Etanol registrou o sétimo recuo consecutivo em dezembro, aponta Cepea da Esalq/USP. Açúcar branco teve queda de 4,23% no acumulado do mês, segundo levantamento. Plantação de cana-de-açúcar
GATec
Derivados da cana-de-açúcar, o etanol e o açúcar registraram quedas no preços no mercado paulista, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).
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Maior oferta e desvalorização do petróleo nas bolsas internacionais são alguns dos motivos apontados pela baixa dos preços do etanol. O combustível registrou o sétimo recuo consecutivo em dezembro.
No caso do açúcar, além do maior volume produzido, a demanda enfraquecida e tensões geopolíticas explicam o cenário de baixa.
O g1 conversou com pesquisadoras dos dois derivados para entender os motivos. 👇Veja, abaixo.
Etanol
Segundo o centro de estudos, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado no mercado paulista registrou média de R$ 1,8588/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins) na semana entre 11 e 15 de dezembro, queda de 6,14% em comparação ao período anterior e o sétimo recuo consecutivo.
Maior oferta, baixa demanda e tensões geopolíticas: pesquisadoras da USP apontam motivos para quedas nos preços de derivados da cana
Getty Images
No caso do etanol anidro, o Indicador Cepea/Esalq foi de R$ 2,1337/l, baixa de 7,04% quando comparado à semana anterior e a sexta semana de queda.
“A pressão vem sobretudo da maior oferta nesse período, tendo em vista que muitas unidades produtoras estão disponibilizando o etanol que já está estocado e pretendem fechar o balando contábil do ano”, pontua a pesquisadora do mercado de etanol do Cepea, Ivelise Rasera Bragato Calcidoni.
Outros estados
A pesquisadora afirma que a entrada de etanol de outros estados está aquecida, o que reforça a queda no mercado paulista.
“Além disso, novas desvalorizações do barril do petróleo nas bolsas internacionais fizeram com que algumas distribuidoras de combustíveis testassem preços mais baixos em boa parte das regiões produtoras do país. Em alguns casos, as usinas acabaram cedendo”, observa a pesquisadora.
Números da moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), atingiram o índice de 619,26 milhões de toneladas no acumulado da safra 2023/24
Reprodução/EPTV
Moagem
Outro fator apontado são os números da moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul que, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), atingiu o índice de 619,26 milhões de toneladas no acumulado da safra 2023/24 até o dia 1º de dezembro, o que representa um crescimento de 15,9% quando comparado à safra anterior.
Quanto ao etanol, foram produzidos 29,85 bilhões de litros na parcial da atual safra, sendo 17,71 bilhões de litros de hidratado e 12,14 bilhões de anidro, com respectivos avanços de 14,74% e de 7,94% frente à temporada anterior.
De açúcar, foram produzidas 40,817 milhões de toneladas, um aumento de 23,5%.
Açúcar
O Indicador Cepea/Esalq do açúcar cristal branco (mercado spot do estado de São Paulo) fechou a R$ 148,43/saca de 50 kg na última quarta-feira (20), queda de 3,6% em relação ao dia anterior e de 4,23% no acumulado do mês.
De acordo com o centro de estudos, como a demanda de fim de ano está baixa e os preços do açúcar demerara vêm caindo no mercado internacional, parte das usinas aceitou negociar a valores menores.
Bomba de combustível em posto de Ribeirão Preto, SP gasolina etanol combustíveis
Reprodução/EPTV
Aumento além do esperado
Segundo a pesquisadora responsável de açúcar do Cepea, Heloisa Lee Burnquist, foi registrada uma produção favorável, em que a colheita de cana-de-açúcar, no mix de produção, priorizou o açúcar.
“Isso fez com que aumentasse a oferta além do que se vinha sendo esperado pelo Brasil”, aponta a pesquisadora.
Tensões geopolíticas
Outros fatores apontados por Heloísa são as atuais tensões geopolíticas, guerras, expectativa de possível recessão e outros fatores que geram incerteza no mercado.
“Esse sentimento cauteloso pode levar os investidores a favorecerem outros ativos em detrimento de matéria-prima como açúcar. Isso enfraquece ainda mais a procura e os preços do açúcar”, conclui Heloísa.
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Derivados da cana-de-açúcar, o etanol e o açúcar registraram quedas no preços no mercado paulista, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).
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Maior oferta e desvalorização do petróleo nas bolsas internacionais são alguns dos motivos apontados pela baixa dos preços do etanol. O combustível registrou o sétimo recuo consecutivo em dezembro.
No caso do açúcar, além do maior volume produzido, a demanda enfraquecida e tensões geopolíticas explicam o cenário de baixa.
O g1 conversou com pesquisadoras dos dois derivados para entender os motivos. 👇Veja, abaixo.
Etanol
Segundo o centro de estudos, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado no mercado paulista registrou média de R$ 1,8588/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins) na semana entre 11 e 15 de dezembro, queda de 6,14% em comparação ao período anterior e o sétimo recuo consecutivo.
Maior oferta, baixa demanda e tensões geopolíticas: pesquisadoras da USP apontam motivos para quedas nos preços de derivados da cana
Getty Images
No caso do etanol anidro, o Indicador Cepea/Esalq foi de R$ 2,1337/l, baixa de 7,04% quando comparado à semana anterior e a sexta semana de queda.
“A pressão vem sobretudo da maior oferta nesse período, tendo em vista que muitas unidades produtoras estão disponibilizando o etanol que já está estocado e pretendem fechar o balando contábil do ano”, pontua a pesquisadora do mercado de etanol do Cepea, Ivelise Rasera Bragato Calcidoni.
Outros estados
A pesquisadora afirma que a entrada de etanol de outros estados está aquecida, o que reforça a queda no mercado paulista.
“Além disso, novas desvalorizações do barril do petróleo nas bolsas internacionais fizeram com que algumas distribuidoras de combustíveis testassem preços mais baixos em boa parte das regiões produtoras do país. Em alguns casos, as usinas acabaram cedendo”, observa a pesquisadora.
Números da moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), atingiram o índice de 619,26 milhões de toneladas no acumulado da safra 2023/24
Reprodução/EPTV
Moagem
Outro fator apontado são os números da moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul que, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), atingiu o índice de 619,26 milhões de toneladas no acumulado da safra 2023/24 até o dia 1º de dezembro, o que representa um crescimento de 15,9% quando comparado à safra anterior.
Quanto ao etanol, foram produzidos 29,85 bilhões de litros na parcial da atual safra, sendo 17,71 bilhões de litros de hidratado e 12,14 bilhões de anidro, com respectivos avanços de 14,74% e de 7,94% frente à temporada anterior.
De açúcar, foram produzidas 40,817 milhões de toneladas, um aumento de 23,5%.
Açúcar
O Indicador Cepea/Esalq do açúcar cristal branco (mercado spot do estado de São Paulo) fechou a R$ 148,43/saca de 50 kg na última quarta-feira (20), queda de 3,6% em relação ao dia anterior e de 4,23% no acumulado do mês.
De acordo com o centro de estudos, como a demanda de fim de ano está baixa e os preços do açúcar demerara vêm caindo no mercado internacional, parte das usinas aceitou negociar a valores menores.
Bomba de combustível em posto de Ribeirão Preto, SP gasolina etanol combustíveis
Reprodução/EPTV
Aumento além do esperado
Segundo a pesquisadora responsável de açúcar do Cepea, Heloisa Lee Burnquist, foi registrada uma produção favorável, em que a colheita de cana-de-açúcar, no mix de produção, priorizou o açúcar.
“Isso fez com que aumentasse a oferta além do que se vinha sendo esperado pelo Brasil”, aponta a pesquisadora.
Tensões geopolíticas
Outros fatores apontados por Heloísa são as atuais tensões geopolíticas, guerras, expectativa de possível recessão e outros fatores que geram incerteza no mercado.
“Esse sentimento cauteloso pode levar os investidores a favorecerem outros ativos em detrimento de matéria-prima como açúcar. Isso enfraquece ainda mais a procura e os preços do açúcar”, conclui Heloísa.
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