Iniciativas públicas e de ONG atuam junto com produtores rurais para revitalizar matas ciliares e pastagens. Uma delas é encabeçada pelo Instituto de Pesquisa Ecológicas (Ipê) na região do Cantareira. Projetos recuperam nascentes e entornos de rios em São Paulo
Projetos públicos e de organizações não governamentais (ONGs) estão recuperando nascentes e áreas degradadas de entornos de rios no interior do estado de São Paulo.
Um deles é liderado pela ONG Instituto de Pesquisa Ecológicas (Ipê) que, há sete anos, trabalha em parceria com produtores rurais de cidades que abrigam o Sistema Cantareira, responsável por 40% do fornecimento de água da capital paulista.
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O desafio é grande. De acordo com um mapeamento do Ipê de todo o Cantareira, um total de 21 mil hectares de áreas de preservação permanente (App) da região está destruído. Além disso, há, hoje, 100 mil hectares de pastagens que estão deterioradas.
Para recompor essas áreas, o Ipê financia assistência técnica, mão de obra e material para o produtor rural de determinada área e, em troca, ele precisa seguir as recomendações do instituto em relação ao manejo da terra.
Em uma das fazendas do projeto, na cidade de Piracaia (SP), o trabalho é recuperar as áreas de um entorno de rio.
“Isso aqui (uma área de preservação permanente) há quatro anos atrás, era só pastagem. Começamos um trabalho de restauração e, na margem do rio, fizemos o plantio de árvores”, conta o gestor ambiental Tiago Beltrame.
Quando chove em uma área desprotegida, a água compacta o solo, leva embora nutrientes e causa erosão. Se há vegetação, no entanto, o solo fica poroso por causa das raízes das plantas e a água se infiltra com facilidade.
“O reflorestamento promove uma regulação do nível da água, ou seja, quando chove você não vê aquele monte de água indo embora, se perdendo. E, quando está na época seca, não acaba o rio”, diz Beltrame.
“Ele está sempre com o nível contínuo de água e é essa água que também vai ficando acumulada no solo, pela infiltração que as plantas promovem. Toda essa água que fica no solo começa a abastecer o lençol freático, esse rio que o mantém ao longo do ano sempre com água corrente”, acrescenta.
Preservação aumenta a produção
Com a atuação do Ipê, não somente a vegetação e o solo são recuperados, como também o produtor rural se beneficia.
O gerente da fazenda de Piracaia, o pecuarista Miguel Uchoa, conta que o seu rebanho dobrou depois das recomendações do instituto.
Antes, ele só conseguia manter duas cabeças por hectare, agora são quatro. Isso porque, além de plantar árvores, os técnicos do Ipê orientaram o pecuarista a fazer o chamado pastejo rotacionado.
A ideia é que os animais sejam transferidos de piquete em piquete, a cada um ou dois dias. Assim, a pastagem tem um tempo de descanso e se recupera antes de ser ocupada novamente.
“Com esse projeto, nós controlamos mais o pasto. Então você tem uma produção dentro do ano maior do que antigamente”, diz Miguel.
Mudança de vida
Até mesmo quem nunca morou no campo tem trocado a vida na cidade pelo ambiente rural com o intuito de contribuir para a preservação da vegetação.
É o caso da família de Tânia Soares, que alterou radicalmente o estilo de vida ao se mudar de um grande centro urbano para o município de Nazaré Paulista, a 90 km da capital São Paulo, conhecido por suas cachoeiras, montanhas e pela represa Atibainha.
“É bem difícil no começo porque tem uma porção de coisas com que temos que nos acostumar”, diz Tânia.
A família dela também conta com o apoio do Ipê e, na terra onde moram hoje, um dos projetos é criar ovelhas para produzir leite e lã orgânicos.
“Vamos colocar os piquetes e árvores juntos para fazer sombra para os animais. Nós podemos colocar de 200 a 300 árvores”, diz Fabrício Castelini, zootecnista do Ipê, que atua na fazenda de Tânia.
No setor público
Além da iniciativa privada, há bons movimentos vindos do setor público. A Secretária de Agricultura de Piracaia, por exemplo, financia projetos de recuperação de pastagens, de matas ciliares de córregos e preservação de nascentes.
Os produtores que são aprovados recebem materiais e mão de obra para cercar e proteger nascentes. Além disso, a prefeitura paga a eles R$ 100 por hectare ao ano por floresta em pé. Em área de preservação permanente, esse valor sobe para R$ 300 pela mata fora dessas áreas.
Cinquenta produtores rurais de Piracaia já foram beneficiados por este projeto. O agricultor Dercilio Aristeu Pupin é um deles. Há dez anos, ele migrou para o campo com a intenção de plantar orgânico e de recuperar a área de um sítio de 20 hectares.
“Quando chegamos nessa propriedade, vimos que estava muito degradada. Pastagem no zero. As vacas estavam comendo terra praticamente. O processo foi a gente tentar fazer um reflorestamento”, conta Pupin.
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Projetos públicos e de organizações não governamentais (ONGs) estão recuperando nascentes e áreas degradadas de entornos de rios no interior do estado de São Paulo.
Um deles é liderado pela ONG Instituto de Pesquisa Ecológicas (Ipê) que, há sete anos, trabalha em parceria com produtores rurais de cidades que abrigam o Sistema Cantareira, responsável por 40% do fornecimento de água da capital paulista.
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O desafio é grande. De acordo com um mapeamento do Ipê de todo o Cantareira, um total de 21 mil hectares de áreas de preservação permanente (App) da região está destruído. Além disso, há, hoje, 100 mil hectares de pastagens que estão deterioradas.
Para recompor essas áreas, o Ipê financia assistência técnica, mão de obra e material para o produtor rural de determinada área e, em troca, ele precisa seguir as recomendações do instituto em relação ao manejo da terra.
Em uma das fazendas do projeto, na cidade de Piracaia (SP), o trabalho é recuperar as áreas de um entorno de rio.
“Isso aqui (uma área de preservação permanente) há quatro anos atrás, era só pastagem. Começamos um trabalho de restauração e, na margem do rio, fizemos o plantio de árvores”, conta o gestor ambiental Tiago Beltrame.
Quando chove em uma área desprotegida, a água compacta o solo, leva embora nutrientes e causa erosão. Se há vegetação, no entanto, o solo fica poroso por causa das raízes das plantas e a água se infiltra com facilidade.
“O reflorestamento promove uma regulação do nível da água, ou seja, quando chove você não vê aquele monte de água indo embora, se perdendo. E, quando está na época seca, não acaba o rio”, diz Beltrame.
“Ele está sempre com o nível contínuo de água e é essa água que também vai ficando acumulada no solo, pela infiltração que as plantas promovem. Toda essa água que fica no solo começa a abastecer o lençol freático, esse rio que o mantém ao longo do ano sempre com água corrente”, acrescenta.
Preservação aumenta a produção
Com a atuação do Ipê, não somente a vegetação e o solo são recuperados, como também o produtor rural se beneficia.
O gerente da fazenda de Piracaia, o pecuarista Miguel Uchoa, conta que o seu rebanho dobrou depois das recomendações do instituto.
Antes, ele só conseguia manter duas cabeças por hectare, agora são quatro. Isso porque, além de plantar árvores, os técnicos do Ipê orientaram o pecuarista a fazer o chamado pastejo rotacionado.
A ideia é que os animais sejam transferidos de piquete em piquete, a cada um ou dois dias. Assim, a pastagem tem um tempo de descanso e se recupera antes de ser ocupada novamente.
“Com esse projeto, nós controlamos mais o pasto. Então você tem uma produção dentro do ano maior do que antigamente”, diz Miguel.
Mudança de vida
Até mesmo quem nunca morou no campo tem trocado a vida na cidade pelo ambiente rural com o intuito de contribuir para a preservação da vegetação.
É o caso da família de Tânia Soares, que alterou radicalmente o estilo de vida ao se mudar de um grande centro urbano para o município de Nazaré Paulista, a 90 km da capital São Paulo, conhecido por suas cachoeiras, montanhas e pela represa Atibainha.
“É bem difícil no começo porque tem uma porção de coisas com que temos que nos acostumar”, diz Tânia.
A família dela também conta com o apoio do Ipê e, na terra onde moram hoje, um dos projetos é criar ovelhas para produzir leite e lã orgânicos.
“Vamos colocar os piquetes e árvores juntos para fazer sombra para os animais. Nós podemos colocar de 200 a 300 árvores”, diz Fabrício Castelini, zootecnista do Ipê, que atua na fazenda de Tânia.
No setor público
Além da iniciativa privada, há bons movimentos vindos do setor público. A Secretária de Agricultura de Piracaia, por exemplo, financia projetos de recuperação de pastagens, de matas ciliares de córregos e preservação de nascentes.
Os produtores que são aprovados recebem materiais e mão de obra para cercar e proteger nascentes. Além disso, a prefeitura paga a eles R$ 100 por hectare ao ano por floresta em pé. Em área de preservação permanente, esse valor sobe para R$ 300 pela mata fora dessas áreas.
Cinquenta produtores rurais de Piracaia já foram beneficiados por este projeto. O agricultor Dercilio Aristeu Pupin é um deles. Há dez anos, ele migrou para o campo com a intenção de plantar orgânico e de recuperar a área de um sítio de 20 hectares.
“Quando chegamos nessa propriedade, vimos que estava muito degradada. Pastagem no zero. As vacas estavam comendo terra praticamente. O processo foi a gente tentar fazer um reflorestamento”, conta Pupin.
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