Propriedade de Itarana, na Região Serrana do Espírito Santo, consegue aproveitar frutos, sementes e fazer adubo orgânico, além de utilizar energia solar e reaproveitar água das chuvas. Família do ES é bom exemplo em sustentabilidade e garante prêmio nacional de boas práticas
Uma família de Itarana, na Região Serrana do Espírito Santo, ganhou um prêmio nacional de sustentabilidade por adotar práticas que respeitam o meio ambiente e promovem o reaproveitamento de recursos.
Na fazenda, que fica em Baixo Sossego, zona rural da cidade, a água da chuva é aproveitada na irrigação, tudo funciona com energia solar, as cascas e sementes viram adubo e as frutas são reaproveitadas na fabricação de polpa. Com essas medidas, a família conseguiu reflorestar 15% da propriedade sem afetar a plantação.
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Esses são apenas alguns exemplos da propriedade de sete hectares do Walter Covre, que coloca o meio ambiente em primeiro lugar.
A fazenda já faz parte da família há várias gerações, e hoje são 16 culturas diferentes, sendo a maioria frutas.
A produção é de mais de 80 mil quilos por ano, e, entre elas, a carambola, a pitanga, graviola e a araçá-boi, fruto típico da região Norte do Brasil.
Sustentabilidade premiada
Família Covre do Espírito Santo ganhou prêmio Nacional Produtor Rural Sustentável do Sicob
Reprodução/TV Gazeta
Todo esse cuidado com a natureza fez a família se destacar entre mais de 120 agricultores do Brasil com as melhores práticas de produção aliadas a sustentabilidade.
Eles ficaram com o primeiro lugar do prêmio nacional Produtor Rural Sustentável, entregue no início de julho, em Brasília, e é uma iniciativa do Sistema Integrado de Cooperativas de Crédito (Sicoob).
“Quando a gente veio para a propriedade deles, a gente percebe isso nas práticas deles, quando usam o restante das frutas para fazer o adubo orgânico, quando eles cuidam da água deles aqui, que utilizam na indústria e jogam de volta toda limpinha. E a gente confirma isso com os animais que a gente vê, macaco, quati, tudinho”, explicou Darinete Buss Nascimento, gerente do Sicob Itarana.
Família Covre venceu premiação nacional de sustentabilidade por adotar práticas que respeitam o meio ambiente
Reprodução/TV Gazeta
Reaproveitando tudo
Antes, os avós e os pais plantavam arroz, milho, feijão e verduras. Partiu do próprio produtor a decisão de mudar o cultivo.
“Tem a pimenta do reino, tem o café, aí a gente tem cajá, abacate, cupuaçu, jabuticaba, laranja, limão. A gente levava as coisas para vender na Ceasa e era difícil de vender, verdura principalmente, a gente perdia. Ai então nós resolvemos mudar para plantio de frutas”, pontuou o agricultor.
Walter passou sua preocupação com a natureza para os filhos Marciel e Márcio. Juntos, os três cuidaram das nascentes, que tinham secado, mas voltaram a jorrar e correm para quatro represas.
“Mesmo que a gente tenha abundância, se for olhar, mas a gente tem consciência de que não pode abusar do que Deus nos deu, que é a água. A gente não usa a água de fora e tem as questões das caixas secas, que ela enche e em 5, 6 dias ela vai infiltrando no solo, evitando erosão e aumentando a nascente, tudo colaborando com o meio ambiente”, contou Marciel Covre.
Propriedade em Itarana, Espírito Santo, tem mais de 16 culturas diferentes, dentre elas, o cultivo de carambola
Reprodução/TV Gazeta
As cascas, sementes e frutas que apodreceram também ganham utilizada na fazenda. Elas viram adubo orgânico.
“Financeiramente é uma economia de praticamente 50% do adubo químico né, metade do químico hoje foi tirada da propriedade. Sendo que o resultado da planta também para o terreno foi um resultado muito bacana, o sabor a gente sente que tá ficando diferente nesses 4 anos, tá mudando devagarinho”, comentou Márcio Covre.
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Mas os irmãos achavam que ainda podiam fazer mais do que isso e, quem sabe, salvar algumas frutas antes que estragassem.
Muitas vezes manchas e machucados nas frutas fazem com que as pessoas desistam de levar o alimento para casa. Então para garantir que tudo plantado vai ser realmente consumido, a família pensou em uma alternativa para evitar o desperdício: transformá-las em polpa.
Família no Espírito Santo aproveita frutos com machucados e apodrecidos para fabricar polpa
Reprodução/TV Gazeta
A aposta começou há cinco anos atrás, e deu tão certo que hoje eles produzem mais de 30 mil pacotes de 100 gramas ao mês.
“Muito desses produtos era descartados e jogados fora. E financeiramente agregou valores para a família e também no evitar de descartar as frutas, você tá evitando algum mal ao meio ambiente também”, disse Marciel.
São 17 sabores diferentes de polpas, inclusive de frutas que nem são plantadas na propriedade.
“A gente pega a fruta dos vizinhos parceiros coma gente, tira a amêndoa, processa, tira a polpa com o maior cuidado para não danificar os grãos, os caroços, e devolve para a pessoa comercializar e poder vender para fazer o chocolate. É uma parceria que ficou forte, muita gente está se interessando em fazer isso”, relatou o irmão.
Propriedade de família em Itarana, Espírito Santo, busca reaproveitar de tudo um pouco para ajudar o meio ambiente
Reprodução/TV Gazeta
E para fazer esse maquinário funcionar, a família instalou no telhado da fábrica de polpas, uma mini usina de energia solar.
“Na época a gente foi pensando na crise hídrica, também na parte financeira que tava muito apertado, a gente pagava muito. E aí a empresa começou a sentir isso. A gente pensou no bem estar também do clima, nós temos sol quase todo o dia e porque não aproveitar? E aí foi onde aconteceu. A economia hoje é de mais de 90%” destacou Márcio.
A família Covre entendeu que cuidar do planeta não é mais uma opção, é uma necessidade.
“Já tá movendo uma faisquinha nas pessoas, com certeza. Se cada um fizer sua parte, tudo melhora, tudo dá certo”, afirmou o produtor.
Família de Itarana, Espírito Santo, foi premiada por utilizar meios sustentáveis na plantação
Reprodução/TV Gazeta
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Uma família de Itarana, na Região Serrana do Espírito Santo, ganhou um prêmio nacional de sustentabilidade por adotar práticas que respeitam o meio ambiente e promovem o reaproveitamento de recursos.
Na fazenda, que fica em Baixo Sossego, zona rural da cidade, a água da chuva é aproveitada na irrigação, tudo funciona com energia solar, as cascas e sementes viram adubo e as frutas são reaproveitadas na fabricação de polpa. Com essas medidas, a família conseguiu reflorestar 15% da propriedade sem afetar a plantação.
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Esses são apenas alguns exemplos da propriedade de sete hectares do Walter Covre, que coloca o meio ambiente em primeiro lugar.
A fazenda já faz parte da família há várias gerações, e hoje são 16 culturas diferentes, sendo a maioria frutas.
A produção é de mais de 80 mil quilos por ano, e, entre elas, a carambola, a pitanga, graviola e a araçá-boi, fruto típico da região Norte do Brasil.
Sustentabilidade premiada
Família Covre do Espírito Santo ganhou prêmio Nacional Produtor Rural Sustentável do Sicob
Reprodução/TV Gazeta
Todo esse cuidado com a natureza fez a família se destacar entre mais de 120 agricultores do Brasil com as melhores práticas de produção aliadas a sustentabilidade.
Eles ficaram com o primeiro lugar do prêmio nacional Produtor Rural Sustentável, entregue no início de julho, em Brasília, e é uma iniciativa do Sistema Integrado de Cooperativas de Crédito (Sicoob).
“Quando a gente veio para a propriedade deles, a gente percebe isso nas práticas deles, quando usam o restante das frutas para fazer o adubo orgânico, quando eles cuidam da água deles aqui, que utilizam na indústria e jogam de volta toda limpinha. E a gente confirma isso com os animais que a gente vê, macaco, quati, tudinho”, explicou Darinete Buss Nascimento, gerente do Sicob Itarana.
Família Covre venceu premiação nacional de sustentabilidade por adotar práticas que respeitam o meio ambiente
Reprodução/TV Gazeta
Reaproveitando tudo
Antes, os avós e os pais plantavam arroz, milho, feijão e verduras. Partiu do próprio produtor a decisão de mudar o cultivo.
“Tem a pimenta do reino, tem o café, aí a gente tem cajá, abacate, cupuaçu, jabuticaba, laranja, limão. A gente levava as coisas para vender na Ceasa e era difícil de vender, verdura principalmente, a gente perdia. Ai então nós resolvemos mudar para plantio de frutas”, pontuou o agricultor.
Walter passou sua preocupação com a natureza para os filhos Marciel e Márcio. Juntos, os três cuidaram das nascentes, que tinham secado, mas voltaram a jorrar e correm para quatro represas.
“Mesmo que a gente tenha abundância, se for olhar, mas a gente tem consciência de que não pode abusar do que Deus nos deu, que é a água. A gente não usa a água de fora e tem as questões das caixas secas, que ela enche e em 5, 6 dias ela vai infiltrando no solo, evitando erosão e aumentando a nascente, tudo colaborando com o meio ambiente”, contou Marciel Covre.
Propriedade em Itarana, Espírito Santo, tem mais de 16 culturas diferentes, dentre elas, o cultivo de carambola
Reprodução/TV Gazeta
As cascas, sementes e frutas que apodreceram também ganham utilizada na fazenda. Elas viram adubo orgânico.
“Financeiramente é uma economia de praticamente 50% do adubo químico né, metade do químico hoje foi tirada da propriedade. Sendo que o resultado da planta também para o terreno foi um resultado muito bacana, o sabor a gente sente que tá ficando diferente nesses 4 anos, tá mudando devagarinho”, comentou Márcio Covre.
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Mas os irmãos achavam que ainda podiam fazer mais do que isso e, quem sabe, salvar algumas frutas antes que estragassem.
Muitas vezes manchas e machucados nas frutas fazem com que as pessoas desistam de levar o alimento para casa. Então para garantir que tudo plantado vai ser realmente consumido, a família pensou em uma alternativa para evitar o desperdício: transformá-las em polpa.
Família no Espírito Santo aproveita frutos com machucados e apodrecidos para fabricar polpa
Reprodução/TV Gazeta
A aposta começou há cinco anos atrás, e deu tão certo que hoje eles produzem mais de 30 mil pacotes de 100 gramas ao mês.
“Muito desses produtos era descartados e jogados fora. E financeiramente agregou valores para a família e também no evitar de descartar as frutas, você tá evitando algum mal ao meio ambiente também”, disse Marciel.
São 17 sabores diferentes de polpas, inclusive de frutas que nem são plantadas na propriedade.
“A gente pega a fruta dos vizinhos parceiros coma gente, tira a amêndoa, processa, tira a polpa com o maior cuidado para não danificar os grãos, os caroços, e devolve para a pessoa comercializar e poder vender para fazer o chocolate. É uma parceria que ficou forte, muita gente está se interessando em fazer isso”, relatou o irmão.
Propriedade de família em Itarana, Espírito Santo, busca reaproveitar de tudo um pouco para ajudar o meio ambiente
Reprodução/TV Gazeta
E para fazer esse maquinário funcionar, a família instalou no telhado da fábrica de polpas, uma mini usina de energia solar.
“Na época a gente foi pensando na crise hídrica, também na parte financeira que tava muito apertado, a gente pagava muito. E aí a empresa começou a sentir isso. A gente pensou no bem estar também do clima, nós temos sol quase todo o dia e porque não aproveitar? E aí foi onde aconteceu. A economia hoje é de mais de 90%” destacou Márcio.
A família Covre entendeu que cuidar do planeta não é mais uma opção, é uma necessidade.
“Já tá movendo uma faisquinha nas pessoas, com certeza. Se cada um fizer sua parte, tudo melhora, tudo dá certo”, afirmou o produtor.
Família de Itarana, Espírito Santo, foi premiada por utilizar meios sustentáveis na plantação
Reprodução/TV Gazeta
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