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Fiscalização eletrônica de peso começa a multar caminhões; entenda como funciona

Projeto em caráter experimental já multou cerca de 14 mil veículos com excesso de peso. Sistema permite pesagem na própria via, sem necessidade das balanças tradicionais. Ponto de pesagem em movimento; com nova tecnologia, caminhão não precisa parar para checagem de peso
Divulgação/Ecovias do Cerrado
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já começou a multar caminhões por excesso de peso usando um sistema de fiscalização eletrônica, o HS Wim, nas BRs 364 e 365.
🚚Desde 2 de dezembro, quando o projeto começou a multar, 14,2 mil veículos foram autuados. Os dados são da Ecovias do Cerrado.
🎥Com o sistema, o veículo é pesado em alta velocidade, enquanto trafega pela rodovia. Isso faz com que o motorista não precise sair da via para realizar a pesagem em uma balança tradicional ou se negue a pesar o carregamento (entenda no vídeo abaixo).
Vídeo mostra a diferença do sistema de balanças para a pesagem em movimento de caminhões
A implementação do sistema foi feita em caráter experimental pela ANTT e a Ecovias do Cerrado no trecho entre Uberlândia (MG) a Jataí (GO).
“Hoje, na rodovia, quem carrega cargas só pesa se ele quiser ser pesado. E, geralmente, quem pesa é quem não está com excesso de peso. Quem está infringindo a lei, carregando excesso de peso, opta por não ser pesado e pode ir embora normal que ninguém vai pegar ele”, conta gerente de Operações da Eco050 e da Ecovias do Cerrado, Bruno Araújo Silva.
🚚De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o motorista que estiver com excesso de peso paga uma multa mínima de R$ 130,16, que aumenta a cada 200 Kg de excesso.
💵Negar-se a realizar a pesagem, por outro lado, implica uma multa de R$195,23. Ou seja, a depender do excesso de peso, sai mais barato para o motorista não pesar o caminhão.
Com a fiscalização eletrônica de peso, essa deixa de ser uma opção porque a “balança” está instalada na pista. São sensores que pesam a carga mesmo que o veículo passe em alta velocidade.
“Agora, pela primeira vez, a gente está conhecendo qual o peso que roda nas rodovias porque estamos pegando veículos que têm pequenos excessos, carregam 500 kg a mais do que a lei permite, mas tem veículos que estão com 30, 40 toneladas a mais”, destaca Silva.
Regulamentação
Ao g1, a ANTT afirmou que, caso o resultado do experimento com o HS Wim seja positivo, o sistema pode substituir os postos de pesagem atuais.
“Após a conclusão desta etapa, caso o resultado do sandbox se conclua de forma positiva, o uso do sistema será regulamentado e os postos de pesagem atuais serão gradualmente substituídos, levando sempre em consideração as especificidades de cada contrato e região”, declarou a agência.
❓Contudo, há uma questão a ser resolvida na regulamentação: o que fazer com a carga que excede o limite permitido?
Hoje, essa carga precisa ser retirada do caminhão e transferida para outro veículo no posto de pesagem, quando é detectado excesso. Mas, com a fiscalização eletrônica em alta velocidade, isso não seria possível.
“Basicamente, o caminhão passa e ele detecta se há ou não excesso de peso. Hoje, a norma prevê que quando isso acontece, o carro tem que ser desabastecido. Está em discussão agora uma regulamentação para saber como vai ser nesse caso, que não tem uma balança física”, afirma o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão.
Desincentivo ao excesso de peso
Caminhão passa por ponto de pesagem em movimento em estrada que liga Uberlândia (MG) a Jataí (GO)
Divulgação/Ecovias do Cerrado
Para o gerente de operações, o projeto desincentiva o excesso de peso e isso deve se refletir no comportamento dos motoristas.
“Se a gente está monitorando agora 100% dos veículos carregados, vamos tentar criar uma cultura de desincentivo para tentar diminuir o excesso de peso, que isso não vai compensar para o transportador. Se ele é multado toda vez que passar pela rodovia, então vai reduzir seu excesso”, declarou.
A medida também tem consequências na segurança da via, uma vez que veículos com excesso de peso podem se envolver em acidentes graves.
“[Para o] veículo que foi projetado para frear na rodovia com 70 toneladas, [se estiver] carregando 100 toneladas [ele] não vai frear. Ele tomba, causa acidentes com carros pequenos, uma série de transtornos e, reduzindo excesso de peso, a tendência é sim que reduza acidentes causados por esses veículos de carga”, afirmou Silva.

Fonte:

g1 > Agronegócios

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