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Ministério da Agricultura registra 2 agrotóxicos inéditos e mais 51 genéricos para uso dos agricultores


Ao todo, em 2021, o governo já liberou 411 pesticidas. Ministério da Agricultura registra 2 agrotóxicos inéditos e mais 51 genéricos para uso dos agricultores
TV Globo
O Ministério da Agricultura liberou mais 53 agrotóxicos para uso dos agricultores nesta quarta-feira (29), segundo publicação do Diário Oficial. Dois deles são inéditos e 51 são genéricos.
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No total, o governo já autorizou o uso de 411 defensivos neste ano: 138 princípios ativos usados na fabricação de pesticidas e 273 produtos prontos, que vão para uso direto do agricultor. Estes últimos são chamados também de produtos formulados.
Ao todo 9 produtos registrados são considerados de baixo impacto, englobando produtos biológicos, microbiológicos, fitoquímicos e semioquímicos. Os 44 restantes são químicos.
Inéditos
Os dois agrotóxicos inéditos são o fitoquímico cinamaldeído, que é feito a partir de plantas, e o biológico Purpureocillium lilacinum, feito a partir do fungo.
O primeiro foi registrado para uso na cultura do morango no controle do fungo Sphaerotheca macularis, que causa uma doença chamada oídio, e do Mycosphaerella fragariae. Ambos se manifestam com manchas nas plantas.
Segundo o ministério, até o momento não existia nenhum produto registrado para controle de oídio em morango.
Na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o cinamaldeído é considerado um “Produto Pouco Tóxico” e “pouco perigoso ao meio ambiente”, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O outro produto inédito é o Purpureocillium lilacinum, usado no controle dos nematóides Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica, que provocam problemas como o nanismo, murcha e pouco desenvolvimento das culturas.
De acordo com o ministério, essas pragas afetam diferentes produtos, como o algodão, batata, cana-de-açúcar, cenoura, fumo, pepino e soja.
O defensivo é classificado como “Produto Improvável de Causar Dano Agudo”, pela Anvisa e “Pouco Perigoso ao Meio Ambiente”, pelo Ibama.
Registros em 2021
Até agora, são 16 princípios ativos inéditos no ano, sendo 7 pesticidas biológicos e 9 químicos.
Os outros 395 registros são de genéricos, sendo:
204 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores;
58 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores;
133 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.
Registro de agrotóxicos no Brasil
Arte /g1
Agrotóxicos inéditos em 2021
Veja os outros agrotóxicos inéditos liberados este ano:
Isofetamida (uso industrial): usado para o controle de mofo-branco e mofo-cinzento;
Ametoctradina (uso industrial): usado para combater a requeima e a míldio, uma doença que faz a folha das plantas mofarem e pode levar até a sua queda prematura;
Neoseiulus barkeri (uso dos agricultores): primeiro produto no Brasil registrado para controle do ácaro vermelho das palmeiras, uma das principais pragas dos coqueiros. Ele também pode ser recomendado para o controle do ácaro branco.
Neochrysocharis formosa (uso dos agricultores): controla a larva minadora (Liriomyza sativae);
Neoseiulus idaeus (uso dos agricultores): é recomendado para controle de ácaro rajado (Tetranynchus urticae);
Goemon (uso dos agricultores): feito à base do ingrediente ativos novo ciclaniliprole, registrado para controle da lagarta de Helicoverpa armigera nas culturas de algodão, milho e soja;
Kenja (uso dos agricultores): feito à base de isofetamida, fungicida para controle do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) nas culturas de soja, feijão, batata, tomate e alface.
Ciclaniliprole (uso da indústria): inseticida usado para fabricar produtos que combatem lagartas nas lavouras de algodão, milho, soja.
Oxatiapiprolim (uso da indústria): fungicida usado para fabricar pesticidas usados em culturas como batata, alho, cebola, tomate, alface;
Kamuy (uso dos agricultores): à base de Fenpyrazamina, misturado com um outro ingrediente antigo. O agrotóxico serve para controlar o mofo branco, uma doença fungicida que ataca diversas culturas agrícolas
Halauxifen-metil (uso da indústria): herbicida indicado para plantas daninhas de difícil controle;
Adengo (uso dos agricultores): permitem o controle de plantas daninhas, tanto de folha estreita quanto de folha larga, na cultura do milho;
Rudder (uso dos agricultores): feito à base do Bacillus velezensis, que serve para controlar a fusariose, uma doença causada por um fungo chamado “Fasarium solani”. Esta doença provoca o apodrecimento das raízes das plantas e pode atingir diferentes culturas;
Bionema (uso dos agricultores): também é feito à base do Bacillus velezensis, com o mesmo intuito do Rudder;
Como funciona o registro
A permissão para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:
Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
Ibama, que analisa os perigos ambientais;
Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.
Tipos de registros de agrotóxicos:
Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
Produto técnico equivalente: “cópias” de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
Produto formulado equivalente: produto final “genérico”.
Método de divulgação
O governo alterou a forma de divulgação do registro de agrotóxicos em 2019. Até então, o ministério anunciava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do “Diário Oficial da União”.
O sistema passou a levar em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.
Segundo o Ministério da Agricultura, a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) tem como objetivo “dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto”.

Fonte:

g1 > Agronegócios

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