva de petróleo e gás natural encontrada pela Petrobras a mais de sete mil metros abaixo do nível do mar brasileiro, em 2006.
“O biogás e o biometano, além de ser utilizados na geração de energia elétrica, podem também substituir o óleo diesel utilizados nos ônibus, caminhões e máquinas agrícolas. Ou mesmo, no caso do biometano, ser gerado na rede de gasoduto (…) É o pré-sal caipira”, afirmou.
O presidente da Raízen, Ricardo Mussa, explica que a planta pode gerar até 50% da capacidade de produção de energia elétrica da usina sem precisar aumentar a plantação de cana-de-açúcar, já que a vinhaça e a torta de filtro retornam para o solo como adubo.
“Se o setor de cana-de-açúcar adotasse o biogás, você consegue abastecer 16% de toda a energia elétrica que o Brasil precisa hoje. É trazer o gás para o interior”, diz.
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, durante visita a Guariba (SP)
Chico Escolano / EPTV
Nova onda
No Brasil, 521 plantas de biogás estavam em operação em 2019, segundo levantamento da Associação Brasileira de Biogás. Dessas, a maioria gera energia por meio da suinocultura, seguida por resíduos de aterro sanitário e esgoto, e, também, por derivados da cana, como a palha.
Usando vinhaça e torta de filtro, também provenientes dos canaviais, a planta de Guariba é a segunda do país. A outra fica em Paraíso do Norte (PR). Há, ainda, outras duas em fase de instalação no Brasil, nos estados de São Paulo e Goiás.
Plínio Nastari, CEO da Datagro, consultoria agrícola, afirma que a produção de biogás no setor sucroenergético é de 56 milhões de metros cúbicos por dia, equivalente a quase o triplo que que o Brasil exporta da Bolíva, que gira entorno de 20 milhões.
Além disso, para Nastari, o biogás pode substituir até 44% do diesel utilizado no país e coloca o Brasil como referência em produção de fontes de energias renováveis, sobretudo após os inícios de operação do RenovaBio, política de biocombustíveis visa incentivar empresas do setor a cumprir rigorosas regras contra o desmatamento para expansão agrícola, em vigor desde o final de 2019.
“É um patamar inigualável no mundo em termos de sustentabilidade. Porque cria uma referência para uso de resíduos orgânicos em várias áreas. É aproveitamento de resíduos na área de frigoríficos, em outras culturas como soja, milho, arroz. É um potencial enorme”, explica.
Planta de biogás, em Guariba (SP)
Chico Escolano / EPTV
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Assista ao EPTV 1 de sexta-feira (16)

Fonte:

G1 > AGRO

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