Mato Grosso do Sul vive uma semana de medidas restritivas, porém necessárias para conter o desenfreado avanço da pandemia do novo coronavírus que já vitimou 4.164 pessoas em todo Estado e segue com elevados índices de confirmados e internações.
Com vigência prevista até 4 de abril o decreto Nº 15.638 restringe a abertura de comércio não essencial e a circulação de pessoas entre 20h as 5h de segunda a sexta-feira e das 16h às 5h aos sábados e domingos.
Embora difícil, o ponto de equilíbrio entre compreender a decisão que visa preservar vidas e manter os negócios funcionando tem sido a saída para empreendedores de áreas que não entram na lista de 45 atividades elencadas como essenciais.
Este é o desafio da empresária Milena Faleiros que atua no ramo de roupas e acessórios – que não entra na lista de atividades essenciais- , Milene tem usado as ferramentas da internet e as entregas delivery como aliadas para manter a equipe ativa e as vendas em dia.
Quando a pandemia chegou a Mato Grosso do Sul, a empresária decidiu fechar as portas de uma das duas lojas de roupa que mantinha em bairros diferentes de Campo Grande. Com colaboradoras remanejadas, ela reestruturou o formato de atendimento e além do presencial direcionou uma equipe especifica para as vendas online. “Com 2 meses já atingimos o faturamento da loja antiga. Deu mais certo que antes”, conta a empresária.
Na rede social de quase 47 mil seguidores, mensagens motivacionais, looks montados com as peças tropicais e postagens interativas chamam atenção de quem acompanha o perfil. No último fim de semana rolou até plantão de vendas online com horário marcado para o liquida verão.
Do ramo pet, Eduardo Martins também adotou o delivery como opção para manter as atividades ao longo da pandemia. Protocolos de biossegurança para manter o distanciamento, sanitização e o táxi dog estão entre as iniciativas implantadas a partir da pandemia. No fim de semana do toque de recolher montou tenda com drive trhu de atendimento, além de reforçar as novas regras nas mídias sociais e aplicativos de celular para que os clientes antecipassem os pedidos.
“Não são todos os negócios que podem passar por essas mudanças, mas sem dúvidas a pandemia exige de nós mais criatividade para fazer nosso negócio prosperar sem descuidar da questão sanitária. Existe hoje em dia uma luz no fim do túnel que é a questão das vacinas, e esperamos que isso tudo passe logo”, avalia.
Cenário positivo
A união dos deliveries com o marketing digital tem sido tão importante para enfrentar a crise do coronavírus que cerca de 70% dos empresários sul-mato-grossenses pretendem manter a nova modalidade de atendimento no pós-pandemia.
A economista e gerente de pesquisa da Fecomércio, Daniela Dias explica que os deliveries representam 30% do faturamento e tem amenizado as possíveis perdas financeiras durante as medidas mais restritivas do comércio.
“A gente percebe que os deliveries têm amenizado ainda mais a questão das possíveis perdas de faturamento com a suspensão dos atendimentos presenciais de lojas físicas. Para Campo Grande por exemplo, a estimativa de perda no ano passado na segunda quinzena de março era em torno de R$ 90 milhões. Hoje para março nessas duas semanas mais restritivas para Campo Grande, a perda seria de R$ 60 milhões, então mais ou menos 30% de amenização pelo delivery”, analisa. “Estamos melhores agora do que estávamos no início da pandemia”.
A economista destaca que a experiência adquirida com as dificuldades adquiridas ao longo de 2020 reflete diretamente no cenário atual. “Aprendemos muito durante o ano passado, e consequentemente os empresários também se reinventaram. Mais de 40% dos empresários desde o ano passado já estão produzindo conteúdos digitais”, observa.
Na projeção de especialistas a perspectiva é positiva para comércio e para a economia do Estado no pós pandemia de Covid-19. Uma das justificativas está na imunização acelerada, que já conta com quase 10% da população vacinada.
Mireli Obando, Subcom
Foto: Divulgação
Fonte: Governo do Estado de Mato Grosso do Sul