Alimento deverá chegar ao mercado brasileiro na segunda quinzena de outubro e em novembro, de acordo com o governo. Cota garante a entrada do produto sem tarifas para países fora do Mercosul. Arroz em casa antes de passar pelo beneficiamento, ou seja, ser descascado e limpo antes de ser embalado
Paulo Lanzetta/Embrapa
O Brasil já negociou um total de 225 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos, Índia e Guiana, que deverão entrar no país na segunda quinzena de outubro e em novembro, informou o Ministério da Agricultura nesta sexta-feira (2).
O número equivale a 56,2% das 400 mil toneladas que compõem a cota de importação sem tarifas que o governo brasileiro liberou para as indústrias comprarem de países fora do Mercosul.
O governo federal tomou a decisão de zerar a Tarifa Externa Comum (TEC) até 31 de dezembro como medida para conter a alta nos preços do produto no mercado interno.
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Sem a cota, a alíquota de importação do produto adquirido de países fora do Mercosul é de 10% para arroz em casca (sem tratamento industrial) e de 12% para o arroz beneficiado. Para países que integram o Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai), a tarifa já é zero.
Duas semanas de consumo
A cota de importação de 400 mil toneladas de arroz deve assegurar menos de um mês de abastecimento, mas pode conter um avanço maior do preço do produto, avaliam especialistas.
“A população brasileira consome em torno de 10,5 milhões de toneladas de arroz por ano. Se nós vamos importar 400 mil toneladas, estamos falando de arroz para meio mês (15 dias)”, disse Lucilio Alves, professor da Esalq-USP e pesquisador do Cepea, no dia 10 de setembro.
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Uma queda maior do valor do alimento, porém, é esperada somente para o início de 2021. Mas a avaliação é de que a cota de importação passa um recado ao mercado de que é necessário negociar a preços mais baixos do que efetivamente sanar a baixa oferta do alimento no país.
Produção brasileira de arroz
A produção brasileira de arroz na safra 2019/2020, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 11,2 milhões de toneladas, atende ao consumo estimado em 10,8 milhões de toneladas.
Para 2021, é esperado um crescimento na produção de arroz de 7,2% em relação à safra anterior.
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