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Nova espécie da praga cochonilha ataca galhos, troncos e frutos dos cafezais

Produtores já chegaram a perder 30% da lavoura com ataques da nova espécie. Pesquisadores do Incaper, no Espírito Santo, buscam formas de manejo para conseguir realizar o controle correto da praga, que antes atacava apenas as raízes. Alerta na lavoura de café: praga preocupa produtores no ES; entenda
Uma praga que é muito conhecida no campo continua preocupando os produtores de café no Espírito Santo. O aparecimento de uma nova espécie de cochonilha foi identificado por cafeicultores e até mesmo a forma de atacar as lavouras está diferente: a agressão às plantas não acontece mais apenas na raiz, como era comum, mas também em galhos, troncos e até nos frutos.
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A ameaça começa primeiro com alguns grãos pretos no meio de um galho saudável. Depois, surge uma farinha branca e mais frutos escuros. Por fim, o fruto fica todo tomado pela nova cochonilha.
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O inseto causador da praga possui uma característica principal que o diferencia de outra espécia, que são filamentos brancos no corpo que lembram duas antenas. É muito diferente da cochonilha da roseta, por exemplo.
Estragos causados pela nova espécie de colchonilha na lavoura de café no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Foi com os olhos atentos que o produtor rural Gabriel Rampinelli conseguiu identificar a nova praga na sua plantação de café conilon em Linhares, no Norte do Espírito Santo. O local é monitorado pelo menos uma vez por mês.
“A gente roda as lavouras, os nossos talhões, para poder identificar alguma incidência de insetos, pragas e fazer o manejo adequado para as plantas. E de 90 dias para cá, a gente teve a incidência da nova espécie de cochonilha”, disse Gabriel.
Nos 45 mil pés da fazenda de Gabriel, o prejuízo ainda não foi grande. A sorte do produtor foi a praga ter atacado os pés adultos e mais resistentes. Mas em plantas pouco desenvolvidas, essa variante pode provocar até a morte.
Nova espécie de colchonilha é diferente da roseta e ainda está sendo estudada por pesquisadores
Reprodução/TV Gazeta
Os tipos mais conhecidos dessa praga são combatidos diretamente na raiz, com uma pulverização localizada ou através do sistema de gotejamento.
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Mas, para o combate dessa nova espécie de cochonilha, ainda não existe uma comprovação científica de que esse método também funcione. Isso acontece justamente porque a praga ataca a planta na parte aérea, atingindo folhas, ramos e frutos.
“A gente já está enviando esse material para a taxonomista, que é quem vai identificar realmente as espécies. A gente já tem o relato que podem ser duas espécies diferentes para o café conilon”, explicou o pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Renan Queiroz.
Algumas propriedades de produtores de café no Espírito Santo tiveram prejuízo de 30% com ataque da nova cochonilha
Reprodução/TV Gazeta
Vale lembrar que o Espírito Santo é um dos maiores produtores de café do Brasil, e que o surgimento dessa nova praga tem uma preocupação muito grande entre os cafeicultores.
Em uma propriedade em Rio Bananal, também no Norte capixaba, com 100 mil pés, o produtor chegou a perder entre 10% a 15% da plantação com a nova praga. A saída foi tentar controlar com os métodos já conhecidos.
“A gente não tinha muita certeza em qual controle seria certo, porque seria uma qualidade nova de colchonilha. Então, a gente foi tentando fazer os controles de maneira que a gente já vinha fazendo com outras qualidades no mesmo manejo. Mas a gente não teve um resultado muito satisfatório”, comentou o produtor rural Diego Bachetti.
Em outras plantações, o prejuízo foi ainda maior. Fotos tiradas de uma propriedade na mesma cidade mostram que outro produtor chegou a perder 30% por causa da praga.
Na cidade de Rio Bananal, a preocupação com a nova espécie é ainda maior justamente porque o município é o maior produtor do café conilon do Brasil.
“Dentro dos pilares de sustentação econômica de Rio Bananal, o café conilon tem um protagonismo enorme. Por isso, o nosso foco de trabalho é muito fortemente voltado para essa cultura, porque os impactos causados na cultura do café obviamente ecoam para todas as outras áreas de desenvolvimento do município. A gente precisa estar antenado para que a gente não permita que nós possamos de alguma forma perder esse protagonismo por uma praga”, relatou o engenheiro agrônomo do Incaper, Bruno Pella.
A orientação para os produtores é observar a lavoura constantemente
Reprodução/TV Gazeta
As chuvas dos últimos meses ajudaram a conter o avanço dessa praga, já que a espécie se beneficia com o calor e tempo seco. O próximo passo é aguardar os resultados dos experimentos que vão mostrar qual a forma mais indicada para prevenção e o combate.
“Claro que a pesquisa ainda não tem uma indicação correta, certa do produto, porque nós estamos ainda fazendo testes para indicar a melhor forma de manejo desse produto, do controle dessa colchonilha. Mas infestação muito alta tem que avaliar, porque talvez algum produto que ele já tenha utilizado para a colchonilha roseta possa servir para esse também. Mas tem que ser uma avaliação bem técnica, junto com alguém que dá assistência, para auxiliar o produtor nesse momento de infestação alta”, pontuou o pesquisador do Incaper.
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Enquanto isso, a recomendação para o produtor é monitorar a lavoura e procurar o escritório do Incaper na sua cidade. A previsão para o resultado das pesquisas sobre a nova espécie da praga é de seis meses.
“A gente já esteve com alguns técnicos e o principal manejo é estar sempre observando, não deixar aumentar o nível populacional e, observando, não tem muito o que fazer por enquanto. A gente vai ficar em cima até conseguir controlar e arrumar um manejo correto”, contou o produtor.
Nova espécie de cochonilha não ataca a raiz do fruto e sim as partes aéreas como as folhas
Reprodução/TV Gazeta
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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