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SES lança ‘Mosquito do Bem’ com Wolbachia em bairros da Capital para combater Dengue, Chikungunya e Zika

Considerada como uma solução sustentável e inovadora ao enfrentamento às arboviroses, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), inaugurou nesta quinta-feira (10), a Biofábrica instalada na sede do Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS). Sete bairros de Campo Grande deverão receber os novos mosquitos nesta primeira fase do projeto, mas a ideia é que todos os bairros da cidade sejam contemplados em até três anos.

Esta ação reforça as iniciativas da SES no combate à Dengue, Zika e Chikungunya e integra o calendário da Campanha “Aproveite a Quarentena e Limpe o seu Quintal”. Criada pelo World Mosquito Program (WMP), o método é financiado pelo Ministério da Saúde e conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), implementado em Campo Grande com apoio da SES e da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU).

Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a Biofábrica representa um marco histórico neste enfrentamento em Mato Grosso do Sul. “Foram tratativas iniciadas no ano passado e no início deste ano que culminaram na inauguração da nossa Biofábrica, sendo um presente para o nosso Estado. Isto mostra que o Governo do Estado não está preocupado apenas com o enfretamento à Covid, mas preocupado com todas outras doenças. Então, a Biofábrica é muito importante para nós”.

Presente no evento, o secretário de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, pontua que o Projeto do Método Wolbachia é muito importante no combate à Dengue, Zika e Chikungunya, além da Febre Amarela. “É uma bactéria ‘do bem’ que vive na maioria dos insetos na natureza e que não estava no Aedes. Então, a ideia de colocá-la no mosquito é muito boa, pois se ele picar alguém, não consegue transmitir essas doenças”.

Mosquitos na Biofábrica inaugurada em Campo Grande

Otimista com o projeto, o médico infectologista Rivaldo Venâncio, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e pesquisador associado do CEE-Fiocruz disse que o wolbito foi a melhor ferramenta desenvolvida nos últimos 100 anos em ações de combate às arboviroses. “As outras metodologias utilizadas para controle nos mostram ano a ano que não correspondem mais à nossa realidade. Nosso país possui uma realidade extremamente complexa, mas este projeto nos dá muito orgulho, principalmente para a Fiocruz e ao WMP”.

Segundo o representante da organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Rodrigo Said, projetos como esse significam avanços no combate a estas doenças. “Por trabalhar com manejo integrado de vetores, incorporando novas tecnologias e fortalecendo o trabalho da entomologia. Tudo isso é de extrema importância na condução deste processo e, principalmente, valorizando os profissionais que estão trabalhando com esta metodologia em Mato Grosso do Sul. Com rigor técnico, científico e convidando à população a participar deste processo e envolvimento com este projeto”.

“Quero dar os parabéns à SES e à Sesau por abraçar esse projeto e tenho certeza, que em breve tempo, será expandido para outras cidades do Estado. É uma pena, que a Dengue e as demais arboviroses, venham acometendo nossas famílias, levando ainda terror e levando vidas. Espero que o Ministério da Saúde, assim como as demais instituições possam fortalecer ainda mais este projeto”, destaca o representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Rogério Leite.

Por fim, conforme o representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Fernando Avendanho, o projeto do Wolbachia desde que foi criado tem mostrado bons resultados. “É um projeto com uma solução mais sustentável, mas é importante ressaltar que esta não pode ser encarada como a única solução, ainda são necessárias outras ações de controle do mosquito e elas precisam ser continuadas. A população também tem que contribuir com a limpeza”.

Biofábrica

Com capacidade de produção semanal de um milhão e meio de mosquitos com bactéria Wolbachia, a Biofábrica terá como missão a redução de casos de Dengue, Zika e Chikungunya no Estado. Além da soltura ocorrida hoje (10), no Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho, as liberações serão realizadas em mais seis bairros: Guanandi, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. Nestes bairros, os wolbitos como são chamados os mosquitos, serão liberados semanalmente, durante 16 semanas, por agentes de saúde.

SES lança ‘Mosquito do Bem’ com Wolbachia em bairros da Capital para combater Dengue, Chikungunya e Zika
Após a inauguração da Biofábrica, os primeiros mosquitos com o Wolbachia foram soltos no bairro Aero Rancho

As liberações ocorrerão no período da manhã e serão feitas por meio de veículos cedidos pela SES.  No próximo semestre, os próximos bairros a receberem os mosquitos serão: Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e América.

A SES pretende expandir o Método Wolbachia para outras cidades sul-mato-grossenses como Corumbá, Dourados, Três Lagoas e Ponta Porã.

Método Wolbachia

A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e gerar uma nova população destes mosquitos, todos com essa bactéria. Uma vez que os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações.

Desenvolvido na Austrália pelo World Mosquito Program, o Método Wolbachia é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha no combate às doenças transmitidas por mosquitos. Atualmente operando em 12 países, em mais de 20 cidades, o método tem apresentado resultados promissores nas diferentes localidades. No Brasil, atualmente, o método do WMP está sendo implementado nas cidades de Campo Grande (MS), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (MG), com financiamento do Ministério da Saúde e em parceria com os governos locais e diversos outros parceiros regionais. Em Belo Horizonte já teve início a soltura dos wolbitos em três regiões pilotos e será realizado um RCT no município.

Rodson Lima, SES

Fotos: Saul Schramm

Fonte: Governo do Estado de Mato Grosso do Sul

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