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O que o arroto do boi tem a ver com o aquecimento global?

Entenda como os bovinos produzem o metano, um dos principais gases de efeito estufa. Série do g1 mostra que pecuaristas já aplicam técnicas para reduzir a emissão desse gás. O que o arroto do boi tem a ver com o aquecimento global?
Quando o assunto é aquecimento global, a pecuária é uma das atividades econômicas mais cobradas, no Brasil, por medidas que reduzam a emissão de poluentes para a atmosfera.
E um dos motivos tem a ver com o arroto do boi, que emite o metano (CH4), o segundo gás de efeito estufa mais produzido pelo país, depois do gás carbônico (CO2), segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima.
🌎Você sabe ou lembra o que é efeito estufa? Esse fenômeno natural funciona assim: a luz do sol atravessa a atmosfera e aquece a terra. A radiação infravermelha enviada pelo sol acaba sendo refletida de volta para e boa parte escapa para fora do planeta, permitindo, assim o resfriamento do globo.
Mas uma outra parte desse calor é absorvida pelos gases que ficam na atmosfera, como o gás carbônico e o metano. É um processo natural e importante para manter a vida no planeta e aquecer a Terra.
O problema é quando se torna um superaquecimento, que pode causar ondas de calor, seca, inundações, derretimento de geleiras, entre muitos outros impactos para a natureza.
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Quanto de metano o boi emite?
Os dados mais recentes do Observatório do Clima mostram que, em 2022, o Brasil emitiu 20,5 milhões de toneladas de metano — 70% vieram do arroto do boi, ou seja, 14,2 milhões de toneladas.
Por outro lado, a quantidade de metano que o Brasil solta é bem menor do que a emissão de gás carbônico (CO2), que chegou a 1,5 bilhão de toneladas em 2022.
Além disso, o metano tem um tempo de vida de 10 a 12 anos na atmosfera, enquanto o CO2, de 100 anos, em média, diz o especialista em mudanças climáticas Eduardo Assad, professor da FGV AGRO.
No entanto, o metano retém 28 vezes mais calor que o gás carbônico, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A agropecuária nas emissões do Brasil
Hoje, no Brasil, as emissões de poluentes (dióxido de carbono, metano, óxido nitroso) são somadas e medidas em toneladas de equivalentes de dióxido de carbono (CO2eq).
Por exemplo, se o potencial de aquecimento global do gás metano é 28 vezes maior do que o do gás carbônico (CO2), então o CO2 equivalente do metano é igual a 28.
Tendo como base as emissões de CO2eq, a agropecuária desponta como a segunda maior fonte da produção de gases do efeito estufa (26%) no Brasil, de acordo com o SEEG, do Observatório do Clima.
Mais da metade disso vem do arroto do boi. Outras atividades do agro, como o cultivo de arroz, também produzem gases poluentes, mas em menor volume.
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O maior emissor de gases poluentes é o desmatamento (48%), que também tem, na abertura de pastagens, uma das suas principais causas (saiba mais aqui).
Mas o Brasil já tem técnicas para reduzir a produção de metano no estômago do boi e formas de produzir que, em vez de emitir poluentes, capturam gás carbônico da atmosfera.
Na série “PF, prato do futuro”, o g1 foi até Mato Grosso para mostrar soluções aplicadas por pecuaristas da Liga do Araguaia. Assista abaixo.
Como a pecuária pode reduzir a emissão de gases poluentes
Mais vídeos da série ‘PF, prato do futuro’:
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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