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Em meio à ‘crise dos ovos’, americanos adotam criação de galinhas como alternativa

Ressurgimento da gripe aviária elevou os preços e fez com que o produto desaparecesse dos supermercados nos EUA, levando alguns consumidores a comprar as galinhas para produzir os ovos em casa. Galinhas à venda em loja de Houston, no Texas; demanda pelo animal aumentou por conta da escassez de ovos nos EUA
Moisés ÁVILA / AFP
Uma loja de criação de animais de Houston, nos Estados Unidos, vendeu recentemente 100 galinhas em quatro dias – um número que, em tempos normais, é alcançado em três semanas. No entanto, com o preço dos ovos em alta, muitos americanos estão recorrendo à produção dos seus próprios ovos em casa.
O recente ressurgimento da gripe aviária, que atingiu os EUA pela primeira vez em 2022, impactou duramente as grandes granjas avícolas. Mais de 21 milhões de galinhas poedeiras foram sacrificadas neste ano devido à doença, de acordo com o Departamento da Agricultura dos EUA. Em dezembro, 13,2 milhões sofreram o mesmo destino.
Nos mercados, os ovos ‘premium’ atingiram um preço de mais de US$ 10 (cerca de R$ 57) a dúzia, e as versões básicas chegaram a US$ 6 (R$ 34) — mais que o dobro do preço normal. Em Seattle, um restaurante foi assaltado e mais de 500 ovos foram roubados do depósito do local.
A crise fez com que alguns norte-americanos buscassem uma alternativa: a criação das galinhas em suas casas.
“Nas últimas semanas, vimos um aumento dramático na demanda por galinhas, com pessoas querendo comprá-las porque os preços dos ovos subiram, ou simplesmente porque não há ovos disponíveis”, diz John Berry, de 43 anos, gerente da loja de criação de animais Wabash, de Houston.
“Nossas vendas de aves dobraram ou até triplicaram”, acrescentou.
Em várias cidades do Texas, como Houston, a criação de aves no quintal é permitida, desde que as normas de saúde sejam cumpridas.
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Gianrigo Marletta/AFP
Criando os ovos em casa
Segundo o gerente da loja Wabash, a maioria de seus novos clientes está apenas começando na criação. É o caso de Arturo Becerra, de 57 anos, que recentemente comprou 10 galinhas, pelas quais pagou 400 dólares (R$ 2.308), e gastou outros 20 dólares (R$ 115) em alimentos para os animais.
Na segunda-feira passada (10), ele voltou à loja. “Vou comprar mais cinco [galinhas], mas quero comprar outras dez porque a família é grande”, diz Becerra. Todas elas ainda são jovens e devem começar a pôr ovos em algumas semanas.
“Acho que com um ovo por galinha por dia, ficarei bem”, acrescenta.
Bill Underhill, um empreiteiro da construção de 62 anos e ávido criador de galinhas, também foi às compras para adquirir mais dois animais.
“Ouvi alguém dizer que os ovos custavam cerca de US$ 10 a dúzia, então já estava pensando em comprar mais algumas galinhas. Compro algumas a cada dois meses porque elas eventualmente morrem e param de botar, então vou manter o fluxo de ovos na minha família”, afirma.
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Gripe aviária em humanos
Nos Estados Unidos, o vírus está sendo encontrado não apenas em aves, mas também em vacas leiteiras.
Entre o início do ano passado e o último dia 10 de fevereiro, 68 humanos também foram detectados com o vírus — um deles, fatal. A maioria está ligada ao contato conhecido com animais infectados, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).
O homem que morreu foi infectado “após exposição a uma combinação de aves selvagens e um bando de aves não comerciais”, disseram autoridades de saúde.
O CDC diz que o risco de gripe aviária para o público em geral continua “baixo”, mas emitiu diretrizes de segurança para proprietários de aves. De acordo com o Centro, “pessoas com exposição ocupacional ou recreativa a aves ou outros animais infectados com este vírus correm maior risco de infecção”.
Berry diz que, uma vez que as galinhas infectadas são sacrificadas, não há animais de substituição imediatos porque ninguém tem milhões de galinhas extras para substituí-las.
“Há uma geração de pintinhos esperando crescer para substituir as que perdemos. Mas, como em qualquer época de escassez, a demanda aumenta. Os ovos duram muito tempo e, se você puder encontrá-los, você compra mais, mas seu vizinho também pode fazer isso”, diz Berry.
“Parece que levará dois ou três meses para que as coisas melhorem”, acrescenta.
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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