Empresa teve as importações suspensas pelos chineses por uma semana, no dia 30 de setembro, e já está autorizada a vender novamente ao país. Frigorífico de carne bovina
REUTERS/Paulo Whitaker
A Embaixada da China no Brasil informou nesta sexta-feira (9) que detectou a presença do novo coronavírus na embalagem de uma carga de carne bovina congelada proveniente do Brasil.
O resultado dos testes foi divulgado no dia 1º de outubro e a suspensão ocorreu por uma semana. O carregamento pertence a um frigorífico de carne bovina da Minerva Foods, localizado em Barretos, interior de São Paulo. A empresa já teve autorização de venda restabelecida.
“São medidas temporárias, que não visam um país em particular, como o Brasil, não vão afetar a qualificação dos frigoríficos exportadores e tampouco terão um impacto substancial no comércio do agronegócio bilateral”, diz a embaixada, em nota.
No último dia 30 de setembro, a suspensão já havia sido divulgada pelas autoridades chinesas, porém, o país não tinha comunicado o motivo. Somente no dia seguinte é que a alfândega local confirmou a presença do vírus na carga.
O G1 procurou a Minerva Foods e o Ministério da Agricultura para comentar o caso, mas, até a última atualização deste texto, não houve retorno.
Com este caso, já são 9 frigoríficos e 1 unidade de pescados do Brasil que foram suspensos pela China desde o início da pandemia.
Do total, a unidade da Minerva em Barretos, a empresa Monteiro Indústria de Pescados e a processadora de carne Agra, já tiveram a autorização restabelecida.
Suspensão de frutos do mar
No fim de setembro, a China também suspendeu por uma semana as importações de pescados e frutos do mar da empresa brasileira Monteiro Indústria de Pescados Ltda. O prazo de embargo terminou no dia 3 de outubro.
Neste caso, o motivo apontado pelo governo chinês foi a presença do coronavírus na embalagem de uma das cagas recebidas no país.
“Foram coletadas, de forma aleatória, 19 amostras de pescados, mas em apenas uma delas, especificamente na embalagem primária, foi detectado o vírus. Não houve, no entanto, a liberação de laudo laboratorial pelas autoridades chinesas”, disse o Ministério da Agricultura do Brasil à época.
A Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), cujos integrantes têm na China um mercado crescente que responde por até 30% dos embarques nacionais, avaliou o caso como algo isolado, e que ainda carece de confirmação.
Carne de frango
A China já afirmou ter detectado coronavírus em outras embalagens de produtos brasileiros. No dia 13 de agosto, a prefeitura de Shenzhen disse ter encontrado rastros do vírus em um controle de rotina de frango importado do Brasil. O lote pertencia à unidade da cooperativa Aurora, em Xaxim (SC).
Dias depois, em 20 de agosto, a própria cooperativa suspendeu temporariamente os embarques de carne de frango da planta de Xaxim para os chineses, até que o episódio seja totalmente esclarecido.
Na ocasião, o governo brasileiro afirmou que as autoridades sanitárias de “Shenzhen não souberam informar se os achados se referiam apenas à detecção do material genético do vírus ou ao vírus ativo, nem foram capazes de dar mais informações sobre o suposto achado”.
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