Estado é o terceiro maior produtor do país dessa variedade de café e conta com aprendizado da cultura familiar para garantir qualidade e produtividade nas propriedades. Começa colheita de café arábica no ES; produção em 2024 deve chegar a 4,3 milhões de sacas.
A colheita do café arábica no Espírito Santo, estado que ocupa a posição de terceiro maior produtor desse grão no país, já teve início em 2024. Neste ano, os produtores estimam uma safra ainda maior, com a colheita de 4,3 milhões de sacas de 60 quilos, um aumento de 1,4 milhão em relação ao ano anterior, quando foram colhidas 2,9 milhões de sacas.
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Na localidade de Alto Nova Almeida, em Marechal Floriano, na Região Serrana do estado, a mais de 500 metros de altitude, o fruto maduro já indica a hora da retirada para o produtor rural José Carlos Velten e o filho Jean Velten, que juntos perpetuam uma tradição familiar de mais de um século de produção.
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Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
Atualmente, a família está voltada para a produção do café especial, que exige uma colheita mais lenta, priorizando os grãos maduros e de qualidade superior.
“Eu já venho desde pequeno ajudando meus pais e avós na cultura do café, acostumei ficar ali, gostei, gosto muito. […] Meu pai, numa época em que ainda não se falava em qualidade do café, tinha muito zelo na hora de separar, catar maduro. Eu segui ele, vendo a qualidade, me engajei, fiz cursos, aperfeiçoei o manejo e deu muito certo”, lembrou o produtor.
Preservação da Mata Atlântica e café de qualidade
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
Na propriedade da Família Velten, o José Carlos faz questão de manter parte da mata nativa preservada. Dessa forma, a água fica disponível para todo o plantio sem precisar de irrigação para o café. Além disso, a Mata Atlântica faz sombra em boa parte do cafezal, favorecendo o crescimento mais lento dos frutos, que maturam por mais tempo. O café produzido na sombra é mais doce e tem maior valor comercial.
“Aqui a gente preserva, né?! O máximo que a gente puder. Assim, a gente vai ter um clima propício para a gente viver e para o fruto ganhar qualidade também. Esse microclima que existe através das florestas é essencial para ajudar na qualidade do café”, explicou o produtor rural.
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
O pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Ubaldino Saraiva, acompanha e orienta a família a anos e aponta que os grãos dos locais mais sombreados se tornam cafés especiais com classificação perto da máxima, em uma escala que mede a qualidade do café que vai de zero a 100, sendo que quanto maior a pontuação, mais alta a qualidade.
“Para fazer a qualidade do café, primeiro você tem que cuidar da planta. Como é que se cuida da planta? Com uma adubação correta, uma análise de solo bem feita, para você fazer a correção de solo bem feita. E um trato cultural, um trato fitossanitário, com controle de pragas e da doença do cafezal. Isso o Zé faz bem feito, ele consegue ter qualidade e colher no momento certo, um café cereja e maduro. Com a colheita bem feita ele consegue fazer café acima dos 86, até 90 pontos”, destacou Saraiva.
Conhecimento é a receita de sucesso da família
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
TV Gazeta
Ao longo dos anos, José Velten, se capacitou em área que poderiam ajudar com a demanda na propriedade, entretanto, além de trabalhar na lavoura, resolveu estudar também sobre a bebida. A isso e aos conhecimentos aprendidos com o pai, ele atribui a qualidade da sua produção.
“Eu segui ele, vendo a qualidade, me engajei, fiz cursos, aperfeiçoei o manejo e deu muito certo. Em 2007 comecei a descascar os primeiros cafés, entrei em concurso, classifiquei, e vi que tinha potencial. Nesse meio tempo, fiz curso de degustação, de torra. Sem conhecimento, pode ser que a gente que é produtor acabe vendendo o café num valor que não era pra ser, no caso a pessoa paga menos por ele”, contou o produtor.
Uma saca de 60kg de café arábica especial, pode custar até R$ 4 mil. Esse preço do mercado internacional valoriza o trabalho do agricultor e inspira a busca por um café com cada vez mais qualidade.
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De olho no caminho do pai, Jean Velten, filho de José, cresceu acompanhando o trabalho na propriedade e atualmente também está se especializando.
“Eu sempre acompanhei meu pai e meu avô na roça, sempre gostei de trabalhar junto com eles, no café, desde pequeno. Até hoje não tive vontade de ir para a cidade. Eu tive sim vontade de estudar, buscar conhecimento, e poder praticar aqui na roça junto com a minha família. Comecei agora uma faculdade de gestão em agronegócio, e quando eu acabar quem sabe eu não faça um mestrado?! Tudo que eu puder fazer para ajudar a minha família no crescimento, eu vou correr atrás”.
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
O filho quer explorar atividades ainda não tão exploradas pela família, como a torra do grão.
“Eu pretendo estar com a minha família aqui, dar continuidade e quem sabe um dia também montar uma empresa, já vender o café torrado, coisa que hoje a gente não faz. Quem tem a oportunidade de se manter na roça, deve ficar. Na cidade é tudo mais correria, a vida é totalmente diferente. Aqui claro que tem as dificuldades do dia a dia, o esforço, muito trabalho, mas você chegar no final de uma safra e ver que aquilo te deu retorno é muito gratificante, saber que o seu produto está sendo consumido por outras pessoas e que é de qualidade, não tem preço”, encerrou Jean.
Número do café arábica no ES
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023
Ari Melo
Em 2023, as 2,9 milhões de sacas de café produzidas no estado utilizaram uma área de 130,8 mil hectares, o equivalente a mais de 186 mil campos de futebol. A média registrada foi de 21,9 sacas por hectare.
No evento de abertura da colheita do café arábica no Espírito Santo, secretário de estado da Agricultura, Enio Bergoli, reforçou como a cafeicultura é representativa para os capixabas, além de ter grande significância na economia do estado, e comentou que a meta é continuar ampliando os negócios de maneira sustentável.
“Um dos projetos do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do ES é chegarmos a 35 mil propriedades, com um currículo mínimo de sustentabilidade. Esse momento será certamente uma evolução da cafeicultura capixaba, que já é referência mundial”, ressaltou o secretário.
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
Bergoli falou ainda sobre os números de rendimento do setor.
“Crescemos 71% em exportações do agronegócio, principalmente devido a nossa cafeicultura. No crédito rural, vamos encerrar o ano safra com mais de R$ 7 bilhões aplicados. No ano anterior, foi um pouco mais de R$ 5 bilhões, então parabéns aos nossos agricultores, cafeicultores, que fazem essa excelência que é a nossa agropecuária capixaba”.
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A colheita do café arábica no Espírito Santo, estado que ocupa a posição de terceiro maior produtor desse grão no país, já teve início em 2024. Neste ano, os produtores estimam uma safra ainda maior, com a colheita de 4,3 milhões de sacas de 60 quilos, um aumento de 1,4 milhão em relação ao ano anterior, quando foram colhidas 2,9 milhões de sacas.
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Na localidade de Alto Nova Almeida, em Marechal Floriano, na Região Serrana do estado, a mais de 500 metros de altitude, o fruto maduro já indica a hora da retirada para o produtor rural José Carlos Velten e o filho Jean Velten, que juntos perpetuam uma tradição familiar de mais de um século de produção.
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Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
Atualmente, a família está voltada para a produção do café especial, que exige uma colheita mais lenta, priorizando os grãos maduros e de qualidade superior.
“Eu já venho desde pequeno ajudando meus pais e avós na cultura do café, acostumei ficar ali, gostei, gosto muito. […] Meu pai, numa época em que ainda não se falava em qualidade do café, tinha muito zelo na hora de separar, catar maduro. Eu segui ele, vendo a qualidade, me engajei, fiz cursos, aperfeiçoei o manejo e deu muito certo”, lembrou o produtor.
Preservação da Mata Atlântica e café de qualidade
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
Na propriedade da Família Velten, o José Carlos faz questão de manter parte da mata nativa preservada. Dessa forma, a água fica disponível para todo o plantio sem precisar de irrigação para o café. Além disso, a Mata Atlântica faz sombra em boa parte do cafezal, favorecendo o crescimento mais lento dos frutos, que maturam por mais tempo. O café produzido na sombra é mais doce e tem maior valor comercial.
“Aqui a gente preserva, né?! O máximo que a gente puder. Assim, a gente vai ter um clima propício para a gente viver e para o fruto ganhar qualidade também. Esse microclima que existe através das florestas é essencial para ajudar na qualidade do café”, explicou o produtor rural.
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
O pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Ubaldino Saraiva, acompanha e orienta a família a anos e aponta que os grãos dos locais mais sombreados se tornam cafés especiais com classificação perto da máxima, em uma escala que mede a qualidade do café que vai de zero a 100, sendo que quanto maior a pontuação, mais alta a qualidade.
“Para fazer a qualidade do café, primeiro você tem que cuidar da planta. Como é que se cuida da planta? Com uma adubação correta, uma análise de solo bem feita, para você fazer a correção de solo bem feita. E um trato cultural, um trato fitossanitário, com controle de pragas e da doença do cafezal. Isso o Zé faz bem feito, ele consegue ter qualidade e colher no momento certo, um café cereja e maduro. Com a colheita bem feita ele consegue fazer café acima dos 86, até 90 pontos”, destacou Saraiva.
Conhecimento é a receita de sucesso da família
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
TV Gazeta
Ao longo dos anos, José Velten, se capacitou em área que poderiam ajudar com a demanda na propriedade, entretanto, além de trabalhar na lavoura, resolveu estudar também sobre a bebida. A isso e aos conhecimentos aprendidos com o pai, ele atribui a qualidade da sua produção.
“Eu segui ele, vendo a qualidade, me engajei, fiz cursos, aperfeiçoei o manejo e deu muito certo. Em 2007 comecei a descascar os primeiros cafés, entrei em concurso, classifiquei, e vi que tinha potencial. Nesse meio tempo, fiz curso de degustação, de torra. Sem conhecimento, pode ser que a gente que é produtor acabe vendendo o café num valor que não era pra ser, no caso a pessoa paga menos por ele”, contou o produtor.
Uma saca de 60kg de café arábica especial, pode custar até R$ 4 mil. Esse preço do mercado internacional valoriza o trabalho do agricultor e inspira a busca por um café com cada vez mais qualidade.
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De olho no caminho do pai, Jean Velten, filho de José, cresceu acompanhando o trabalho na propriedade e atualmente também está se especializando.
“Eu sempre acompanhei meu pai e meu avô na roça, sempre gostei de trabalhar junto com eles, no café, desde pequeno. Até hoje não tive vontade de ir para a cidade. Eu tive sim vontade de estudar, buscar conhecimento, e poder praticar aqui na roça junto com a minha família. Comecei agora uma faculdade de gestão em agronegócio, e quando eu acabar quem sabe eu não faça um mestrado?! Tudo que eu puder fazer para ajudar a minha família no crescimento, eu vou correr atrás”.
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
O filho quer explorar atividades ainda não tão exploradas pela família, como a torra do grão.
“Eu pretendo estar com a minha família aqui, dar continuidade e quem sabe um dia também montar uma empresa, já vender o café torrado, coisa que hoje a gente não faz. Quem tem a oportunidade de se manter na roça, deve ficar. Na cidade é tudo mais correria, a vida é totalmente diferente. Aqui claro que tem as dificuldades do dia a dia, o esforço, muito trabalho, mas você chegar no final de uma safra e ver que aquilo te deu retorno é muito gratificante, saber que o seu produto está sendo consumido por outras pessoas e que é de qualidade, não tem preço”, encerrou Jean.
Número do café arábica no ES
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023
Ari Melo
Em 2023, as 2,9 milhões de sacas de café produzidas no estado utilizaram uma área de 130,8 mil hectares, o equivalente a mais de 186 mil campos de futebol. A média registrada foi de 21,9 sacas por hectare.
No evento de abertura da colheita do café arábica no Espírito Santo, secretário de estado da Agricultura, Enio Bergoli, reforçou como a cafeicultura é representativa para os capixabas, além de ter grande significância na economia do estado, e comentou que a meta é continuar ampliando os negócios de maneira sustentável.
“Um dos projetos do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do ES é chegarmos a 35 mil propriedades, com um currículo mínimo de sustentabilidade. Esse momento será certamente uma evolução da cafeicultura capixaba, que já é referência mundial”, ressaltou o secretário.
Colheita do café arábica começa no Espírito Santo e produção deve superar em mais de 1 milhão e meio a quantidade de sacas de 2023.
Ari Melo
Bergoli falou ainda sobre os números de rendimento do setor.
“Crescemos 71% em exportações do agronegócio, principalmente devido a nossa cafeicultura. No crédito rural, vamos encerrar o ano safra com mais de R$ 7 bilhões aplicados. No ano anterior, foi um pouco mais de R$ 5 bilhões, então parabéns aos nossos agricultores, cafeicultores, que fazem essa excelência que é a nossa agropecuária capixaba”.
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