Fábrica de chocolate na ilha do Combu foi criada por ‘Dona Nena’ e é exemplo de bioeconomia na região. Para chegar ao local, distante 15 minutos do centro de Belém, é preciso ir de barco. Macron no Pará
Reprodução/Redes Sociais
Macron deve chegar ao Pará na tarde de terça-feira (26) e, junto ao presidente Lula e o governador do estado Helder Barbalho, conhecerá uma fábrica de chocolate, criada por uma mulher, na ilha do Combu, à 15 minutos de barco do centro de Belém.
O Pará está na lista de estados onde o presidente da França, Emmanuel Macron, passará durante sua passagem pelo Brasil nesta semana. A agenda está relacionada à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) que ocorrerá em 2025, na Grande Belém.
É a primeira vez que Macron estará na América Latina. O último presidente francês que esteve no Brasil, em 2013, foi o socialista François Hollande.
Dona Nena na ilha do Combu, em Belém.
Tássia Barros / Ag. Belém
A casa de chocolate Filha do Combu é uma grande precursora da bioeconomia, produção de cacau e chocolate da região Amazônica. O local escolhido para a recepção da liderança internacional chama atenção pelo cuidado com os materiais produzidos e diálogo com a natureza.
O espaço fundado por Izete dos Santos Costa, a Dona Nena, conta com um passeio turístico especial pela “trilha do chocolate”, no próprio quintal, onde são mostrados a plantação e captação do cacau e posteriormente a produção para que chegue no produto final que é o chocolate.
Casa do chocolate
Barcos levam turistas e moradores a todo momento na loja Filha do Combu.
Tassia Barros/ Agência Belém
O estabelecimento é dividido entre a fábrica, loja onde são comercializados os produtos e a trilha do chocolate.
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Além dos doces, Dona Nena ainda conta com um acervo de vinhos e cachaças oriundas do cacau, barras de chocolates em barra com várias porcentagens do fruto, bombons recheados com elementos regionais, bolos, pães e brigadeiros.
Izete dos Santos Costa, a Dona Nena, faz produz chocolate na Ilha do Combu em Belém.
Akira Onuma / O Liberal
Ela ainda criou o chocolate de cupuaçu, feito a partir das sementes do fruto comum na região Norte.
Loja Filha do Combu, na ilha do Combu, em Belém.
Taymã Carneiro / g1 Pará
A maior parte da equipe da Casa do Chocolate é composta por mulheres, e Dona Nena supervisiona cada parte da produção de perto.
Ela é quem decide a hora de manejar os pés de cacau, de colocar as sementes para fermentar, tirá-las da estufa e por para secar.
Sustentabilidade
Nena faz chocolate com cacau da ilha.
Tassia Barros/ Ag. Belém
Dona Nena faz questão de enfatizar a importância do local em que a produção está inserida, desde a ideia ao resultado final, elencando todos os processos a partir do que ela chama de “herança cultural”.
“O que nós acreditamos em termos de sustentabilidade é que nós podemos não somente produzir com dignidade aqui dentro da floresta, mas produzir com qualidade e sem esquecer toda a nossa história, todo o nosso patrimônio, nossa herança cultural, nossos conhecimentos ancestrais”, pontuou.
Segundo a criadora, para garantir a sustentabilidade, o negócio alia quatro principais pilares norteadores:
o respeito ao meio ambiente;
o respeito às pessoas;
o respeito aos saberes ancestrais;
o respeito à cultura do nosso povo.
“Essa é a nossa visão de sustentabilidade e como nós enxergamos a bioeconomia. Sem que haja um respeito a cada uma destes quatro pilares, nós entendemos que não adianta desenvolver uma atividade econômica na Amazônia. Se nós conseguirmos que esses quatro pilares sejam respeitados, nós vamos desenvolver verdadeiramente uma economia sustentável”, completou.
LEIA TAMBÉM
Ilha do Combu é base para produção de chocolates orgânicos
Dificuldades, desafios e expectativas
Com o sucesso do negócio e a expansão da oferta, a ‘Filha do Combu’ chegou a outros países, levando a cultura cacaueira do Pará, estado que está entre os líderes da exportação brasileira do fruto.
Mesmo assim, a empreendedora vivencia desafios diariamente, como a falta de serviços básicos de qualidade.
Sistema especial de abastecimento e tratamento de água no local.
Taymã Carneiro / g1 Pará
“Existe energia elétrica aqui, mas ela não é de qualidade. Nós não temos fornecimento regular de água potável e não temos esgoto tratado. Então todas essas soluções nós procuramos com projetos de sustentabilidade, como a captação de água da chuva e a ajuste de tratamento dessa água da chuva”, detalhou Dona Nena.
A concessionária de energia no estado, a Equatorial Pará, informou que está com um plano de investimentos em curso com ações de manutenções que envolvem podas de árvores e atendimentos emergenciais na Ilha do Combu.
A distribuidora disse ainda que realizará a modernização da rede elétrica que atende a Ilha, transformando a rede monofásica, existente hoje, em trifásica. “Também serão implantados religadores, que são equipamentos que diminui o tempo de normalização do fornecimento de energia, quando há interrupções intempestivas”.
As obras de modernização estão previstas para iniciar em maio deste ano. O investimento total, em 2024, para a realização dessas obras estruturais está em torno de R$ 2,3 milhões, segundo a concessionária.
Sobre o fornecimento regular de água potável e tratamento de esgoto na Ilha do Combu, o g1 aguarda o posicionamento da Secretaria de Saneamento de Belém (Sesan).
Dona Nena recepciona os visitantes com as delícias produzidas no local.
Taymã Carneiro / g1 Pará
Com uma rede apoio que vai além da própria fábrica e ultrapassa as fronteiras, ou melhor, as correntezas do rio Guamá, a ‘Filha do Combu’ consegue entregar qualidade e exemplo na produção de chocolate na Amazônia, revelando no resultado final, a potência das raízes e a busca ativa pela valorização.
“Existem pessoas que dependem desse negócio, mulheres que dependem desse negócio, que dependem do fluxo de turistas para cá. E o aumento da popularidade do local por conta da visita dos presidentes com certeza vai aumentar o interesse do público em geral de querer conhecer a fábrica de chocolate. Então, a visita é importante por conta disso, pelo aumento da visibilidade”, revelou a criadora sobre as expectativas com a visita de Macron.
O presidente deve ser recepcionado com um cardápio especial, como prometeu Dona Nena. No local, o presidente da França conhecerá a fábrica, a loja, e o espaço de atendimento.
Além de acompanharem a produção artesanal e sustentável do cacau da região, Lula e Macron terão encontro com representantes indígenas. Está prevista a entrega da condecoração do líder indígena da etnia caiapó e expoente mundial da causa indígena, Raoni Metuktire, pelo presidente francês.
Acordo bilateral deve ser assinado em Belém
No último dia 22, o ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou que um acordo bilateral entre Brasil e França deverá ser assinado durante a visita do presidente Emmanuel Macron a Belém.
Segundo o ministro, o acordo vai aprimorar a capacidade de estruturação de projetos na área de desenvolvimento urbano sustentável, criando um ambiente favorável à atração de recursos internacionais para o Brasil.
“O acordo abrange projetos em saneamento básico, incluindo água, tratamento de esgoto e drenagem; manejo dos resíduos sólidos; mobilidade urbana de baixo carbono; habitação; além de cidades sustentáveis, resilientes e inteligentes”, explicou.
A assinatura do acordo de cooperação bilateral será feita pelo ministro da Transição Ecológica e Coesão Territorial da França, Christophe Béchu, e o ministro das Cidades, Jader Filho.
VÍDEOS com as principais notícias do Pará:
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Reprodução/Redes Sociais
Macron deve chegar ao Pará na tarde de terça-feira (26) e, junto ao presidente Lula e o governador do estado Helder Barbalho, conhecerá uma fábrica de chocolate, criada por uma mulher, na ilha do Combu, à 15 minutos de barco do centro de Belém.
O Pará está na lista de estados onde o presidente da França, Emmanuel Macron, passará durante sua passagem pelo Brasil nesta semana. A agenda está relacionada à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) que ocorrerá em 2025, na Grande Belém.
É a primeira vez que Macron estará na América Latina. O último presidente francês que esteve no Brasil, em 2013, foi o socialista François Hollande.
Dona Nena na ilha do Combu, em Belém.
Tássia Barros / Ag. Belém
A casa de chocolate Filha do Combu é uma grande precursora da bioeconomia, produção de cacau e chocolate da região Amazônica. O local escolhido para a recepção da liderança internacional chama atenção pelo cuidado com os materiais produzidos e diálogo com a natureza.
O espaço fundado por Izete dos Santos Costa, a Dona Nena, conta com um passeio turístico especial pela “trilha do chocolate”, no próprio quintal, onde são mostrados a plantação e captação do cacau e posteriormente a produção para que chegue no produto final que é o chocolate.
Casa do chocolate
Barcos levam turistas e moradores a todo momento na loja Filha do Combu.
Tassia Barros/ Agência Belém
O estabelecimento é dividido entre a fábrica, loja onde são comercializados os produtos e a trilha do chocolate.
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Além dos doces, Dona Nena ainda conta com um acervo de vinhos e cachaças oriundas do cacau, barras de chocolates em barra com várias porcentagens do fruto, bombons recheados com elementos regionais, bolos, pães e brigadeiros.
Izete dos Santos Costa, a Dona Nena, faz produz chocolate na Ilha do Combu em Belém.
Akira Onuma / O Liberal
Ela ainda criou o chocolate de cupuaçu, feito a partir das sementes do fruto comum na região Norte.
Loja Filha do Combu, na ilha do Combu, em Belém.
Taymã Carneiro / g1 Pará
A maior parte da equipe da Casa do Chocolate é composta por mulheres, e Dona Nena supervisiona cada parte da produção de perto.
Ela é quem decide a hora de manejar os pés de cacau, de colocar as sementes para fermentar, tirá-las da estufa e por para secar.
Sustentabilidade
Nena faz chocolate com cacau da ilha.
Tassia Barros/ Ag. Belém
Dona Nena faz questão de enfatizar a importância do local em que a produção está inserida, desde a ideia ao resultado final, elencando todos os processos a partir do que ela chama de “herança cultural”.
“O que nós acreditamos em termos de sustentabilidade é que nós podemos não somente produzir com dignidade aqui dentro da floresta, mas produzir com qualidade e sem esquecer toda a nossa história, todo o nosso patrimônio, nossa herança cultural, nossos conhecimentos ancestrais”, pontuou.
Segundo a criadora, para garantir a sustentabilidade, o negócio alia quatro principais pilares norteadores:
o respeito ao meio ambiente;
o respeito às pessoas;
o respeito aos saberes ancestrais;
o respeito à cultura do nosso povo.
“Essa é a nossa visão de sustentabilidade e como nós enxergamos a bioeconomia. Sem que haja um respeito a cada uma destes quatro pilares, nós entendemos que não adianta desenvolver uma atividade econômica na Amazônia. Se nós conseguirmos que esses quatro pilares sejam respeitados, nós vamos desenvolver verdadeiramente uma economia sustentável”, completou.
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Ilha do Combu é base para produção de chocolates orgânicos
Dificuldades, desafios e expectativas
Com o sucesso do negócio e a expansão da oferta, a ‘Filha do Combu’ chegou a outros países, levando a cultura cacaueira do Pará, estado que está entre os líderes da exportação brasileira do fruto.
Mesmo assim, a empreendedora vivencia desafios diariamente, como a falta de serviços básicos de qualidade.
Sistema especial de abastecimento e tratamento de água no local.
Taymã Carneiro / g1 Pará
“Existe energia elétrica aqui, mas ela não é de qualidade. Nós não temos fornecimento regular de água potável e não temos esgoto tratado. Então todas essas soluções nós procuramos com projetos de sustentabilidade, como a captação de água da chuva e a ajuste de tratamento dessa água da chuva”, detalhou Dona Nena.
A concessionária de energia no estado, a Equatorial Pará, informou que está com um plano de investimentos em curso com ações de manutenções que envolvem podas de árvores e atendimentos emergenciais na Ilha do Combu.
A distribuidora disse ainda que realizará a modernização da rede elétrica que atende a Ilha, transformando a rede monofásica, existente hoje, em trifásica. “Também serão implantados religadores, que são equipamentos que diminui o tempo de normalização do fornecimento de energia, quando há interrupções intempestivas”.
As obras de modernização estão previstas para iniciar em maio deste ano. O investimento total, em 2024, para a realização dessas obras estruturais está em torno de R$ 2,3 milhões, segundo a concessionária.
Sobre o fornecimento regular de água potável e tratamento de esgoto na Ilha do Combu, o g1 aguarda o posicionamento da Secretaria de Saneamento de Belém (Sesan).
Dona Nena recepciona os visitantes com as delícias produzidas no local.
Taymã Carneiro / g1 Pará
Com uma rede apoio que vai além da própria fábrica e ultrapassa as fronteiras, ou melhor, as correntezas do rio Guamá, a ‘Filha do Combu’ consegue entregar qualidade e exemplo na produção de chocolate na Amazônia, revelando no resultado final, a potência das raízes e a busca ativa pela valorização.
“Existem pessoas que dependem desse negócio, mulheres que dependem desse negócio, que dependem do fluxo de turistas para cá. E o aumento da popularidade do local por conta da visita dos presidentes com certeza vai aumentar o interesse do público em geral de querer conhecer a fábrica de chocolate. Então, a visita é importante por conta disso, pelo aumento da visibilidade”, revelou a criadora sobre as expectativas com a visita de Macron.
O presidente deve ser recepcionado com um cardápio especial, como prometeu Dona Nena. No local, o presidente da França conhecerá a fábrica, a loja, e o espaço de atendimento.
Além de acompanharem a produção artesanal e sustentável do cacau da região, Lula e Macron terão encontro com representantes indígenas. Está prevista a entrega da condecoração do líder indígena da etnia caiapó e expoente mundial da causa indígena, Raoni Metuktire, pelo presidente francês.
Acordo bilateral deve ser assinado em Belém
No último dia 22, o ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou que um acordo bilateral entre Brasil e França deverá ser assinado durante a visita do presidente Emmanuel Macron a Belém.
Segundo o ministro, o acordo vai aprimorar a capacidade de estruturação de projetos na área de desenvolvimento urbano sustentável, criando um ambiente favorável à atração de recursos internacionais para o Brasil.
“O acordo abrange projetos em saneamento básico, incluindo água, tratamento de esgoto e drenagem; manejo dos resíduos sólidos; mobilidade urbana de baixo carbono; habitação; além de cidades sustentáveis, resilientes e inteligentes”, explicou.
A assinatura do acordo de cooperação bilateral será feita pelo ministro da Transição Ecológica e Coesão Territorial da França, Christophe Béchu, e o ministro das Cidades, Jader Filho.
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