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MT tem a Rússia como principal fornecedor de fertilizantes e pode ter impactos com a guerra

A Rússia é a principal importadora de fertilizantes utilizados pelo agronegócio mato-grossense. Estado vende carne suína para o maior país do leste europeu. A guerra entre Rússia e Ucrânia pode trazer impactos econômicos a Mato Grosso, sobretudo na importação de fertilizantes e na exportação de carne suína, de acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT), Gustavo de Oliveira.
A Rússia é a principal origem do insumo usado nas lavouras brasileiras e Mato Grosso é o maior consumidor de fertilizantes agrícolas do país. Cerca de 23% dos adubos ou fertilizantes químicos importados pelo Brasil em 2021 vieram da Rússia, aponta o levantamento do Comex Stat, do Ministério da Economia.
Segundo ele, o cenário segue imprevisível e instável, mas algumas consequências econômicas já podem ser sentidas nos próximos dias em relação à economia mato-grossense. Para Gustavo, a movimentação russa traz alguns pontos de atenção.
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“A Rússia é uma grande exportadora de fertilizantes para o estado e o nosso agronegócio depende fortemente disso. Se houver sanções econômicas à Rússia e o Brasil seja convidado ou compelido a seguir, o nosso fornecimento de fertilizantes vai ser impactado”, explicou.
No entanto, a mudança no mercado de energia no cenário internacional abre uma oportunidade positiva ao estado.
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“Esse deslocamento de matriz energética pode gerar uma oportunidade positiva para nossos biocombustíveis. Mas também teremos um impacto significativo de custos no mundo inteiro, porque sem o fornecimento de petróleo russo a tendência é de alta de preços no mercado internacional”, disse.
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Gustavo também afirmou que a economia mato-grossense pode ser afetada negativamente por outras medidas tomadas recentemente pela Rússia, além da guerra desencadeada na Ucrânia.
Gif imagens da guerra na ucrânia
Reuters/AFP/AP
“Podemos ter consequências negativas na exportação. A Rússia é um grande comprador de carne suína no mercado internacional e compra muita proteína. Essa associação dela com a China pode levar a uma situação onde as exportações mato-grossenses podem ser impactadas por sanções econômicas da Otan”, contou.
Ele ainda acrescentou que este é um cenário que pode trazer rápidas movimentações com diferentes impactos econômicos e o sinal de alerta deve permanecer ligado a fim de acompanhar esses movimentos.
Impactos geopolíticos
A guerra no leste europeu pode pressionar ainda mais a inflação brasileira, de acordo com o cientista político Alfredo da Mota Menezes. Para ele, é apenas uma questão de tempo para o preço dos combustíveis e dos alimentos começar a subir e recair sobre os consumidores em geral.
“Isso vai ter consequência para nós. Não tenhamos dúvida: o barril do petróleo subiu e o dólar também. Antes estava caindo, mas voltou a subir. Com o dólar mais caro, combustível fica mais caro e também o barril do petróleo, ao comprar aquilo que o Brasil precisa vai afetar aqui”, explicou.
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Alfredo Menezes também disse que a pressão pode aumentar sobre a importação de outros produtos no mercado brasileiro. “A maior parte da importação de trigo vem da Argentina, mas outra parte vem da Rússia. Nesse caso, vai afetar com certeza o pãozinho nosso de cada dia”, disse.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que divulga a prévia da inflação referente ao mês de fevereiro, apontou para uma valorização da moeda brasileira, superando todas as previsões e alcançando quase 1%. Em comparação com o mesmo período dos anos anteriores, esse foi o maior índice registrado desde 2016.
Já o IPCA-15 no acumulado dos últimos 12 meses passou de 10,5%, tendo maior peso sobre os produtos e serviços, como, por exemplo, em educação, alimentos e transporte, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Arte g1

Fonte:

g1 > Agronegócios

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