O Globo Repórter desbravou o raro caminho que leva ao alto dessa montanha, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. A equipe de televisão foi a primeira a alcançar quase mil metros de altitude na serra. Globo Repórter – Serra do Amolar – 02/08/2024
Em 1996, o Globo Repórter tentou chegar o mais perto possível da Serra do Amolar, mas não existiam trilhas e a aventura acabou no pé da montanha. Agora, quase 30 anos depois, o programa desbravou o caminho que leva até esse paraíso desconhecido e intocado do Pantanal, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. A equipe de televisão foi a primeira a alcançar quase mil metros de altitude na serra. Veja no vídeo acima.
Como acontece em várias regiões do Pantanal, a Serra do Amolar foi atingida, esta semana, por focos de incêndio que ameaçam paisagens extraordinárias. Mas a natureza resiste – não só com a ajuda das brigadas de combate ao fogo, mas também de pesquisadores e ribeirinhos. Saiba mais abaixo.
Serra do Amolar: o Paraíso desconhecido e intocado do Pantanal
Reprodução/TV Globo
Onde fica a Serra do Amolar?
Serra do Amolar: o Paraíso desconhecido e intocado do Pantanal
A Serra do Amolar fica na divisa de Mato Grosso do Sul com Mato Grosso, em uma área protegida de mais de 3 milhões de hectares. Há mais de 20 anos, é considerada patrimônio natural da humanidade e reserva da biosfera pela UNESCO, justamente pelas características únicas de biodiversidade que reúne.
Cobra na Serra do Amolar
Reprodução/TV Globo
Travessia Guadakan
Travessia Guadakan: conheça o caminho que leva à Serra do Amolar, o paraíso do Pantanal
A Serra do Amolar oferece uma visão 360 graus do Pantanal, a maior planície alagável do mundo. Mas chegar até lá ainda não é uma tarefa fácil. O Globo Repórter foi um dos primeiros grupos convidados a desbravar o novo caminho que leva ao alto da serra.
O ponto de partida foi a cidade de Corumbá. São 200 quilômetros até a Serra do Amolar, incluindo seis horas de barco, pelo rio Paraguai. Essa é uma das únicas formas de chegar até a serra, além do acesso aéreo.
No pé da serra, parte uma trilha de 60 quilômetros, que está sendo aberta pelo Instituto Homem Pantaneiro: a Travessia Guadakan, nome indígena que significa Pantanal. Diz a lenda que, o espírito de proteção dessas terras, inundou toda a área como punição por um jovem que matou uma preá branca, salvando apenas “os de bom coração” que conseguiram abrigo no cume dos morros. E a região jamais voltou a ser seca como antes.
“Os guatós nos ensinam que a relação com a natureza deve ser um misto de satisfazer a necessidade, sem extrapolar os limites”, diz Ângelo Rabelo, presidente do IHP.
Travessia Guadakan
Reprodução/TV Globo
Metade da Travessia Guadakan já está aberta para os apaixonados pela natureza. É a primeira trilha na região voltada para o turismo.
“Percorrer o caminho da trilha Guadakan é por si só uma transformação. É uma experiência que vai ajudar a criar cada vez mais pessoas conscientizadas e alertas para o que significa ter uma unidade de conservação ou ter uma área preservada e porque o Pantanal é tão importante para nós, para o mundo”, afirma Rafaela Wetlands.
Nascentes que brotam em meio às rochas
As nascentes que brotam em meio às rochas na Serra do Amolar
Esse lugar ainda pouco explorado também guarda surpresas refrescantes para os aventureiros. A água da chuva que cai na serra infiltra no solo e forma nascentes que brotam em meio às rochas e são elas que fazem o trabalho de filtragem, produzindo água mineral.
As nascentes que brotam em meio às rochas na Serra do Amolar
Reprodução/TV Globo
Desafios e esforços de preservação
A Serra do Amolar como rota de fuga para os animais durante as queimadas no Pantanal
Em 2020, o Pantanal sofreu o pior incêndio registrado em 15 anos. 26% do bioma, incluindo boa parte da Serra do Amolar, foram completamente devastados. Agora, em 2024, o fogo ameaça o bioma novamente. A seca acelera o avançar das chamas. A área queimada no primeiro semestre deste ano foi quase o triplo da área destruída no mesmo período de 2020.
As trilhas abertas pela montanha têm uma função muito maior do que apenas guiar os aventureiros. Servem como rotas de fuga para os animais durante as queimadas, cada vez mais frequentes. Veja no vídeo acima.
“O fogo de 2020 causou muita morte de animais, milhares de animais porque não tinha rota de fuga. Não tinha nossas trilhas, nossos aceiro. A gente tenta fazer essa prevenção antes do fogo vir. Porque a gente deixa esses corredores para eles terem uma chance de vida”, ressalta o chefe da brigada Alto Pantanal, Manoel Garcia.
Desafios e esforços de preservação na Serra do Amolar
Brigadistas e pesquisadores trabalham juntos para reflorestar áreas devastadas. Mudas de espécies nativas são plantadas, ajudando na recuperação da fauna.
“O que a gente vê em volta é resultado não só das árvores, da vegetação, mas dos próprios animais que vão levando as sementinhas. Então você vê o resultado de tudo isso”, enfatiza Cristiane Brigite dos Santos, zootecnista do Instituto Homem Pantaneiro.
Animal flagrado na Serra do Amolar
Reprodução/TV Globo
O papel das comunidades locais
As comunidades que habitam o entorno da serra também estão empenhadas em cuidar desse lugar.
“À medida que você vai conversando, eles vão entendendo que eles são parte e são protagonistas nesse processo de conservação do Pantanal. Eles usam os recursos naturais de maneira sustentável, eles retiram da natureza apenas para a sobrevivência. Eles manejam de uma maneira que o impacto é pouco e não prejudica o meio ambiente”, comenta a socióloga, Wanessa Pereira.
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A
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Como acontece em várias regiões do Pantanal, a Serra do Amolar foi atingida, esta semana, por focos de incêndio que ameaçam paisagens extraordinárias. Mas a natureza resiste – não só com a ajuda das brigadas de combate ao fogo, mas também de pesquisadores e ribeirinhos. Saiba mais abaixo.
Serra do Amolar: o Paraíso desconhecido e intocado do Pantanal
Reprodução/TV Globo
Onde fica a Serra do Amolar?
Serra do Amolar: o Paraíso desconhecido e intocado do Pantanal
A Serra do Amolar fica na divisa de Mato Grosso do Sul com Mato Grosso, em uma área protegida de mais de 3 milhões de hectares. Há mais de 20 anos, é considerada patrimônio natural da humanidade e reserva da biosfera pela UNESCO, justamente pelas características únicas de biodiversidade que reúne.
Cobra na Serra do Amolar
Reprodução/TV Globo
Travessia Guadakan
Travessia Guadakan: conheça o caminho que leva à Serra do Amolar, o paraíso do Pantanal
A Serra do Amolar oferece uma visão 360 graus do Pantanal, a maior planície alagável do mundo. Mas chegar até lá ainda não é uma tarefa fácil. O Globo Repórter foi um dos primeiros grupos convidados a desbravar o novo caminho que leva ao alto da serra.
O ponto de partida foi a cidade de Corumbá. São 200 quilômetros até a Serra do Amolar, incluindo seis horas de barco, pelo rio Paraguai. Essa é uma das únicas formas de chegar até a serra, além do acesso aéreo.
No pé da serra, parte uma trilha de 60 quilômetros, que está sendo aberta pelo Instituto Homem Pantaneiro: a Travessia Guadakan, nome indígena que significa Pantanal. Diz a lenda que, o espírito de proteção dessas terras, inundou toda a área como punição por um jovem que matou uma preá branca, salvando apenas “os de bom coração” que conseguiram abrigo no cume dos morros. E a região jamais voltou a ser seca como antes.
“Os guatós nos ensinam que a relação com a natureza deve ser um misto de satisfazer a necessidade, sem extrapolar os limites”, diz Ângelo Rabelo, presidente do IHP.
Travessia Guadakan
Reprodução/TV Globo
Metade da Travessia Guadakan já está aberta para os apaixonados pela natureza. É a primeira trilha na região voltada para o turismo.
“Percorrer o caminho da trilha Guadakan é por si só uma transformação. É uma experiência que vai ajudar a criar cada vez mais pessoas conscientizadas e alertas para o que significa ter uma unidade de conservação ou ter uma área preservada e porque o Pantanal é tão importante para nós, para o mundo”, afirma Rafaela Wetlands.
Nascentes que brotam em meio às rochas
As nascentes que brotam em meio às rochas na Serra do Amolar
Esse lugar ainda pouco explorado também guarda surpresas refrescantes para os aventureiros. A água da chuva que cai na serra infiltra no solo e forma nascentes que brotam em meio às rochas e são elas que fazem o trabalho de filtragem, produzindo água mineral.
As nascentes que brotam em meio às rochas na Serra do Amolar
Reprodução/TV Globo
Desafios e esforços de preservação
A Serra do Amolar como rota de fuga para os animais durante as queimadas no Pantanal
Em 2020, o Pantanal sofreu o pior incêndio registrado em 15 anos. 26% do bioma, incluindo boa parte da Serra do Amolar, foram completamente devastados. Agora, em 2024, o fogo ameaça o bioma novamente. A seca acelera o avançar das chamas. A área queimada no primeiro semestre deste ano foi quase o triplo da área destruída no mesmo período de 2020.
As trilhas abertas pela montanha têm uma função muito maior do que apenas guiar os aventureiros. Servem como rotas de fuga para os animais durante as queimadas, cada vez mais frequentes. Veja no vídeo acima.
“O fogo de 2020 causou muita morte de animais, milhares de animais porque não tinha rota de fuga. Não tinha nossas trilhas, nossos aceiro. A gente tenta fazer essa prevenção antes do fogo vir. Porque a gente deixa esses corredores para eles terem uma chance de vida”, ressalta o chefe da brigada Alto Pantanal, Manoel Garcia.
Desafios e esforços de preservação na Serra do Amolar
Brigadistas e pesquisadores trabalham juntos para reflorestar áreas devastadas. Mudas de espécies nativas são plantadas, ajudando na recuperação da fauna.
“O que a gente vê em volta é resultado não só das árvores, da vegetação, mas dos próprios animais que vão levando as sementinhas. Então você vê o resultado de tudo isso”, enfatiza Cristiane Brigite dos Santos, zootecnista do Instituto Homem Pantaneiro.
Animal flagrado na Serra do Amolar
Reprodução/TV Globo
O papel das comunidades locais
As comunidades que habitam o entorno da serra também estão empenhadas em cuidar desse lugar.
“À medida que você vai conversando, eles vão entendendo que eles são parte e são protagonistas nesse processo de conservação do Pantanal. Eles usam os recursos naturais de maneira sustentável, eles retiram da natureza apenas para a sobrevivência. Eles manejam de uma maneira que o impacto é pouco e não prejudica o meio ambiente”, comenta a socióloga, Wanessa Pereira.
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