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Produção de grãos cresce, mas capacidade de armazenamento não aumenta no mesmo ritmo

Hoje, o Brasil consegue estocar, no máximo, 201 milhões de toneladas. Como as colheitas de grãos diferentes acontecem em diferentes épocas do ano, os produtores conseguem se organizar para não perder a produção. Produção de grãos aumenta, mas capacidade de armazenagem não cresce no mesmo ritmo
A agricultura tem um papel fundamental na economia brasileira. A produção de grãos vem crescendo a cada ano, mas a capacidade de armazenamento não aumenta no mesmo ritmo.
A demanda por espaço cresceu nos últimos anos. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento mostram que a produção brasileira de grãos mais que dobrou em 14 anos: saltou de 149 milhões de toneladas em 2010 para 299 milhões agora. Mas a capacidade de estocagem não acompanhou o mesmo ritmo. No mesmo período cresceu 45%. Hoje, o país consegue estocar, no máximo, 201 milhões de toneladas. Como as colheitas de grãos diferentes acontecem em diferentes épocas do ano, os produtores conseguem se organizar para não perder a produção.
Neste momento, produtores do Mato Grosso do Sul estão em plena temporada da colheita da soja. A expectativa é que a produção alcance quase 14 milhões toneladas nos próximos três meses, quando termina o período da soja no estado.
Paralelamente à colheita, os produtores vão aumentando os investimentos na armazenagem. O BNDES tem uma linha de crédito especial para produtores rurais independentes, dispostos a financiar a construção de silos na própria fazenda. Em 2022 o banco financiou quatro projetos; em 2023, foram 13.
“Há linhas que são automáticas, que são essas operadas através dos bancos comerciais. Tem uma, por exemplo, que é BNDS crédito rural. Ele está disponível para o produtor rural, para a agroindústria, para fazer os tipos de investimento que ela deseja. Tanto custeio quanto investimentos fixos”, explica Mauro Mattoso, chefe do Departamento de Biocombustíveis do BNDES.
As cooperativas também apostando cada vez mais em aumentar a capacidade de estocagem. Uma está investindo R$ 1,4 bilhão.
“A gente tem um cronograma de quanto nosso associado está crescendo, qual é o esperado da produtividade, e a gente tem, vamos dizer assim, não alcançado a velocidade que vem crescendo, mas sempre procurando estar ali bem próximo da necessidade”, diz Gervasio Kamitani, diretor-presidente do Conselho Administrativo da Cooperativa Copasul.
O projeto para um novo complexo já está pronto. As obras vão começar em março e vão gerar cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos até o final de 2026. O supervisor operacional Pedro Lopes de Aguiar está animado. Foi contratado para trabalhar como supervisor no canteiro de obras.
“Hoje, visualizar e ter oportunidade de estar inserido em uma planta tão grande é muito especial para mim, particularmente. Mas não só pela questão profissional, acredito que pela questão que envolve as minhas atribuições”, diz.
Os pequenos produtores que precisam da estrutura de armazenagem das cooperativas contam com aumento dessa capacidade.
“Tem algumas empresas na nossa região que não conseguem absorver tudo. Então, a gente acaba tendo essas filas enormes. Essas empresas precisam investir mais para conseguir acelerar esse recebimento da soja para diminuir a fila para o caminhoneiro para todo mundo ter uma vida um pouco mais tranquilo nessa época”, afirma o produtor rural Rodrigo Ferreira.
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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