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‘Minha mãe é diarista e pagou a passagem com seu dinheiro suado’, conta psicoterapeuta prejudicado pela 123 milhas

Thiago Guimarães, de São José dos Campos, iria viajar com a sua mãe, de 73 anos, para a Europa. Seria a primeira viagem dela para a região, mas a 123 Milhas cancelou a sua passagem. ‘Minha mãe é diarista e pagou a passagem com seu dinheiro suado’, conta psicoterapeuta prejudicado pela 123 milhas
Arquivo pessoal/Thiago Guimarães
“Minha mãe é diarista. Pagou a passagem com seu dinheirinho suado. As patroas já tinham liberado ela pra viajar. Ela tem 73 anos e o sonho dela era conhecer Portugal. Nada disso vai acontecer.”
Esse é o relato de Thiago Guimarães, psicoterapeuta de São José dos Campos (SP), que viajaria com a sua mãe, em outubro, para a Europa. Ela dividiu as despesas da viagem com ele e deria a primeira viagem da diarista para o exterior se a 123 Milhas não tivesse suspenso as suas passagens.
Na sexta-feira, a empresa emitiu um comunicado informando que cancelou de emissão de passagens aéreas e pacotes comprados para viagens entre setembro e dezembro de 2023. Como compensação, a 123 Milhas está oferecendo vouchers.
“Eles estão me devolvendo o que eu paguei, no valor de R$ 5.990, com um acréscimo de R$ 700. Mas eu gastei muito mais. Estou com um prejuízo de mais de R$ 10 mil porque eu tinha hotel reservado e pago, ingresso de atrações, voos internos pagos”.
“Eu queria levar a minha mãe para Paris e comprei um voo que não tem reembolso. Só nesse voo, eu perdi R$ 2 mil”, desabafa Thiago.
‘Minha mãe é diarista e pagou a passagem com seu dinheiro suado’, conta psicoterapeuta prejudicado pela 123 milhas
Arquivo pessoal/Thiago Guimarães
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) prevê que os clientes podem ser ressarcidos por gastos adicionais que foram feitos por causa de um cancelamento. Isso se chama restituição por perdas e danos.
“O que são perdas e danos? É um dano extra, quando, por exemplo, o consumidor – acreditando que essa passagem fosse emitida no prazo – já fez aquisição de hospedagens, de ingressos para atrações, ingressos para parques, já fez locação de veículos”, explica Leonardo Werlang, sócio do PG Advogados e especialista em Direito do Consumidor.
Thiago que vai entrar com processo contra 123 Milhas e que não conseguiu uma solução ágil da empresa.
“Você liga na empresa e a pessoa que te atende repete uma única coisa: ‘nós vamos te devolver em voucher, senhor’. Claro que as atendentes não têm culpa. Isso mostra, na verdade, que a 123 Milhas não está nem aí para explicar. Eu me sinto de mãos atadas, enganado”, diz.

Fonte:

g1 > Turismo e Viagem

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