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Como cães farejadores ajudam na fiscalização agropecuária em aeroportos e postos de fronteira

Cinco cães atuam em forças-tarefas para impedir o ingresso de produtos de origem animal e vegetal de usos proibidos ou que ofereçam risco no país. Cães farejadores ajudam nas fiscalizações agropecuárias pelo Brasil
Cinco cães farejadores ajudam nas fiscalizações agropecuárias em portos, aeroportos e postos de fronteira no Brasil. Outros três cachorros estão em fase de treinamento para se comportar durante as triagens de malas, caminhões e cargas. O grupo é diferenciado e tem o desafio de evitar desastres ambientais e agrícolas.
A alta capacidade dos cães em identificar vários tipos de odores, muitas vezes indetectáveis pelo olfato humano, é a principal aliada da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Cão farejador durante operação no aeroporto de Brasília
Mapa/ Divulgação
Os animais atuam para barrar produtos de usos proibidos ou que possam ameaçar a produção agropecuária nacional. Eles auxiliam a identificar a entrada de pragas e doenças que podem estar contidas em alimentos, sementes e outros produtos de ingresso proibido ou de entrada controlada no país.
Muitos produtos são trazidos de forma irregular nas bagagens de passageiros. Por conta disso, ao lado de equipamentos convencionais, os cães são utilizados como ferramentas adicionais nas interceptações. Entre as vantagens, está a velocidade na inspeção, já que eles podem farejar os produtos em menos de cinco segundos.
Thor durante missão no Aeroporto de Guarulhos
Mapa/ Divulgação
Nesta reportagem, você vai ver:
Quais produtos são proibidos trazer ao Brasil?
Por que esses produtos são proibidos?
Quais locais e tipos de operações são utilizados?
Como é o treinamento dos cães?
Infográfico: conheça os cães farejadores
Cães são treinados para ajudar na fiscalização de malas e cargas
Mapa/ Divulgação
1. Quais produtos são proibidos trazer ao Brasil?
Os cães farejadores participam de forças-tarefas para identificar produtos de interesses agropecuários diversos, que são regulados pelo Mapa:
Origem vegetal e subprodutos: sementes, mudas, solos, frutas, verduras, grãos, folhas, plantas, flores, hortaliças, madeira, entre outros;
Origem animal e subprodutos: carne, leite, mel, pescado, ovo, embutido, pescado, moluscos, entre outros;
Outros conteúdos: agroquímicos, veterinários;
Pesquisa e ciência: embriões, insetos, bactérias e fungos (veja lista completa aqui).
Labrador Thor ajuda auditores fiscais no posto de Vigilância Internacional Agropecuário no Aeroporto Internacional de SP
Mapa/ Divulgação
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2. Por que esses produtos são proibidos e quais os riscos?
Segundo o Mapa, alguns produtos agropecuários não podem ingressar no território nacional sem a documentação sanitária exigida. Isso porque esses itens podem apresentar risco de introduzir pragas e doenças que ameaçam o patrimônio agropecuário e ambiental, bem como a saúde da população.
Por isso, a Vigiagro realiza o controle e fiscalização dos produtos que desembarcam no país para garantir os níveis de segurança. Determinados produtos e insumos de interesse agropecuário necessitam estar dentro dos requisitos fitossanitários, zoossanitários e sanitários, que são previamente definidos pelo Mapa.
O descumprimento das exigências pode resultar na destruição dos produtos trazidos pelos viajantes (veja a íntegra do Manual de Procedimentos Operacionais do Vigiagro).
Segundo o auditor fiscal federal agropecuário Romero Teixeira, muitas vezes as pessoas desconhecem o risco que uma simples alimento transportado na bagagem pode representar.
“Se produto está com uma praga e entra no país ou for descartado em algum lugar errado, pode chegar a contaminar o país com uma doença que ainda não existe na agricultura brasileira ou até mesmo contaminar áreas livres da doença”, explica.
3. Quais locais e tipos de operações são utilizados?
Frida durante missão em Boa Vista (RR) em 2020
Mapa/ Divulgação
Por enquanto, os cães farejadores estão atuando nos aeroportos que ficam em Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Guarulhos.
Na capital paranaense, por exemplo, o labrador Thor divide o horário de “expediente” entre o Centro de Encomendas Expressas do Correio Internacional, em Pinhais, e o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais.
Entre os produtos mais detectados pelo focinho do cão, estão as sementes enviadas da China em 2020, que oferecem grande risco sanitário. Na época, 47% das amostras analisadas pelo Mapa apresentaram risco às lavouras do país.
“As sementes como material de multiplicação são classificadas de altíssimo risco de propagação de pragas, doenças ou plantas exóticas. Sem o devido controle ou a certificação fitossanitária pode trazer além das pragas, moléculas de defensivos agrícolas não permitidos aqui no Brasil ou até tóxicas para o solo brasileiro ou para a população humana”, afirma Teixeira.
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Um projeto de lei, que está em tramitação, quer estabelecer a obrigatoriedade do uso de cães pelo Mapa em portos, aeroportos e fronteiras. A proposta aprovada pelo Senado e ainda será encaminhada para a sanção do presidente da República.
Enquanto o número de cães não é suficiente para atender todos os postos de fiscalização, as equipes são deslocadas para as forças-tarefas em diferentes estados.
Um exemplo, que ocorreu em 2020, foi a ida da cadela Frida de Brasília para atuar em cidades de Roraima. Durante a força-tarefa, ela prestou suporte aos agentes no combate à proliferação da mosca da carambola, que é considerada ameaça à fruticultura.
No aeroporto e na rodoviária de Boa Vista foram vistoriadas bagagens para apontar a presença do inseto em frutas, sementes, hortaliças, pescado e até em produtos lácteos.
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4. Como é o treinamento dos cães?
Para o auditor Teixeira, do Centro Nacional de Cães de Detecção (CNCD), os cães são mais eficazes do que a inspeção manual e equipamentos de raio X.
“Os cães são mais vantajosos, com custo menor e com eficiência bem mais alta na recuperação de itens proibidos ou controlados”, explicou.
Para ser um cão farejador, o animal dever ter entre nove e 24 meses de idade. Olfato extremamente apurado, curiosidade e vontade aguçada de brincar estão entre as características fundamentais para esse trabalho.
Cães farejadores atuam em operações em todo país
Mapa/ Divulgação
Ao chegar à equipe, os cães participam de processo de socialização nas áreas de atuação e em locais com trânsito de pessoas.
“Todo o treinamento é baseado em brincadeira a partir da bolinha, que é a recompensa que damos aqui. Associamos o encontro do item odorante com a bolinha, que é o brinquedo do cão. Quando ele identifica o odorante e acerta, sabe que vai brincar com as bolinhas e receber carinho. Tudo faz parte de um grande jogo”, contou Teixeira.
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Léo, Vamp e Frida no Centro de Treinamento em Brasília
Mapa/ Divulgação
De acordo com o auditor, os cães aprendem a identificar diversos tipos de produtos agropecuários no período de três a nove meses, dependendo do local de atuação e do tipo de odor que precisa ser detectado.
Para o treinamento dos servidores, que trabalham diretamente com o animal, o período é de quatro a seis semanas.
Léo em trabalhos realizados no Aeroporto de Brasília
Mapa/ Divulgação
Teixeira explica que são desenvolvidas atividades de socialização com passeios para adaptação aos ambientes de trabalho e o convívio com pessoas em locais de grande circulação.
“Os cães são levados em viaturas até o aeroporto ou local de simulação de fronteira para que se treine o olfato com os odores, que são seus alvos. Após o almoço e descanso, o treino é repetido no período da tarde. Durante a noite quando não há operação no aeroporto, os animais acabam descansando”, disse.
A rotina também envolve análise clínica do animal. Para enfrentar o trabalho intenso de simulações, os cães recebem alimentação específica para animais de alta performance.
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5. Conheça os cães farejadores
O labrador Léo, o mais antigo, atua no Aeroporto Internacional de Brasília desde 2015. Já o Thor, labrador retriever, atua no Paraná.
As duas pastoras belgas malinois, Vamp e Frida, e a golden retriever, Meg, serão encaminhadas para complementar as fiscalizações nos aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Além disso, três cães estão em treinamento.
Cães são treinados para farejar produtos agropecuários
Arte/ g1
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Fonte:

g1 > Agronegócios

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