Problemas foram encontradas na matéria-prima. Pó comercializado para consumo ainda está em processo de análise pelo Ministério da Agricultura. ‘Café fake’: saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apreendeu produtos suspeitos de serem “café fake”, informou a coordenadora de Fiscalização da Qualidade Vegetal, Ludmilla Verona, durante evento sobre o combate à fraude de café nesta quarta-feira (19).
Segundo Verona, dois estabelecimentos que produzem o “pó sabor café” foram fiscalizados, sendo apreendidos o produto comercializado e a matéria-prima usada na fabricação.
O ministério não informou onde estão localizados os estabelecimentos, mas a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) informou que encontrou este tipo de produto sendo comercializado nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Os fiscais encontraram cascas, grãos defeituosos (quebrados, pretos e ardidos, por exemplo) e aromatizantes sendo usados como matérias-primas. Nas embalagens, era informado com ingrediente a polpa do café, que não foi encontrada na apreensão.
Para ser considerado café, um produto tem que ser feito apenas do fruto. A legislação brasileira permite que o café possua até 1% de impurezas naturais da lavoura (como galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas).
A lei, porém, proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.
Já o produto final, o pó, ainda está em análise.
O ministério só irá se posicionar sobre os produtos serem de fato fraude quando este relatório estiver pronto, disse o diretor do Dipov.
Além das amostras, os produtos finais foram apreendidos como medida cautelar.
Segundo Caruso, as empresas que sofreram apreensão alegaram que informam na embalagem que o produto é apenas de um “pó sabor café” e que, por isso, não estaria enganando o consumidor. Elas também dizem que têm autorização da vigilância sanitária.
O que é o ‘café fake’
Com o café a quase R$ 50, um novo produto tem se espalhado pelos supermercados: o “pó sabor café”, que acabou ganhando o apelido de “café fake” ou “cafake”.
O item, que não é o mesmo que o pó de café, pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de marcas famosas — a descrição “pó para preparo de bebida sabor café” fica em letras pequenas, na parte de baixo dos pacotes. Além disso, ele é mais barato.
Em janeiro, um pacote de 500 g de uma marca de pó saborizado poderia ser encontrado nos supermercados por R$ 13,99, informou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
Café fake
Divulgação / Abic
Nem todos os produtos conhecidos como “café fake” deixam claro o que foi usado na sua composição.
Alguns deles informam na parte de trás da embalagem que utilizam a “polpa do café”. Contudo, a Abic esclarece que a polpa, na verdade, é colada à casca do fruto, ou seja, não pode ser completamente separada dela.
A Abic também alerta que esses produtos não especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de impurezas presentes.
Há ainda os produtos que não contêm café entre os ingredientes. Eles podem ser feitos de cevada ou milho, por exemplo.
E em muitos casos há a presença de aromatizantes, o que transforma o item em um ultraprocessado, diferente do pó de café que o brasileiro costuma consumir.
Embalagem que induz ao erro
Pó sabor café que imita o café Melitta. Foto foi divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), que está denunciado os casos.
Divulgação / Abic
Apesar de informar na embalagem que se trata de um “pó sabor café”, as marcas trazem fotos de uma xícara de café, acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às marcas populares. Tudo isso pode induzir o consumidor ao erro.
Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um dos produtos “pó sabor café”, além de imitar as cores da embalagem, também criou um nome similar: “Melissa”. (Veja foto acima)
“O problema desses produtos é que eles utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café, quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente”, diz Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
Segundo a nutricionista, há uma confusão parecida que envolve o iogurte e a bebida láctea.
“Os dois produtos são permitidos. A questão é que a composição deles é diferente, por mais que, às vezes, algumas estratégias publicitárias te façam acreditar que você está levando uma coisa, enquanto na verdade é outra”, afirma a nutricionista.
Saiba como diferenciar café do ‘fake café’ pela embalagem
Bruna Azevedo / arte g1
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apreendeu produtos suspeitos de serem “café fake”, informou a coordenadora de Fiscalização da Qualidade Vegetal, Ludmilla Verona, durante evento sobre o combate à fraude de café nesta quarta-feira (19).
Segundo Verona, dois estabelecimentos que produzem o “pó sabor café” foram fiscalizados, sendo apreendidos o produto comercializado e a matéria-prima usada na fabricação.
O ministério não informou onde estão localizados os estabelecimentos, mas a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) informou que encontrou este tipo de produto sendo comercializado nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Os fiscais encontraram cascas, grãos defeituosos (quebrados, pretos e ardidos, por exemplo) e aromatizantes sendo usados como matérias-primas. Nas embalagens, era informado com ingrediente a polpa do café, que não foi encontrada na apreensão.
Para ser considerado café, um produto tem que ser feito apenas do fruto. A legislação brasileira permite que o café possua até 1% de impurezas naturais da lavoura (como galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas).
A lei, porém, proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.
Já o produto final, o pó, ainda está em análise.
O ministério só irá se posicionar sobre os produtos serem de fato fraude quando este relatório estiver pronto, disse o diretor do Dipov.
Além das amostras, os produtos finais foram apreendidos como medida cautelar.
Segundo Caruso, as empresas que sofreram apreensão alegaram que informam na embalagem que o produto é apenas de um “pó sabor café” e que, por isso, não estaria enganando o consumidor. Elas também dizem que têm autorização da vigilância sanitária.
O que é o ‘café fake’
Com o café a quase R$ 50, um novo produto tem se espalhado pelos supermercados: o “pó sabor café”, que acabou ganhando o apelido de “café fake” ou “cafake”.
O item, que não é o mesmo que o pó de café, pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de marcas famosas — a descrição “pó para preparo de bebida sabor café” fica em letras pequenas, na parte de baixo dos pacotes. Além disso, ele é mais barato.
Em janeiro, um pacote de 500 g de uma marca de pó saborizado poderia ser encontrado nos supermercados por R$ 13,99, informou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
Café fake
Divulgação / Abic
Nem todos os produtos conhecidos como “café fake” deixam claro o que foi usado na sua composição.
Alguns deles informam na parte de trás da embalagem que utilizam a “polpa do café”. Contudo, a Abic esclarece que a polpa, na verdade, é colada à casca do fruto, ou seja, não pode ser completamente separada dela.
A Abic também alerta que esses produtos não especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de impurezas presentes.
Há ainda os produtos que não contêm café entre os ingredientes. Eles podem ser feitos de cevada ou milho, por exemplo.
E em muitos casos há a presença de aromatizantes, o que transforma o item em um ultraprocessado, diferente do pó de café que o brasileiro costuma consumir.
Embalagem que induz ao erro
Pó sabor café que imita o café Melitta. Foto foi divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), que está denunciado os casos.
Divulgação / Abic
Apesar de informar na embalagem que se trata de um “pó sabor café”, as marcas trazem fotos de uma xícara de café, acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às marcas populares. Tudo isso pode induzir o consumidor ao erro.
Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um dos produtos “pó sabor café”, além de imitar as cores da embalagem, também criou um nome similar: “Melissa”. (Veja foto acima)
“O problema desses produtos é que eles utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café, quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente”, diz Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
Segundo a nutricionista, há uma confusão parecida que envolve o iogurte e a bebida láctea.
“Os dois produtos são permitidos. A questão é que a composição deles é diferente, por mais que, às vezes, algumas estratégias publicitárias te façam acreditar que você está levando uma coisa, enquanto na verdade é outra”, afirma a nutricionista.
Saiba como diferenciar café do ‘fake café’ pela embalagem
Bruna Azevedo / arte g1
g1 > Agronegócios
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