Exposição a agrotóxicos contribui para aumento de mortes por insuficiência renal de trabalhadores rurais

Entre 2006 e 2019, crescimento dos casos foi de 300%, apontou estudo do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia. Exposição a agrotóxicos contribui para aumento de mortes por insuficiência renal em trabalhadores rurais
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Exposição a agrotóxicos está entre os motivos que levaram ao aumento em 300% de mortes por insuficiência renal de trabalhadores rurais entre 2006 e 2019, apontou estudo do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA).
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Segundo o estudo, o Brasil registrou no período 778.608 óbitos por este motivo, dos quais 53.278 eram agropecuaristas entre 18 e 69 anos.
“São trabalhadores com intensa exposição ocupacional a agentes físicos (calor/frio, umidade, radiação solar), biológicos (animais peçonhentos, bactérias, fungos e vírus) e químicos (agrotóxicos), além de riscos ergonômicos e de acidentes de trabalho”, diz Cleber Cremonese, professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA.
Para ele, a alta mortalidade por insuficiência renal nesse grupo pode ser um reflexo dessas exposições e das suas vulnerabilidades socioeconômicas.
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Cremonese explica que diversas condições podem levar um indivíduo a desenvolver a insuficiência renal, como a pressão alta, a diabetes mellitus, doenças infecciosas ou exposição a substâncias nefrotóxicas, como medicamentos e outros agentes químicos.
Entre os trabalhadores rurais, as mortes foram mais frequentes entre a população com até 3 anos de educação formal, segundo o estudo.
Os pesquisadores entendem que o baixo nível educacional está associado à menor percepção dos riscos do trabalho. O fator também é obstáculo na leitura e interpretação de rótulos dos agrotóxicos usados no dia a dia, aumentando os riscos de exposição às substâncias.
A pesquisa detectou que os homens são maioria entre os óbitos. Se tratando de insuficiência renal aguda, eles representaram 86,7% e nos casos de insuficiência renal crônica, 78,7%.
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