A alta registrada em fevereiro foi puxada por saltos no valor do açúcar e de óleos vegetais. É o nível mais alto desde julho de 2014. Açúcar bruto: alimento faz parte do índice calculado pela FAO
REUTERS/Peter Nicholls
Os preços mundiais dos alimentos subiram pelo nono mês consecutivo em fevereiro deste ano, atingindo seu nível mais alto desde julho de 2014, aponta o índice da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) das Nações Unidas, nesta quinta-feira (4).
A alta no mês passado foi puxada por saltos no preço do açúcar e de óleos vegetais.
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O índice, que mede as variações mensais de uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carnes e açúcar, teve média de 116 pontos no mês passado, contra 113,2 do dado revisado de janeiro. O valor anterior de janeiro era 113,3.
As colheitas mundiais de cereais continuam a caminho de um recorde anual em 2020, e as primeiras indicações apontam para um novo aumento na produção este ano, de acordo com comunicado da FAO.
O índice de preços de cereais subiu 1,2% em base mensal em fevereiro. Entre os principais grãos, os preços do sorgo foram os que mais subiram, com alta de 17,4% no mês e 82,1% no ano, impulsionados pela forte demanda da China.
Os preços do milho e do arroz também subiram, enquanto preços de exportação do trigo seguiram estáveis.
A alta no preço dos alimentos em 2020 explicada pelo campo
Os valores do açúcar subiram 6,4% na comparação mensal, devido às quedas de produção nos principais países produtores e à forte demanda da Ásia.
O índice do óleo vegetal subiu 6,2%, para o nível mais alto desde abril de 2012, com os preços do óleo de palma subindo pelo nono mês, impulsionados por preocupações com os baixos estoques nos principais países exportadores.
Os preços dos laticínios subiram 1,7%, enquanto o índice da carne registrou um modesto ganho de 0,6%. As cotações da carne suína caíram, afetadas pela redução nas compras da China em meio a um excesso de oferta e um aumento do número de suínos não vendidos na Alemanha, devido à proibição das exportações para os mercados asiáticos.
Previsões em alta
A FAO elevou sua previsão para a safra de cereais de 2020, para 2,761 bilhões de toneladas, de uma estimativa de 2,744 bilhões feita em fevereiro, apontando para um aumento de 1,9% ano a ano.
Essa revisão refletiu um aumento de 7,5 milhões de toneladas na estimativa da produção mundial de trigo, impulsionada por dados oficiais divulgados por Austrália, União Europeia, Cazaquistão e Rússia.
A previsão para a produção global de arroz também foi aumentada em 2,6 milhões de toneladas em relação ao mês passado, devido às previsões de produção mais otimistas da Índia.
Também cresceu a previsão para os estoques globais de cereais em 9 milhões de toneladas, projetando que eles devem fechar 2021 em 811 milhões, o que representaria um declínio de 0,9% ano a ano.
“Embora a maior parte da safra de trigo no hemisfério norte ainda esteja dormente e países do hemisfério sul ainda não tenham plantado, a previsão preliminar da FAO para a produção global de trigo em 2021 aponta para um terceiro aumento anual consecutivo, para 780 milhões de toneladas, um novo recorde”, afirma o comunicado da FAO.
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