Remover a cafeína e manter intactos o aroma e o sabor do grão de café não são tarefas simples. Para que exista o café descafeinado, a cafeína, que se dissolve na água, é retirada dos grãos ainda verdes e não torrados de café. A essência do Brasil em cada gole desta xícara de café especial
Divulgação
O café é uma das bebidas mais populares do mundo, e seus altos níveis de cafeína estão entre os principais motivos. É um estimulante natural e muito popular que dá energia.
No entanto, algumas pessoas preferem limitar a ingestão de cafeína, por exemplo, por motivos de saúde. Amplamente disponível hoje em dia, o consumo de café descafeinado está aumentando.
Abaixo, tudo o que você precisa saber sobre o café descafeinado: como é feito, o sabor, os benefícios — e se é realmente livre de cafeína.
Leia também:
Como é o café especial que faz o Brasil ser premiado internacionalmente
Agricultor compra fazenda que trabalhou na infância e muda vida da família com café especial
Como é feito o descafeinado?
Remover a cafeína e manter intactos o aroma e o sabor do grão de café não são tarefas simples. Para que exista o café descafeinado, a cafeína, que se dissolve na água, é retirada dos grãos ainda verdes e não torrados de café.
Três métodos principais são usados para remover a cafeína: solventes químicos, dióxido de carbono líquido (CO₂) ou água pura com filtros especiais.
São necessárias etapas adicionais a todos esses métodos de processamento, motivo pelo qual o café descafeinado costuma ser mais caro do que o com cafeína.
De onde vem o que eu bebo: o café especial que faz o Brasil ser premiado no exterior
Métodos baseados em solvente
A maior parte do café descafeinado é feita usando métodos à base de solvente, o processo mais barato. Esse método se divide em mais dois tipos: direto e indireto.
O método direto envolve cozinhar os grãos de café no vapor e, em seguida, mergulhá-los repetidamente em um solvente químico (geralmente cloreto de metileno ou acetato de etila) que se liga à cafeína e, após um tempo, a extrai dos grãos.
Os grãos de café são, então, novamente cozidos no vapor para remover qualquer solvente químico residual.
O método indireto utiliza também solvente químico, mas não entra em contato direto com o café. Em vez disso, os grãos são embebidos em água quente, que, depois, é separada e tratada com solvente químico.
A cafeína se liga ao solvente na água e é evaporada. O líquido sem cafeína é então devolvido aos grãos para que os sabores e aromas do café sejam reabsorvidos.
O uso de solventes químicos (especialmente o cloreto de metileno) nesses processos é motivo de polêmica, pois acredita-se que o cloreto de metileno seja, em altas doses, levemente cancerígeno. O cloreto de metileno e o acetato de etila são comumente usados em removedores de tinta e de esmalte, além de desengordurantes.
No entanto, tanto o Código de Padrões Alimentares da Austrália e da Nova Zelândia quanto a Food and Drug Administration dos Estados Unidos permitem o uso desses solventes para processar o café descafeinado. Também, há limites rígidos quanto à quantidade de produtos químicos que podem estar presentes nos grãos embora, na realidade, praticamente nenhum solvente permaneça.
A cafeína é retirada dos grãos ainda verdes e não torrados de café.
Marcos Serra Lima/g1
Outras formas de retirar a cafeína
Os métodos não baseados em solventes que utilizam dióxido de carbono líquido ou água estão se tornando cada vez mais populares porque não envolvem solventes químicos.
No método CO₂, o dióxido de carbono líquido é bombeado para uma câmara de alta pressão com os grãos, onde se liga à cafeína e é então removido por alta pressão, deixando para trás os grãos descafeinados.
O método da água (também conhecido como processo suíço da água) é exatamente o que o nome sugere — envolve a extração de cafeína dos grãos de café usando água. Existem variações, mas as etapas básicas são as seguintes.
Para um lote inicial, os grãos de café verdes são embebidos em água quente, criando um extrato rico em cafeína e compostos aromatizantes (os grãos insípidos são então descartados). Esse extrato de café verde passa por filtros de carvão ativado que retêm as moléculas de cafeína e permitem a passagem dos sabores.
Uma vez criado dessa forma, o extrato sem cafeína pode ser usado para embeber um novo lote de grãos de café verdes — como os sabores já estão saturando o extrato, o único elemento que será dissolvido dos grãos é a cafeína.
A cafeína é totalmente removida do descafeinado?
O descafeinado pode não ser tão livre de cafeína quanto você imagina.
É improvável que 100% da cafeína seja eliminada com sucesso dos grãos de café. Assim o teor de cafeína do café pode variar, e algumas pequenas quantidades do elemento ainda estarão presentes no descafeinado.
No entanto, o valor é bastante moderado. Você precisaria beber mais de dez xícaras de descafeinado para atingir o nível de cafeína normalmente presente em uma xícara de café com cafeína.
A Austrália não exige que os torrefadores ou produtores de café detalhem o processo usado para produzir seu café descafeinado. No entanto, você poderá encontrar essas informações nos sites de alguns produtores.
O café descafeinado tem gosto diferente?
Algumas pessoas dizem que o descafeinado tem um sabor diferente. Dependendo de como os grãos são descafeinados, alguns elementos aromáticos podem ser extraídos junto com a cafeína durante o processo.
A cafeína também contribui para o amargor do café, portanto, quando a cafeína é removida, parte do amargor também desaparece.
O café com cafeína e o descafeinado têm os mesmos benefícios para a saúde?
Os benefícios para a saúde encontrados ao beber café descafeinado são semelhantes aos do café com cafeína, incluindo um menor risco de diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e mortalidade geral. Mais recentemente, o café tem sido associado a uma melhor manutenção do peso ao longo do tempo.
A maioria dos benefícios para a saúde foi demonstrada ao beber três xícaras de descafeinado por dia.
A moderação é fundamental. Lembre-se de que os maiores benefícios para a saúde são obtidos a partir de uma dieta equilibrada.
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O café é uma das bebidas mais populares do mundo, e seus altos níveis de cafeína estão entre os principais motivos. É um estimulante natural e muito popular que dá energia.
No entanto, algumas pessoas preferem limitar a ingestão de cafeína, por exemplo, por motivos de saúde. Amplamente disponível hoje em dia, o consumo de café descafeinado está aumentando.
Abaixo, tudo o que você precisa saber sobre o café descafeinado: como é feito, o sabor, os benefícios — e se é realmente livre de cafeína.
Leia também:
Como é o café especial que faz o Brasil ser premiado internacionalmente
Agricultor compra fazenda que trabalhou na infância e muda vida da família com café especial
Como é feito o descafeinado?
Remover a cafeína e manter intactos o aroma e o sabor do grão de café não são tarefas simples. Para que exista o café descafeinado, a cafeína, que se dissolve na água, é retirada dos grãos ainda verdes e não torrados de café.
Três métodos principais são usados para remover a cafeína: solventes químicos, dióxido de carbono líquido (CO₂) ou água pura com filtros especiais.
São necessárias etapas adicionais a todos esses métodos de processamento, motivo pelo qual o café descafeinado costuma ser mais caro do que o com cafeína.
De onde vem o que eu bebo: o café especial que faz o Brasil ser premiado no exterior
Métodos baseados em solvente
A maior parte do café descafeinado é feita usando métodos à base de solvente, o processo mais barato. Esse método se divide em mais dois tipos: direto e indireto.
O método direto envolve cozinhar os grãos de café no vapor e, em seguida, mergulhá-los repetidamente em um solvente químico (geralmente cloreto de metileno ou acetato de etila) que se liga à cafeína e, após um tempo, a extrai dos grãos.
Os grãos de café são, então, novamente cozidos no vapor para remover qualquer solvente químico residual.
O método indireto utiliza também solvente químico, mas não entra em contato direto com o café. Em vez disso, os grãos são embebidos em água quente, que, depois, é separada e tratada com solvente químico.
A cafeína se liga ao solvente na água e é evaporada. O líquido sem cafeína é então devolvido aos grãos para que os sabores e aromas do café sejam reabsorvidos.
O uso de solventes químicos (especialmente o cloreto de metileno) nesses processos é motivo de polêmica, pois acredita-se que o cloreto de metileno seja, em altas doses, levemente cancerígeno. O cloreto de metileno e o acetato de etila são comumente usados em removedores de tinta e de esmalte, além de desengordurantes.
No entanto, tanto o Código de Padrões Alimentares da Austrália e da Nova Zelândia quanto a Food and Drug Administration dos Estados Unidos permitem o uso desses solventes para processar o café descafeinado. Também, há limites rígidos quanto à quantidade de produtos químicos que podem estar presentes nos grãos embora, na realidade, praticamente nenhum solvente permaneça.
A cafeína é retirada dos grãos ainda verdes e não torrados de café.
Marcos Serra Lima/g1
Outras formas de retirar a cafeína
Os métodos não baseados em solventes que utilizam dióxido de carbono líquido ou água estão se tornando cada vez mais populares porque não envolvem solventes químicos.
No método CO₂, o dióxido de carbono líquido é bombeado para uma câmara de alta pressão com os grãos, onde se liga à cafeína e é então removido por alta pressão, deixando para trás os grãos descafeinados.
O método da água (também conhecido como processo suíço da água) é exatamente o que o nome sugere — envolve a extração de cafeína dos grãos de café usando água. Existem variações, mas as etapas básicas são as seguintes.
Para um lote inicial, os grãos de café verdes são embebidos em água quente, criando um extrato rico em cafeína e compostos aromatizantes (os grãos insípidos são então descartados). Esse extrato de café verde passa por filtros de carvão ativado que retêm as moléculas de cafeína e permitem a passagem dos sabores.
Uma vez criado dessa forma, o extrato sem cafeína pode ser usado para embeber um novo lote de grãos de café verdes — como os sabores já estão saturando o extrato, o único elemento que será dissolvido dos grãos é a cafeína.
A cafeína é totalmente removida do descafeinado?
O descafeinado pode não ser tão livre de cafeína quanto você imagina.
É improvável que 100% da cafeína seja eliminada com sucesso dos grãos de café. Assim o teor de cafeína do café pode variar, e algumas pequenas quantidades do elemento ainda estarão presentes no descafeinado.
No entanto, o valor é bastante moderado. Você precisaria beber mais de dez xícaras de descafeinado para atingir o nível de cafeína normalmente presente em uma xícara de café com cafeína.
A Austrália não exige que os torrefadores ou produtores de café detalhem o processo usado para produzir seu café descafeinado. No entanto, você poderá encontrar essas informações nos sites de alguns produtores.
O café descafeinado tem gosto diferente?
Algumas pessoas dizem que o descafeinado tem um sabor diferente. Dependendo de como os grãos são descafeinados, alguns elementos aromáticos podem ser extraídos junto com a cafeína durante o processo.
A cafeína também contribui para o amargor do café, portanto, quando a cafeína é removida, parte do amargor também desaparece.
O café com cafeína e o descafeinado têm os mesmos benefícios para a saúde?
Os benefícios para a saúde encontrados ao beber café descafeinado são semelhantes aos do café com cafeína, incluindo um menor risco de diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e mortalidade geral. Mais recentemente, o café tem sido associado a uma melhor manutenção do peso ao longo do tempo.
A maioria dos benefícios para a saúde foi demonstrada ao beber três xícaras de descafeinado por dia.
A moderação é fundamental. Lembre-se de que os maiores benefícios para a saúde são obtidos a partir de uma dieta equilibrada.
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