Cancelamento temporário do acordo de isenção de vistos tinha sido anunciado em outubro e foi confirmado nesta sexta-feira (26), passando a valer a partir de 11 de dezembro. De acordo com números das autoridades americanas, foram mais de 46 mil brasileiros detidos na fronteira entre EUA e México entre outubro de 2020 a setembro de 2021. Passaportes brasileiros
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O México cancelou nesta sexta-feira(26) um acordo de isenção de vistos com o Brasil e vai exigir esta autorização de cidadãos brasileiros, após descobrir que o benefício era utilizado para trabalhar ilegalmente em território mexicano ou para tentar atravessar para os Estados Unidos.
O jornal oficial do governo mexicano publicou um acordo governamental que revoga o acordo, em vigor desde fevereiro de 2004 e que ficará sem efeito a partir de 11 de dezembro, quando será necessário visto para turistas brasileiros.
A decisão, acrescenta, já foi comunicada ao Brasil e é temporária, embora não determine sua validade.
“Os cidadãos da República Federativa do Brasil que pretendem entrar no país como visitantes (…) devem solicitar o visto nos termos das disposições legais aplicáveis”, diz o jornal oficial do governo mexicano.
A medida já era esperada, e tinha sido anunciada pelo governo mexicano em outubro, faltando apenas determinar a data em que entraria em vigor.
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De acordo com números das autoridades americanas, foram mais de 46 mil brasileiros detidos na fronteira entre EUA e México entre outubro de 2020 a setembro de 2021. Isso é bem mais do que o dobro do registrado em 2019, quando eram 18 mil. Entre os detidos pelos agentes de fronteira, os brasileiros são os sextos mais numerosos.
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Em setembro, chamou atenção o caso da brasileira Lenilda dos Santos, morta aos 49 anos enquanto tentava fazer a travessia entre o México e os EUA a pé. Com sede e fome, ela morreu sozinha no deserto americano, abandonada pelo coiote — nome dado a quem facilita a travessia — e pelos outros que faziam a viagem.
A entrada de brasileiros ilegalmente nos EUA através do México também foi criticada pelo senador republicano Lindsay Graham, que afirmou, durante entrevista a uma rede de TV, que 40 mil brasileiros cruzaram a fronteira entre os EUA e o México “usando roupas de marcas e bolsas da Gucci”.
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