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Por que os preços da cenoura, batata e cebola estão nas alturas? Vão baixar? Entenda

As três hortaliças foram os itens que mais tiveram peso na inflação de alimentos de fevereiro, ao lado do arroz e da manga, mostram dados do IBGE. Fenômeno El Niño gerou perdas nas plantações desses dois produtos. Cenoura e batata foram os itens que mais tiveram peso na inflação de alimentos de fevereiro, ao lado do arroz e da manga.
Celso Tavares/G1
Os preços dos legumes viraram assunto nas redes sociais, com brasileiros reclamando dos valores altos de itens como a cebola, cenoura e batata.
E dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que os dois legumes estão entre os principais impactos na inflação de alimentos, que subiu 1,38% em fevereiro, em relação a janeiro.
Tuíte de um usuário na rede social X reclamando do preço da cenoura, da batata e do tomate.
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Usuária reclama do preço da cebola na rede social X
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Usuária da rede social X comenta sobre o preço da batata e da cenoura.
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Além desses produtos, a manga e o arroz também entraram na lista de itens que mais subiram em fevereiro, diz IBGE.
O g1 conversou com especialistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo – USP (Esalq-USP), para entender o que aconteceu no campo e se o preço desses alimentos vai baixar. Veja a seguir.
Cenoura 🥕
QUANTO SUBIU: 9,13% em fevereiro, em relação à janeiro.
O QUE ACONTECEU: as cenouras que chegaram nos mercados em janeiro e fevereiro foram plantadas entre setembro e novembro, período de ondas de calor em São Gotardo (MG) – principal região produtora da hortaliça – e de excesso de chuvas no Sul do Brasil por causa do El Niño.
“Teve muito problema de doenças nas plantações e muito descarte de cenouras por elas não terem atingido o tamanho que o mercado consome”, conta a pesquisadora do Cepea Renata Bezerra Meneses.
COMO VAI FICAR: o preço da hortaliça deve começar a cair por volta de abril, quando as cenouras que foram plantadas no começo do ano vão chegar nos supermercados.
“Entre janeiro e fevereiro, o clima foi um pouco mais ameno. Então vai ter uma normalização da oferta, com redução de preços e qualidade maior”, diz Renata.
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Cebola 🧅
QUANTO SUBIU: +7%
O QUE ACONTECEU: muitas cebolas foram descartadas por causa das chuvas volumosas no Sul do Brasil, que geraram podridão, má formação da casca e umidade dentro dos bulbos, segundo um relatório do Hortifruti/Cepea, publicado no dia 26 de fevereiro. Já no Nordeste, períodos de calor excessivo geraram perdas de calibre no legume
COMO VAI FICAR: com a oferta no Brasil cada vez mais restrita, a tendência é de que este cenário de alta permaneça nas próximas semanas, aponta outro relatório do Cepea divulgado no início deste mês. No momento, estão entrando no país cebolas vindas da Argentina, mas as cotações ainda são altas.
Batata-inglesa 🥔
QUANTO SUBIU: 6,8%
O QUE ACONTECEU: o fenômeno El Niño provocou um excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, principal estado produtor de batata, o que acabou aumentando as doenças e as perdas nas plantações, afirma o pesquisador do Cepea João Paulo Bernardes Deleo.
“O pico de chuvas aconteceu em outubro e isso impediu a consolidação de todo o plantio naquele mês. Então, uma parte foi deslocada para frente. Esse buraco de plantio somado às perdas de produção aumentaram os preços”, explica.
COMO VAI FICAR: no campo, os preços da batata já começaram a cair. “A partir de novembro, os plantios foram retomados, o que gerou uma colheita um pouco maior agora em fevereiro”, diz Deleo.
Segundo ele, o preço da batata deve continuar caindo ou pelo menos ficar estável até maio. “A partir de junho, julho, agosto e setembro, teremos uma queda mais expressiva no preço porque entra a safra de inverno, que tem uma oferta maior”, destaca.
Manga 🥭
QUANTO SUBIU: 17%
O QUE ACONTECEU: os preços da manga sempre sobem em fevereiro porque a oferta da fruta cai com fim da safra de São Paulo (em janeiro) e redução da colheita no Vale do São Francisco (Pernambuco e Bahia), principal local de produção do alimento.
Mas, neste ano, os preços estão maiores do que o normal. Isso porque o Brasil está exportando mais para os Estados Unidos e União Europeia, após o Peru e o Equador registrarem perdas em sua safra por causa do El Niño, explica Fernanda Geraldini, responsável pela área de manga do Cepea. Com menos manga no Brasil, o valor da fruta subiu.
COMO VAI FICAR: o preço da manga não deve cair durante todo o primeiro semestre, pois a produção no Vale do São Francisco não é tão forte neste período quanto no segundo.
“Além disso, as ondas de calor nos últimos meses do ano afetaram as induções [da florada], o que deve resultar em uma oferta controlada agora em março, abril”, diz Fernanda.
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Arroz 🍚
QUANTO SUBIU: 3,7%
O QUE ACONTECEU: o preço do arroz atingiu recordes nominais (sem considerar a inflação) no campo e no mercado externo no segundo semestre de 2023, após a Índia, principal exportadora do grão, proibir seus produtores de vender o cereal a outros países – o objetivo era controlar a inflação interna.
No Brasil, os altos preços internacionais coincidiram com uma redução dos estoques de arroz, também no segundo semestre, por causa da forte demanda interna e externa, explica o analista do Cepea Lucílio Alves.
Além disso, a safra do Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do Brasil, foi prejudicada por três anos consecutivos de La Niña (que provoca seca no Sul), seguido por um de El Niño.
COMO VAI FICAR: no campo brasileiro, as cotações do arroz já começaram a cair – como acontece todo início do ano – por causa do período de colheita nas principais regiões produtoras do Mercosul (Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil).
Contudo, Lucilio não vê espaço para quedas bruscas ao consumidor, já que os produtores têm a opção de exportar.
Segundo um relatório do Cepea, as primeiras lavouras de arroz colhidas no RS estão com boa qualidade, mas a previsão é de que as próximas podem ser menores, pois foram mais atingidas pelo como excesso de chuvas e baixa luminosidade durante o período de desenvolvimento do grão.
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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