Apesar da importância cultural e nutricional, pesquisa mostra que o grão tem estado cada vez menos no prato dos brasileiros. Nutricionista orienta qual quantidade deve ser consumida e com qual frequência. Valor nutricional não varia tanto entre os tipos de feijão
Antonio Cruz/Agência Brasil
Carioca, preto, de corda, verde… A classificação dos tipos de feijão vai muito além dessas variedades, que se alteram na preferência da população de acordo com a região. Na hora da compra, o consumidor se depara com o feijão comum tipo 1, 2, 3, fora do tipo ou desclassificados. Mas o que isso significa?
As categorias variam de acordo com limites máximos tolerados de defeitos. Conforme o manual da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), há defeitos classificados como graves (mofado, germinado, carunchado, etc) e leves (amassado, quebrado, partido, etc).
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Defeitos graves: são aqueles que impactam significativamente na aparência, na conservação e na qualidade do grão, restringindo e inviabilizando o uso. O feijão com defeitos graves tem materiais considerados estranhos.
Também podem ser identificados grãos mofados, ardidos, germinados, carunchados, por exemplo.
Defeitos leves: são aqueles que não impedem o consumo, uma vez que não atingem a aparência, a conservação e a qualidade do feijão. Segundo o manual da Embrapa, são grãos danificados, amassados, quebrados ou partidos.
A coordenadora do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Flavia Auler, explica que a classificação do feijão em tipos 1, 2 e 3 não tem muita relação com o valor nutricional, e sim com a qualidade do grão.
“O tipo 1 é o melhor, e essa nomenclatura na embalagem indica que ali só vai ter feijão, sem quebras, sem sujeira, sem impurezas, sem misturas”, afirma a nutricionista e doutora em Ciências da Saúde.
Sendo assim, o feijão tipo 1 é o que tem a menor proporção de defeitos graves e leves no grão. Por sua vez, o feijão tipo 3 é o que tem a maior proporção de avarias.
O feijão fora do tipo é aquele que ultrapassa os limites de tolerância de defeito. E, por fim, o feijão desclassificado é aquele que o nível de impureza é tamanho que é impróprio para o consumo, segundo as referências apresentadas pela Embrapa.
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Categorias de feijão consideram os limites máximo de defeitos do grão
Divulgação/Iapar
Preparo e queda no consumo do feijão
Para quem está em dúvida se deve optar pelo feijão preto ou carioca, de acordo com o valor nutricional, a professora Flavia Auler diz que a variação na quantidade de proteína e ferro entre um e outro é tão pequena que não faz diferença.
Então, o paladar ou a receita a ser preparada pode falar mais alto.
Seja qual for o tipo de feijão escolhido, algo que não deve ser negligenciado é o processo de inativação dos chamados antinutrientes presentes no grão.
Para isso, a nutricionista explica que o grão precisa ser colocado na água e no calor.
“Não precisa deixar muito tempo de molho, 3 horas já são suficientes. Depois, com o aquecimento, é complementada a inativação. A hidratação aumenta a eliminação dos antinutrientes, ajuda o feijão a cozinhar mais rápido e elimina substâncias que provocam a sensação de estufamento”, diz.
Além de ser um símbolo cultural e fazer parte da história brasileira, o feijão é um dos ingredientes mais tradicionais no cardápio da população (ou pelo menos era).
Estamos deixando de comer feijão?
Uma pesquisa do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que o consumo regular de feijão vem caindo com o passar dos anos.
Em 2012, 67,5% dos brasileiros consumiam o grão de 5 a 7 dias na semana. Em 2017, a taxa caiu para 59,5%.
A estimativa é que, em 2025, apenas 46,9% dos brasileiros consumam feijão regularmente.
O estudo cita que a diminuição no consumo do grão está associada a 10% mais risco de excesso de peso e 20% mais risco de desenvolver obesidade, principalmente, quando o grão é substituído por alimentos ultraprocessados.
Flavia Auler pontua que o feijão não precisa ser consumido diariamente, mas é recomendado pelo menos três vezes na semana em uma das refeições.
Além disso, o grão tem que fazer dupla com o arroz, já que os aminoácidos que faltam em um estão presentes no outro, fazendo com que os alimentos se complementem.
A quantidade ideal, segundo a professora, é de duas partes de arroz para uma de feijão.
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Produção e consumo do feijão
O Brasil é o maior produtor de feijão comum (Phaseolus vulgaris) do mundo, de acordo com a Embrapa.
Paraná, Minas Gerais e Bahia são os principais produtores, o que corresponde a quase 50% da produção nacional.
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Antonio Cruz/Agência Brasil
Carioca, preto, de corda, verde… A classificação dos tipos de feijão vai muito além dessas variedades, que se alteram na preferência da população de acordo com a região. Na hora da compra, o consumidor se depara com o feijão comum tipo 1, 2, 3, fora do tipo ou desclassificados. Mas o que isso significa?
As categorias variam de acordo com limites máximos tolerados de defeitos. Conforme o manual da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), há defeitos classificados como graves (mofado, germinado, carunchado, etc) e leves (amassado, quebrado, partido, etc).
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Defeitos graves: são aqueles que impactam significativamente na aparência, na conservação e na qualidade do grão, restringindo e inviabilizando o uso. O feijão com defeitos graves tem materiais considerados estranhos.
Também podem ser identificados grãos mofados, ardidos, germinados, carunchados, por exemplo.
Defeitos leves: são aqueles que não impedem o consumo, uma vez que não atingem a aparência, a conservação e a qualidade do feijão. Segundo o manual da Embrapa, são grãos danificados, amassados, quebrados ou partidos.
A coordenadora do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Flavia Auler, explica que a classificação do feijão em tipos 1, 2 e 3 não tem muita relação com o valor nutricional, e sim com a qualidade do grão.
“O tipo 1 é o melhor, e essa nomenclatura na embalagem indica que ali só vai ter feijão, sem quebras, sem sujeira, sem impurezas, sem misturas”, afirma a nutricionista e doutora em Ciências da Saúde.
Sendo assim, o feijão tipo 1 é o que tem a menor proporção de defeitos graves e leves no grão. Por sua vez, o feijão tipo 3 é o que tem a maior proporção de avarias.
O feijão fora do tipo é aquele que ultrapassa os limites de tolerância de defeito. E, por fim, o feijão desclassificado é aquele que o nível de impureza é tamanho que é impróprio para o consumo, segundo as referências apresentadas pela Embrapa.
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Divulgação/Iapar
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Então, o paladar ou a receita a ser preparada pode falar mais alto.
Seja qual for o tipo de feijão escolhido, algo que não deve ser negligenciado é o processo de inativação dos chamados antinutrientes presentes no grão.
Para isso, a nutricionista explica que o grão precisa ser colocado na água e no calor.
“Não precisa deixar muito tempo de molho, 3 horas já são suficientes. Depois, com o aquecimento, é complementada a inativação. A hidratação aumenta a eliminação dos antinutrientes, ajuda o feijão a cozinhar mais rápido e elimina substâncias que provocam a sensação de estufamento”, diz.
Além de ser um símbolo cultural e fazer parte da história brasileira, o feijão é um dos ingredientes mais tradicionais no cardápio da população (ou pelo menos era).
Estamos deixando de comer feijão?
Uma pesquisa do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que o consumo regular de feijão vem caindo com o passar dos anos.
Em 2012, 67,5% dos brasileiros consumiam o grão de 5 a 7 dias na semana. Em 2017, a taxa caiu para 59,5%.
A estimativa é que, em 2025, apenas 46,9% dos brasileiros consumam feijão regularmente.
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