Produção evita desperdício, pois pega restos de indústrias de guacamole e óleo no México. Bioplástico pode se decompor dentro de um ano, quando em condições ideais. Semente do abacate é matéria-prima para plástico descartável
Divulgação / Biofase
A semente do abacate pode virar canudo, talher, prato e até marmita descartável. A iniciativa é da empresa mexicana Biofase, que desenvolveu um plástico biodegradável a partir da fruta.
Uma das vantagens de usar o abacate como matéria-prima é que ele é uma fonte renovável, então para obter mais plástico, basta plantar, diferentemente do petróleo, que pode ser esgotado. Além disso, este tipo de produto se decompõem mais rapidamente.
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Canudo de abacate: semente da fruta é matéria-prima para plástico descartável. A promessa da Biofase é que em 240 dias, 60% do produto será decomposto – este valor corresponde à quantidade de semente na estrutura do item.
Mas, para esses prazos serem cumpridos, é necessário que o material esteja em um ambiente com temperatura de 2°C a 80°C, úmido, com bactérias e fungos para a decomposição.
Além disso, não é recomendado o uso por mais de uma vez, por causa de seus componentes naturais. Ainda assim, a empresa conta que o material é extremamente forte e durável.
Abacate é matéria-prima para plástico descartável
Divulgação / Biofase
A transformação
Essa metamorfose da semente em um canudo, por exemplo, foi pensada pelo pesquisador mexicano Scott Munguia em 2013. Ele viu que o abacate tem componentes que permitem que a semente seja convertida em polímeros, que são macromoléculas usadas na produção do plástico biodegradável.
A empresa considera que o ciclo do produto é renovável do começo ao fim. Isso porque os grãos vêm da indústria mexicana de processamento de abacate que produzem guacamole ou óleo, assim evitando o desperdício.
A organização afirma que o processo de desenvolvimento é de baixo carbono, pois nenhum cultivo e colheita de safras são necessários exclusivamente para o plástico.
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Bioplástico no Brasil
O Brasil também possui algumas pesquisas voltadas ao bioplástico, incluindo um material que pode ser comestível. São alimentos, como o milho, a laranja e até mesmo o camarão, que se transformam em sacolas, talheres, copos, entre outros itens, que podem ser, inclusive, comestíveis.
Plástico de comer.
Divulgação / Oka Embalagens.
No mercado, o bioplástico já é usado hoje nas chamadas bioembalagens. E a ciência vê ele como uma alternativa para tratar pacientes com Covid-19.
É o caso da pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que monta películas biodegradáveis com a casca da laranja são usadas como teste de sensibilidade do paladar em pacientes de Covid-19, pois o uso de determinadas frutas gera um gosto azedo na boca ao desmanchar.
De modo geral, o diferencial do bioplástico é que ele proporciona uma fonte renovável para esta produção, feita a partir de alimentos, mas ele também possui problemas. Na comparação com o plástico comum, feito a partir do petróleo, ele é menos resistente e nem todos os tipos se decompõem rapidamente.
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