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Queda de 16,2% no preço pago a produtor agropecuário brasileiro é maior que o de índice internacional da FAO, aponta pesquisa da USP

Retração observada em índice calculado pelo Cepea da Esalq foi puxado pelos setores de pecuária e, especialmente, de grãos, com desvalorização do algodão, milho, soja e trigo. Retração observada de 16,2% no índice calculado pelo Cepea da Esalq foi puxado pelos setores de pecuária e, especialmente, o de grãos, com desvalorização do algodão, milho, soja e trigo.
TV TEM/Reprodução
Os preços pagos aos produtores agropecuários seguem em queda no Brasil, apontam cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da USP em Piracicaba (SP). Puxado pelos setores de grãos e pecuária, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA), calculado pelo instituto, acumulou expressiva queda nominal de 16,2% de janeiro a setembro de 2023, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
O recuo nos valores nacionais dos alimentos, verificados pelo Cepea da Escola de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq-USP), é mais intenso do que o observado pelo índice internacional dos alimentos pela FAO, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura.
Entre janeiro e setembro deste ano, os preços internacionais dos alimentos, da FAO, tiveram retração de 14,7%. Os índices industriais (IPA-OG-DI produtos industriais) recuaram 4,8%. A taxa de câmbio entre o Real e o Dólar, entretanto, teve baixa de 2,5%, conforme ressalta o Cepea da Esalq-USP.
De acordo com pesquisadores do Cepea, a baixa do índice IPPA de janeiro a setembro deste ano relaciona-se à “significativa queda de 22,5% do setor de grãos monitorado pelo Cepea.
Divulgação
No último trimestre (de julho a setembro de 2023) frente ao anterior (de abril a junho de 2023), o cenário é o mesmo: o IPPA/Cepea apresentou queda nominal de 4,4%, os preços internacionais dos alimentos, 1,82%, e os industriais, 1,76%. A taxa de câmbio recuou 1,41% no período.
Grãos e pecuária
De acordo com pesquisadores do Cepea, a baixa do índice IPPA de janeiro a setembro deste ano relaciona-se à “significativa queda de 22,5% do setor de grãos monitorado pelo Cepea.
“De um modo geral, a retração observada no Índice formado por grãos se deve às desvalorizações observadas para o algodão, milho, soja e trigo”, aponta o Cepea.
Na sequência, estão os recuos observados à pecuária, equivalente a 10%, seguidos dos índices de cana-de-açúcar e café, com retração de 9,9%.
Na contramão, o setor de Hortifrutícolas, houve alta nominal nos nove primeiros meses de 2023, de 9,2%.
“As quedas nos preços do boi, do frango e do leite influenciaram o resultado negativo do IPPA-Pecuária/Cepea, enquanto foram as intensas desvalorizações do café que resultaram na queda IPPA-Cana e Café/Cepea”, acrescenta.
Trimestres
Na comparação entre os trimestres, os movimentos dos Índices foram os mesmos dos observados no ano, com quedas para o IPPA-Grãos/Cepea (de 1,1%), para o IPPA-Pecuária/Cepea (de 9,5%) e para o IPPA-Cana e Café/Cepea (de 5,8%), ao passo que o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea avançou 3,7%.
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Índice
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA) é calculado pelo Cepea a partir de quatro grupos de cultivos, a cana-de-açúcar, os grãos, a pecuária, os hortifrutícolas e o café.
Funcionários trabalham na seleção de laranjas em packing house em Limeira (SP)
Fábio Tito/g1
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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