Conheça Sarah e Bruna, nascidas no principal estado da atividade e que vão atrás de conhecimento e reconhecimento para a produção de uma bebida de extrema qualidade. Jovens de Minas Gerais buscam o sonho do café especial
Duas meninas que são apaixonadas pelo cultivo do café. Nascidas no principal estado produtor do grão, Minas Gerais, uma jovem de 22 anos faz sucesso na produção de cafés especiais, já uma menina de 7 anos está dando os primeiros passos na atividade.
Assista a todos os vídeos do Globo Rural
A mais nova é a Sarah de Fátima Souza. Ela ficou conhecida após um vídeo dela viralizar na internet.
“Se alguém aí sabe fazer café especial, por favor, pode ajudar eu? Que eu sempre quis fazer café especial. Quando eu crescer, eu sempre vou ficar na roça, não vou sair daqui até eu tiver uns 70 anos”, diz a menina no famoso vídeo.
Sarah vive com a família em uma propriedade na zona rural de Simonésia. Muito comunicativa, mostra tudo que a fazenda tem, e o seu espaço preferido: uma casa na árvore.
“Aqui na roça, nós podemos subir na árvore, correr para todo o lado, não precisa ter medo da estrada porque passa pouco carro. Aqui na roça é mais emocionante”, explica.
Além da escola, Sarah faz outras atividades, mas a que mais gosta é da lavoura de café. A produção do arábica é sustento da família há mais de 70 anos. Para Sarah, é uma diversão.
“Ela é curiosa, se o pé de café está desfolhado, ela quer saber o motivo, se eu falo que faltou adubo ela achar ruim”, diz Marcos Antônio de Souza, pai da Sarah.
E foi desse jeito espontâneo que a menina fez sucesso na internet. “Eu gosto do café, mas tem tanta gente que compra café e não sabe o tanto de esforço que a pessoa tem para fazer”, diz no vídeo que viralizou.
A fama de Sarah foi tão grande que chamou a atenção do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
“Através do vídeo da Sarah, o sindicato local se sensibilizou e selecionou a família dela para um grupo de assistência técnica e gerencial. Orientamos a produção, o processamento e ajudamos a buscar mercado para esse café com valor agregado”, explica Wanderley Mirando, agrônomo do Senar.
Aos poucos, a família está colocando os ensinamentos em prática. “Essa experiência está fazendo a gente crescer junto com a Sarah. No começo, eu achei que era coisa de criança, mas a insistência dela foi tanta que hoje a gente está se permitindo sonhar”, diz Natália Souza, mãe da menina.
Nessa última safra, a família de Sarah já selecionou alguns dos melhores grãos no pé para dar um tratamento diferenciado.
“Conseguimos fazer um café com pontuação boa, conseguimos 82 pontos (em uma escala que vai até 100), mas tem café ali que eu acho que vai chegar numa pontuação bem maior”, diz o pai de Sarah.
Inspiração
A menina conta que toda a inspiração para querer fazer café especial foi um produtor experiente da região. “Eu quero fazer café que nem o senhor Horácio Moura.”
A tradição na produção de café está na família de Horário há seis gerações e, há 17 anos, ele passou a investir nos grãos especiais.
A qualidade do café dele ultrapassou as montanhas de Minas, e o produto já foi exportado para países como Chile, Portugal, Espanha e China. Nessa trajetória, o agricultor acumula prêmios. Com o dinheiro que ganhou deles, Horário comprou brinquedos para doar para as crianças da comunidade.
“Pensei, quem deu tanto brinquedo, quem podia pagar tanto brinquedo? Perguntei para o meu pai, e ele disse que era um produtor de café da região, o Horário Moura”, diz Sarah.
“É mais uma inspiração para que eu possa continuar isso aí. A gente até esquece o cansaço, espero que apareçam mais crianças interessadas”, diz Horácio. Foi aí que a amizade começou e fez a menina sonhar longe.
“Nesse prêmio aqui (troféu de Horácio), no lugar do nome dele, vai vir o meu: Sarah de Fátima Souza.”
A jovem que é referência
Bruna Carolina da Silva, com 22 anos, produz cafés especiais e ganhou até prêmio de qualidade. “Desde pequena eu ia para a roça, ajudava na colheita… quando eu era pequeninha, já ajudava no terreiro”, conta.
A propriedade da família de Bruna fica aos pés da Serra do Brigadeiro, na zona rural de Fervedouro, na Zona da Mata mineira. Por aqui, o avô da jovem trabalha na produção de café arábica há 30 anos.
“Primeiro, eu trabalhava com meu pai, sempre mexeu na lavoura, na roça. A gente plantava muita cana, fazia rapadura e depois apareceu o café e eu fui plantando, passei para o Célio (filho dele) e para a Bruna agora também”, explica o agricultor José Maria da Silva.
E foi com essa experiência família que Bruna começou pensar em novos rumos para o negócio. A ideia era aliar a tradição da propriedade com a produção de grãos especiais.
Houve resistência dos parentes, eles não queriam arriscar a produção de variedades convencionais, afinal, era o que estava dando certo. Mesmo assim, ela persistiu e, com o dinheiro que tinha guardado, investiu na ideia. “Se der prejuízo, eu que vou ter que pagar”, recorda Bruna.
A produção de café especial exige uma dedicação maior e um tratamento diferenciado. Para não errar, a jovem procurou a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Minas Gerais.
Com este apoio, Bruna descobriu os investimentos que precisava fazer e correu atrás. A família, no fim das contas, acabou embarcando na ideia e ajudou em todo o processo.
Depois de colhido e tratado (veja como no vídeo acima), o café para se tornar especial precisa passar pela avaliação de profissionais que atestam a qualidade da bebida, e logo no primeiro ano a jovem conseguiu uma boa nota: 82,25 em uma escala que vai até 100.
A iniciativa da empreendedora do campo rendeu até reconhecimento internacional. Bruna foi finalista de um prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre juventude rural inovadora na América Latina e Cariba. Isso ajudou nos negócios, já que o café dela ficou mais conhecido.
“Eu nunca imaginei que o nosso café fosse chegar tão longe assim, foi muito bom para nossa família e para nossa região aqui”, comemora a jovem.
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Duas meninas que são apaixonadas pelo cultivo do café. Nascidas no principal estado produtor do grão, Minas Gerais, uma jovem de 22 anos faz sucesso na produção de cafés especiais, já uma menina de 7 anos está dando os primeiros passos na atividade.
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A mais nova é a Sarah de Fátima Souza. Ela ficou conhecida após um vídeo dela viralizar na internet.
“Se alguém aí sabe fazer café especial, por favor, pode ajudar eu? Que eu sempre quis fazer café especial. Quando eu crescer, eu sempre vou ficar na roça, não vou sair daqui até eu tiver uns 70 anos”, diz a menina no famoso vídeo.
Sarah vive com a família em uma propriedade na zona rural de Simonésia. Muito comunicativa, mostra tudo que a fazenda tem, e o seu espaço preferido: uma casa na árvore.
“Aqui na roça, nós podemos subir na árvore, correr para todo o lado, não precisa ter medo da estrada porque passa pouco carro. Aqui na roça é mais emocionante”, explica.
Além da escola, Sarah faz outras atividades, mas a que mais gosta é da lavoura de café. A produção do arábica é sustento da família há mais de 70 anos. Para Sarah, é uma diversão.
“Ela é curiosa, se o pé de café está desfolhado, ela quer saber o motivo, se eu falo que faltou adubo ela achar ruim”, diz Marcos Antônio de Souza, pai da Sarah.
E foi desse jeito espontâneo que a menina fez sucesso na internet. “Eu gosto do café, mas tem tanta gente que compra café e não sabe o tanto de esforço que a pessoa tem para fazer”, diz no vídeo que viralizou.
A fama de Sarah foi tão grande que chamou a atenção do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
“Através do vídeo da Sarah, o sindicato local se sensibilizou e selecionou a família dela para um grupo de assistência técnica e gerencial. Orientamos a produção, o processamento e ajudamos a buscar mercado para esse café com valor agregado”, explica Wanderley Mirando, agrônomo do Senar.
Aos poucos, a família está colocando os ensinamentos em prática. “Essa experiência está fazendo a gente crescer junto com a Sarah. No começo, eu achei que era coisa de criança, mas a insistência dela foi tanta que hoje a gente está se permitindo sonhar”, diz Natália Souza, mãe da menina.
Nessa última safra, a família de Sarah já selecionou alguns dos melhores grãos no pé para dar um tratamento diferenciado.
“Conseguimos fazer um café com pontuação boa, conseguimos 82 pontos (em uma escala que vai até 100), mas tem café ali que eu acho que vai chegar numa pontuação bem maior”, diz o pai de Sarah.
Inspiração
A menina conta que toda a inspiração para querer fazer café especial foi um produtor experiente da região. “Eu quero fazer café que nem o senhor Horácio Moura.”
A tradição na produção de café está na família de Horário há seis gerações e, há 17 anos, ele passou a investir nos grãos especiais.
A qualidade do café dele ultrapassou as montanhas de Minas, e o produto já foi exportado para países como Chile, Portugal, Espanha e China. Nessa trajetória, o agricultor acumula prêmios. Com o dinheiro que ganhou deles, Horário comprou brinquedos para doar para as crianças da comunidade.
“Pensei, quem deu tanto brinquedo, quem podia pagar tanto brinquedo? Perguntei para o meu pai, e ele disse que era um produtor de café da região, o Horário Moura”, diz Sarah.
“É mais uma inspiração para que eu possa continuar isso aí. A gente até esquece o cansaço, espero que apareçam mais crianças interessadas”, diz Horácio. Foi aí que a amizade começou e fez a menina sonhar longe.
“Nesse prêmio aqui (troféu de Horácio), no lugar do nome dele, vai vir o meu: Sarah de Fátima Souza.”
A jovem que é referência
Bruna Carolina da Silva, com 22 anos, produz cafés especiais e ganhou até prêmio de qualidade. “Desde pequena eu ia para a roça, ajudava na colheita… quando eu era pequeninha, já ajudava no terreiro”, conta.
A propriedade da família de Bruna fica aos pés da Serra do Brigadeiro, na zona rural de Fervedouro, na Zona da Mata mineira. Por aqui, o avô da jovem trabalha na produção de café arábica há 30 anos.
“Primeiro, eu trabalhava com meu pai, sempre mexeu na lavoura, na roça. A gente plantava muita cana, fazia rapadura e depois apareceu o café e eu fui plantando, passei para o Célio (filho dele) e para a Bruna agora também”, explica o agricultor José Maria da Silva.
E foi com essa experiência família que Bruna começou pensar em novos rumos para o negócio. A ideia era aliar a tradição da propriedade com a produção de grãos especiais.
Houve resistência dos parentes, eles não queriam arriscar a produção de variedades convencionais, afinal, era o que estava dando certo. Mesmo assim, ela persistiu e, com o dinheiro que tinha guardado, investiu na ideia. “Se der prejuízo, eu que vou ter que pagar”, recorda Bruna.
A produção de café especial exige uma dedicação maior e um tratamento diferenciado. Para não errar, a jovem procurou a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Minas Gerais.
Com este apoio, Bruna descobriu os investimentos que precisava fazer e correu atrás. A família, no fim das contas, acabou embarcando na ideia e ajudou em todo o processo.
Depois de colhido e tratado (veja como no vídeo acima), o café para se tornar especial precisa passar pela avaliação de profissionais que atestam a qualidade da bebida, e logo no primeiro ano a jovem conseguiu uma boa nota: 82,25 em uma escala que vai até 100.
A iniciativa da empreendedora do campo rendeu até reconhecimento internacional. Bruna foi finalista de um prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre juventude rural inovadora na América Latina e Cariba. Isso ajudou nos negócios, já que o café dela ficou mais conhecido.
“Eu nunca imaginei que o nosso café fosse chegar tão longe assim, foi muito bom para nossa família e para nossa região aqui”, comemora a jovem.
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